quarta-feira, 29 de abril de 2015

Pedi... Buscai... Batei...



Permita-me tomar o texto “pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á” de sua citação que ocorre em Mateus 7: 7. Ele é também citado em Lucas, dentro de uma parábola dita por Jesus, mas gostaria de compartilhar a sua citação que ocorre em Mateus.
Veja só. Para entender um texto bíblico, devemos sempre ter em mente o contexto. O que ocorre antes de depois de um determinado texto ser citado. Existe o contexto imediato (texto próximo, mesmo capítulo) e o contexto geral (o livro onde ocorre, a bíblia como um todo). E, temos de lembrar que, ao escrever o texto bíblico, o autor (neste caso Mateus), não a dividiu em capítulos e versículos, muito menos aqueles títulos que as modernas edições da bíblia têm e que já vi alguns pastores desavisados usarem até como definição de pregação.
Para entender um pouco melhor este versículo (Mt 7: 7), precisamos começar em 6: 19, quando começa o trecho que trata deste mesmo assunto e ir até 7: 23. Em Mt 6: 19 começa dizendo “Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam, 20. mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam nem roubam”. Bem, Jesus começa deixando claro que existe uma diferença entre as coisas do céu e as da terra. Existe uma diferença entre o Reino de Deus e o do deste mundo. Mas deixa claro que “onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (vs 21), ou seja, colocamos nosso coração naquilo que damos importância. Talvez no dinheiro, prestígio, posição social ou fama etc. Mas talvez coloquemos no Reino de Deus e a sua justiça, para que as outras coisas (necessidades materiais), nos sejam acrescentadas (vs 33).
A comida, a bebida e as necessidades materiais são buscadas pelos gentios, mas nosso pai sabe que precisamos delas (vs 31-32). Ou seja, não precisamos nos preocupar, inquietar com estas coisas. É consequência natural de uma vida que busca primeiro o reino de Deus.

Mas Jesus continua sua pregação do Sermão do Monte, um pouco dialética neste ponto, fazendo distinção entre o bem e o mal, a luz e as trevas (vs. 23: se teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!), entre a porta estreita e a porta larga (vs 13-14), entre a árvore boa e a ruim (vs 16-20), entre os verdadeiros e os falsos profetas. E nos dá sinais e sintomas para reconhecermos o verdadeiro do falso, o bom do ruim, e para escolhermos corretamente, embora deixe à nossa disposição a escolha (podemos escolher o mal, se os nossos olhos quiserem os tesouros desta terra e atentar para isso, e forem trevas).
Então, é bom entender que o contexto deste versículo é todo este trecho: “Pedi e dar-se-vos-á...”, mas se meu olho for mau e eu quiser juntar tesouros nesta terra, que tipo de pedido farei? Ou a quem farei este pedido? Perceba que o versículo 9 diz “e qual dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?” e perceba que este versículo é uma clara e direta alusão à tentação de Jesus, quando o diabo lhe ofereceu pedra, a fim de que Jesus usasse seu poder, para transformar em pão. O que o diabo fez? Disse para Jesus: eu tenho pedra, mas se você orar, se se esforçar, se “fizer um voto”, ops, isso não, mas foi quase, ou seja, se você, Jesus, fizer algo, pode pegar esta pedra que estou lhe oferecendo e fazer isso virar em pão. Deixe eu parafrasear: “Você meu irmão, pode pegar este envelope, colocar seu esforço aqui dentro, ops, é sacrifício que o pessoal fala, né, e o que você necessita virá”. Você precisa de pão, mas no fim das contas, lhe é oferecida uma pedra, para que você faça sua parte e a transforme em pão.
No texto de Lucas, isso é dito em forma de insistência, importunação. Tanto que foi pedido o pão para o amigo, que este lhe deu por causa da importunação. Mas espera aí, Jesus não disse um pouco antes, em Mt 6: 7 que não seria por muito falarem, ou por usar repetição, que seria ouvido?
Como agora Ele nos diz que devemos insistir, pedir, bater, até conseguir? Jesus mudou de ideia. Será que Jesus não sabe direito o que está falando? Claro que não é isso.
Na verdade, Este versículo “pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á” é um alerta, não uma orientação. Ele não está dizendo que é assim que devemos fazer. Quando Jesus fala de oração, diz que tudo o que pedirmos em nome de Jesus, Ele nos faria (não vou entrar em detalhes sobre o que significa orar “em nome de Jesus”).
Quem se preocupa e se inquieta pelas necessidades materiais? Os gentios. Compare Mt 6, versos 8 com o 32. E o servo de Deus? Busca o Reino.
Então, o que Jesus quer dizer com os versos 7 e 8? É um alerta: Se você pedir, poderá receber. Se buscar, vai encontrar, se bater, lhe será aberta. Tem um ditado que diz “quem procura, acha”, mas o ditado popular refere-se a problemas. Jesus está dizendo que se insistirmos muito em pedir aquilo que Deus já sabe que necessitamos e que virá a nós como consequência de colocarmos o Reino de Deus em primeiro lugar, poderemos correr o risco de não estar pedindo a coisa certa, à pessoa certa.
Mas como saber? Jesus ensina. Ele mostra que o Pai dá boas coisas aos seus filhos. Mas se meu olho for trevas, como saberei enxergar as coisas boas? Se servir a Mamom, aborrecerei a Deus. Se desejar as riquezas, não desejarei “negar-me a mim mesmo”.
Então Jesus está ensinando que devemos saber o que devemos pedir. E o que devemos pedir? O Espírito Santo. O discernimento, o poder e a unção. Para quê? Ficar rodando e pulando na igreja? Ah, vai dormir. Pra ter ousadia de falar a Palavra de Deus, para ter coragem de até morrer por Jesus, se necessário for.
Olha que interessante. Jesus fala de bater e abrir. E usa, nos versos 13-14 a comparação entre a porta estreita e a larga. Tanto numa quanto outra tem pessoas que irão entrar. Ou seja, há pessoas que batem na porta larga. E, cuidado, ela será aberta para quem bate. De tanto a pessoa insistir em caminhar pelos caminhos que não são de Deus, acaba entrando por eles. Cuidado, se você bater, ser-lhe-á aberta a porta. E a porta estreita também. Será aberta a quem bater nela. A quem quiser viver pelos padrões do Reino de Deus, a quem escolher abandonar Mamom. As duas opções estão à disposição. Jesus não está falando apenas de bater na porta boa. Está alertando: cuidado em que porta você bate, porque ao bater, ser-lhe-á aberta. Então, escolha a porta correta.
Depois nos versos 21-23 a ideia de uma porta sendo aberta, e Jesus recebendo as pessoas para entrar (ou não, expulsando aqueles que não conhece). Lembre-se que este trecho que diz que algumas pessoas dirão “Senhor, Senhor!” também é repetido na parábola das dez virgens, em Mateus 25. Novamente, a ideia da porta, e o Senhor abrindo está presente lá. Veja Mt 25: 11. Jesus abriu a porta a quem bateu, mas não deixou entrar.
Jesus nos mostra como é o pai, quando o que precisamos vem dele. Ele não dá pedra no lugar de pão. Provérbios 10:22 “A bênção do SENHOR é que enriquece, e ele não acrescenta dores.” O que vem de Deus é bom, é o que preciso, nem sempre o que eu desejo. Porque pode ser que meu olho ainda esteja em trevas, pode ser que meu coração ainda ajunte tesouros na terra.

O alerta é: meus filhos, saibam que quando o Pai dá, seus critérios e suas prioridades não batem com os critérios e prioridades do mundo, de mamom, das trevas. Então, cuidado ao receberem algo que pediram, porque o fruto demonstra a natureza da árvore. Se o que eu peço glorifica a mamom, por melhor que pareça em minha vida (e não é apenas dinheiro, mas tudo o que leva o homem a se glorificar e não glorificar a Deus), então não é de Deus.


Pr. Lucas Durigon


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