segunda-feira, 15 de junho de 2020

Tiago – vida cristã na prática


O livro do apóstolo Tiago, com seus 5 capítulo, poderia ser chamado de “Provérbios do Novo Testamento”. Se os evangelhos contam a vida de Jesus, as cartas de Paulo e Hebreus são doutrinárias, se Atos é um livro histórico do agir do Espírito Santo e apocalipse um livro profético no Novo Testamento sobre o fim dos tempos, podemos dizer com certeza que Tiago ocupa o lugar de livro que fala sobre um cristianismo prático. Sobre como viver, na prática, o exemplo de vida e os ensinos de Jesus e a teologia de Paulo.
É um livro que contém abundantes exemplos práticos da vida cotidiana e como deveríamos agir, sendo cristãos, nas situações do nosso dia a dia. Diferente das parábolas de Jesus, que remetem a situações prática e mostram verdades sobre o Reino de Deus, Tiago vai direto no ponto e diz aos cristãos que devemos cuidar da nossa santidade e vida de obediência a Deus não apenas nos momentos solenes e separados para dedicar-se a Deus. Mas sim nosso cristianismo deve ser vivido e, mais do que isso, demonstrado nas atitudes cotidianas.
É em Tiago que sabemos que a “fé sem obras é morta”, ou seja, que a fé deve ser demonstrada por atitudes do dia a dia das nossas vidas. Não é um conceito ou um sentimento interno que não tenha relação com nossas atitudes diárias. A fé é algo que se manifesta pelas ações, pelas atitudes, que Tiago chama de obras. E, como ele é pródigo em dar exemplos práticos sobre o que está dizendo, na questão da fé, Tiago manda logo 3 exemplos: o de Abraão, que demonstrou sua fé pela atitude de entregar seu filho para ser sacrificado, a atitude da prostituta Raabe, que não ficou “em cima do muro”, mas teve a atitude de crer que Deus entregaria a cidade aos israelitas e escolher um lado e ter uma atitude de proteger eles e o exemplo mais próximo de nós, de que se encontrarmos alguém necessitado de roupa ou alimento, não podemos apenas orar, mas devemos dar-lhe comida e vestimenta para resolver seu problema. A fé é demonstrada por atitudes.
Também Tiago deixa claro que a língua é poderosa. Nossas palavras, nossa capacidade de abençoar ou maldizer pelas palavras é algo poderoso e não podemos misturar bênção com maldição nas atitudes práticas do que dizemos com nossa língua. Ou seja, bênção e maldição não são conceitos que ficam lá no céu, uma distante realidade. Tiago é muito prático e mostra que nossas palavras, do dia a dia, fabricam bênção e também fabricam maldição. Não é algo controlado por Deus ou um assunto que somente anjos e demônios dominam. É mais simples e cotidiano do que isso. Está ao nosso alcance, e Tiago é muito prático em explicar que quando dizemos algo para alguém que seja malicioso, estamos gerando maldição. Ou bênção, se dizemos algo bom. Ou seja, somos responsáveis, com nossos atos (neste caso, nossas palavras) de gerar bênção e maldição. Tiago usa exemplos e metáforas para nos fazer entender que nossa santidade deve escoher ser sempre benignos (dizer bênçãos) e que esta questão faz parte do nosso dia a dia, na prática.
Seu exemplos são tão claros e diretos que ele chega a ser contundente para alguns. Eu diria que um cristão imaturo não consegue ler Tiago sem se ofender ou se sentir diminuído. Porque Tiago coloca o dedo na ferida, é muito direto. Quando ele quer falar sobre acepção de pessoas, que não devemos agir desta forma, usa um exemplo de dois homens entrando no culto. Um bem vestido e bem tratado pelas pessoas da igreja. Outro maltrapilho e desprezado pelos participantes da igreja. E anuncia: “agistes com acepção de pessoas tratando diferentemente duas pessoas por causa de sua aparência”. Seus exemplos são claros, suas palavras diretas. Quem lê Tiago não pode dizer que não entendeu o que deve fazer para ser um verdadeiro cristão.
Ele ainda deixa muito claro que uma verdadeira religião se baseia em visitar (ir até, ajudar) viúvas e órfãos, explica que as tribulações têm um objetivo nas nossas vidas, e repete, quase que literalmente, as Palavras de Jesus ao dizer que não basta ouvir ou conhecer as escrituras, é preciso praticar o que se aprende. Este trecho pode inclusive ser considerado a base e a chave do livro de Tiago, ao citar a conclusão do Sermão do Monte de Jesus. Mas todo o livro de Tiago pode ser considerado uma explicação prática de todo o Sermão do Monte de Jesus. O livro de Tiago é pra ser lido e relido, de tempos em tempos, na igreja e individualmente. E pode ser usado como um balizador, onde cada um pode analisar se tem levado a vida cristã da forma como deve, e corrigir, quando for o caso. Porque Tiago termina deixando claro que “se alguém se tem desviado da verdade, se alguém o converter (fazer voltar à verdade), saiba que isso salva da morte uma alma (morte eterna) e cobre uma multidão de pecados”. Ou seja, Tiago deixa claro que há sempre espaço para o arrependimento e para o retorno a uma vida correta, santa, na presença de Deus.





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