Gn 10:
25. aqui vemos, na descrição das genealogias, o nome de um
descendente de Noé, de nome Pelegue, que significa “divisão”,
pois cita “Peleque, porquanto em seus dias se repartiu a terra”,
referindo-se a uma divisão física, como quando se rasga um papel em
pedações, não uma divisão de herdeiros, como quando se reparte os
direitos sobre uma porção de terra. Gn 10: 5 cita a palavra
“repartida”, que é pelegue. Mas Pelegue foi uma repartição
física, a única aparição desta palavra em hebraico neste sentido.
Nos dias do nascimento desta criança, ocorria a divisão dos
continentes da Terra, visível aos habitantes de então. Sem, filho
de Noé, gerou Arfaxade, o qual gerou a Salá, de quem nasceu Éber,
pai do Pelegue. Peleque era tataraneto de Sem, o mesmo da época do
dilúvio. Ou seja, 4 gerações depois. De acordo com Gn 11: 10-19,
temos que Arfaxade foi gerado 2 anos depois do dilúvio, e que
Pelegue nasceu 99 anos depois disto, tempo suficiente para aquela
água que penetrou na terra causasse rompimentos nas partes mais
finas da crosta, gerando a divisão entre os continentes. Sobre isso
também falaremos adiante.
Mas mais
intrigante ainda na contagem de gerações presente em Gn 11 é a
diminuição gradual do tempo de vida dos viventes. Deus havia
limitado o tempo de vida dos homens em 120 anos antes de enviar o
dilúvio. Antes disso, os homens viviam entre 800 e 900 anos.
Logo após
o dilúvio, essa média teve uma drástica queda e os homens passaram
a viver em média 400 anos. Se notarmos as gerações depois de Sem,
e antes de Pelegue, em Gn 11: 11-19, veremos homens tendo filhos na
média aos 30-35 anos e vivendo em torno de 400 anos. Ou seja, a
média de vida caiu pela metade do que ocorria antes do dilúvio.
E se
olharmos novamente para os próximos nesta genealogia, a partir de
Pelegue, seu filho Reú, Serugue, Naor, Tera e, finalmente, Abrão,
veremos que estes passam a viver uma média de 200 anos e alguns até
menos, em torno de 150 anos. Mas o interessante é que no momento de
Pelegue, aquele que quando nasceu ocorreu a divisão da terra, houve
de novo uma queda brusca na média de idade, dos 400 anos daquele
grupo pós dilúvio e antes de Pelegue, para cerca de 200 anos após
Pelegue. A queda, neste caso, foi brusca na contagem dos anos. Depois
disso, há uma diminuição gradual até chegar à média de 120
anos, estabelecida por Deus.
Aqui
devemos nos perguntar, o que teria causado esta queda do tempo de
vida das pessoas, em 2 etapas? Uma queda brusca após o dilúvio de
800 para 400 anos de vida em média e outra queda brusca de 400 para
200 anos em média após Pelegue. Claro que, se Deus estabeleceu,
assim o seria. Mas que meios teria usado Deus para trazer isso a
efeito? Por que houve 2 momentos de queda brusca da média de idade
dos viventes, bem nestes 2 momentos (pós dilúvio e pós divisão da
terra)?
Aqui
quero afirmar algo bastante difícil. O tempo, conforme contado no
período antediluviano, representavam realmente anos, no sentido de
que um ano refere-se a uma volta completa do planeta em torno do Sol
ou, como sabiam naquela época, um retorno do nascer do sol na
posição original no horizonte, após 1 ano de alterações desta
posição. O que eu quero deixar claro é que a contagem é feita
pelo conceito de ano que tempos. Os povos observavam o movimento do
sol no horizonte a cada nascente e concluíam quando o ano iniciava.
Mas 1 ano, naquela época, não duraria, necessariamente os 365 dias
que dura hoje em dia. Aliás, cada planeta tem a duração de 1 ano
(1 volta completa em torno do sol) diferente do outro. O ano em
Marte tem 687 dias marcianos. Já em Mercúrio, apenas 88 dias. Em
compensação, em Netuno, 1 ano de lá (1 volta completa de Netuno ao
redor do Sol) equivale a 164 dos anos terrestres. O que eu quero
dizer é que no período antediluviano, a contagem de 1 ano terrestre
durava menos dias. Também tratarei das justificativas para este
argumento a seguir. Não sei precisar exatamente quantos dias duravam
1 ano, mas digamos que 1 ano naquela época durava 200 dias! Então
cada 2 anos, passavam-se 400 dias. Isso seria pouco mais do que 1 ano
na contagem atual. E, de acordo com essa hipótese, os povos da época
contavam um determinado tempo que para eles representavam 2 anos, com
uma duração que para nós equivale a pouco mais de 1 ano. Isso
justificaria dizer que alguém viveu 800 anos, neste tipo de
contagem, que seria equivalente a uns 400 anos na nossa contagem
atual. Essa diferença bem poderia justificar a mudança de tempo
percebida na contagem dos anos nas genealogias ante e pós diluviana.
E o que
poderia justificar essa mudança? Talvez a inclinação do eixo da
terra causada pelo dilúvio e a própria precipitação de toda
aquela massa de água sobre a superfície, causando alteração da
massa da terra e de seu centro gravitacional. Ainda devemos
considerar o aumento da massa dos próprios oceanos, visto que parte
das águas do dilúvio causaram um aumento das águas dos oceanos.
Esses fatores poderiam ainda ter alterado a relação gravitacional
entre a Terra e a Lua, o que poderia também ser um fator extra para
alterar a translação da terra. Esses fatores poderiam ter alterado
o tempo de translação da Terra ao redor do Sol.
Neste
sentido, os anos vividos pelas pessoas naquela época eram realmente
800 ou 900 anos, mas não um ano de 365 dias como temos hoje.
Portanto, o tempo real vivido pela pessoa (se tomássemos por base 1
hora, por exemplo), seria parecido com os mais longevos de hoje em
dia. Por exemplo, 1000 anos daquela época seriam (no exemplo que eu
usei), 200.000 dias e não 365.000 dias. E viver 400 anos (como as
genealogias de Gn 11, no período pós dilúvio) numa contagem de 365
dias por ano seria o equivalente a viver 146 mil dias na terra. Ou
seja, a duração de 1 ano mudou, referente aos dias vividos num ano.
Daí, a queda brusca da contagem do tempo de vida das pessoas.
Biologicamente, estavam vivendo o mesmo tempo. O relógio biológico
tinha a mesma duração. Mas o tempo cosmológico mudou porque a
terra mudou seu tempo de translação.
Além
disso, há outra mudança brusca no tempo de vida (ou na contagem da
percepção deste tempo de vida) nos dias Pelegue, quando os homens
passam a vivem menos tempo, diminuindo a média de 400 para 200 anos!
E agora, o que teria mudado? Agora, era o tempo do movimento de
rotação. Minha teoria é que a terra era um pouco menor no seu
diâmetro nesta época, menos “pesada” também por causa da água
que ficava dispersa na atmosfera (que alimentou o dilúvio). Alguns
cientistas antigos já chegaram a medir o diâmetro da terra menos do
que o atual.
Antes da
terra dividir-se em continentes, havia uma única massa de terra (o
Pangea). Concentrando o peso num lugar só. Mas, com a infiltração
da água no subsolo, isso causou um “inchaço” do interior da
terra, provocando um rompimento de dentro pra fora, nos pontos onde a
crosta era mais fina (como a ligação entre a costa brasileira e
africana), separando os continentes e ocorrendo, na mesma época, um
aumento do tamanho do diâmetro da terra. A distribuição de peso
mais espalhada sobre a terra (e não concentrada como no período do
Pangea) e um aumento do diâmetro teria deixado o movimento de
rotação mais lento. E agora, a percepção da duração de 1 dia
era mais longa. O dia que antes durava menos (digamos 18 horas),
agora dura 24 horas! E, novamente, embora na contagem cronológica de
tempo demore mais horas para o dia mudar, o relógio biológico do
ser humano mantinha a mesma contagem. O fato é que agora, com o dia
mais longo, o mesmo tempo vivido pelo homem que antes fazia passar 10
dias por exemplo, agora passavam-se, digamos, 7 dias. A contagem do
tempo mudou, mas o relógio biológico humano permanecia o mesmo. O
mesmo tempo vivido pelo homem antes contava-se como 10 dias e agora
como 7, por exemplo. É bom esclarecer que os valores numéricos aqui
apresentados são suposições, não tenho a exatidão destes
números, mas podemos inferir algo bem próximo do ocorrido quando
vemos a diferença do tempo de vida das pessoas nas genealogias de Gn
11, quando se muda drasticamente de 400 para 200 anos o tempo de vida
de cada um.
Além
disso, devemos considerar um terceiro elemento na alteração do
tempo médio de vida dos homens durante estas mudanças. O sol é um
dos causadores do envelhecimento das células do corpo humano. Se
antes o sol não tinha uma incidência tão forte e permitia aos
homens viverem mais tempo por causa do menor desgaste gerado nas
células, agora, com o sol incidindo mais forte e diretamente sobre a
terra, gera um desgaste maior no ser humano, diminuindo seu tempo de
vida biologicamente falando. Este fator, por si só, jamais
explicaria pessoas que viviam 900 anos passando a viver agora apenas
100 ou 120 anos. Mas este fator poderia explicar porque alguns homens
que viviam 200 anos em média (no período em que o dia e o ano já
tinham durações parecidas com as dos nossos dias), diminuiram seu
tempo máximo de vida para 120 anos.
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