segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Obadias – Não podemos nos alegrar com a ruína dos outros


Primeira informação que precisamos ter para entender Obadias é quem é Edom. Precisamos lembrar dos irmãos, Esaú e Jacó, filhos gêmeos de Isaque, mas sendo Esaú o primogênito, vendeu seu direito de primogenitura (com todos os direitos da herança, de receber as bênçãos de Deus, de ser o pai de um povo que Deus estava prometendo para os descendentes de Abraão). Vendeu seu direito para seu irmão, Jacó. Na Bíblia, Edom é Esaú. Os edomitas são o povo descendente do irmão de Jacó, aquele que na verdade era para ter sido o povo escolhido de Deus, não fosse ele ter rejeitado o presente da primogenitura. Sua rejeição lhe trouxe perdas grandes, imensuráveis.
Mas aqui está Edom (ou Esaú) no livro de Obadias. E Edom é um povo gentio. Não faz parte do povo de Deus. Mas é um povo irmão. Diferente dos amalequitas ou Filisteus, por exemplo, que são povos inimigos. Edom é irmão do povo de Deus.
Sendo o livro de Obadias o único do Antigo Testamento com apenas 1 capítulo, nós nos referimos às suas partes apenas pelos versículos. E até o verso 10, Deus mostra que Edom foi diminuído e veio a se tornar um pequeno povo que será totalmente destruído porque ele foi violento com seu irmão, Jacó. Não o ajudou quando precisou, mas antes alegrou-se com a desgraça de seu irmão, então Deus irá exterminá-lo da face da terra.
Na parte central do livro, entre os versos 11 e 16, Deus mostra o motivo. Quando Jacó foi castigado por Deus com dureza, sendo derrotado pelos inimigos e levado cativo, então Edom (Esaú), seu povo irmão, alegrou-se em ver a ruína de Jacó, até mesmo contribuiu com o inimigo, entregando o povo de Deus. O Senhor estava castigando Jacó pelo seu pecado. Como um pai que está dando um bom castigo no filho, o irmão ficou de lado, dando risadas e gostando do que estava acontecendo.
Este livro trata da lição para todos nós, de que quando Deus resolve castigar um filho seu, não devemos nos alegrar. Devemos tomar isso por exemplo, pois pode acontecer conosco também. E é o que Deus promete que acontecerá com Edom. Ele será também castigado, pelos próprios pecados, que foram agravados ao sentir prazer no castigo do seu irmão.
Eles não conseguiram entender que também estavam sujeitos ao mesmo castigo. Deviam ter percebido que poderiam também receber o mesmo da parte do Senhor, porque, assim como pecou Jacó, Edom também tinha seus pecados. Mas não. No lugar de demonstrar temor ao ver que o Senhor castigava seu povo escolhido e arrepender-se disso, baseado no exemplo que nem ao seu povo escolhido Deus poupou por causa do pecado, preferiu alegrar-se e comemorar a ruína do seu irmão Jacó e ainda ajudar o inimigo no castigo que Deus impunha. E essa atitude agravaria seu castigo, quando chegasse a hora. A ponto de Deus dizer que seriam completamente exterminados da face da terra e deixariam de existir!
Em Provérbios, temos uma orientação neste sentido: “Quando cair o teu inimigo, não te alegres, nem se regozije o teu coração quando ele tropeçar; Para que, vendo-o o Senhor, seja isso mau aos seus olhos, e desvie dele a sua ira.” (Pv 24:17,18). Isso confirma que Deus não deseja que nos alegremos com a derrota ou o castigo dos outros. Devemos temer e usar como exemplo, sabendo que estamos sujeito às mesmas consequências, se não houver em nós arrependimento e mudança de atitude.
Por causa desta alegria de Edom sobre a ruína de Jacó, na terceira parte do livro de Obadias (versos 17 a 21), Deus promete restaurar Jacó e colocá-lo de volta para desfrutar da terra prometida. E Esaú será julgada.





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