segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Hebreus – Cristo é a realização plena da lei


Não temos certeza sobre quem escreveu Hebreus. Mas é um dos livros bíblicos mais teológicos. Para entender corretamente o livro de Hebreus, será necessário compreender bem a lei e o Antigo Testamento. Isso porque ele foi escrito para os judeus (ou hebreus) poderem fazer a transição entre a lei, a promessa do Messias e o seu advento e ministério. Para poder explicar corretamente o ministério de Jesus para que os Hebreus possam entender, este livro traz muitos exemplos das exigências da lei e compara com aquilo que Jesus fez e ensinou, a fim de mostrar que Ele, Jesus, é o cumprimento pleno de toda a lei e suas exigências.
Para quem não é judeu, se quisermos entender um pouco melhor o livro de Hebreus, seria bom dar uma boa lida no pentateuco, especialmente o livro de Levítico. Mas é nesse livro que vemos, por 2 vezes, a declaração de dizer explicitamente que a lei do Antigo Testamento era apenas uma sombra, um exemplo, uma amostra do propósito real e final de Deus, a ser realizado em Jesus Cristo.
Em Hebreus, podemos saber que tudo o que Deus ensinou no Antigo Testamento e fez com o seu povo, serve de exemplo para todos os cristãos, para todos os que desejam ter um relacionamento com Deus. Se Deus fez uma aliança com o povo judeu, muito mais fez, mediante a vida de Jesus Cristo, com todos aqueles que creem em Jesus. Se Deus deu mandamentos ao povo judeu, muito maior e abrangente foi o mandamento de amar a Deus e ao próximo, deixado por Jesus. Se havia sacrifício de animais para o perdão de pecados para o povo judeu, muito maior é o sacrifício do próprio filho de Deus, ao entregar a própria vida em resgate dos pecadores. Se Deus castigou seu povo hebreu por ter abandonado sua lei, muito maior castigo sofrerá aquele que desprezar o sacrifício de Jesus. O que Deus fez com os judeus, o livro de Hebreus deixa claro, é apenas uma sombra, uma amostra, um exemplo daquilo que ele faz com todos.
Em tudo, Hebreus deixa claro que a atual realidade, a Nova Aliança, depois do sacrifício de Jesus, é muito superior e mais excelente do que a Antiga Aliança. Não porque a antiga valesse menos, mas porque era o propósito de Deus, desde o início, usar o povo judeu como modelo de seu relacionamento, para que todos os povos entendessem como é que Deus trata seu povo, seus filhos. Se os judeus são grandemente abençoados quando são obedientes, assim o serão todos que obedecerem ao Senhor. Se o castigo pelos pecados é algo assustador para os judeus, como o foi o exílio, então devemos todos temer o castigo que nos espera, se não formos obedientes, pois será igualmente aterrador.
Estes extremos ficam claros no livro de Hebreus quando diz que aquele que desprezar o sacrifício de Jesus, depois de ter conhecido e experimentado a graça, não terá chance para novo arrependimento. Também é em Hebreus que vemos a dura realidade de que “horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”. Ou seja, em tudo, para bênção e justificação e para condenação, a nova aliança é superior à antiga. Esta é a tônica do livro de Hebreus.
As comparações têm por objetivo fazer os gentios entenderem quão grande significado tem o sacrifício de Jesus e fazer os judeus entenderem que aquela fase da lei foi um aprendizado dado por Deus a eles, mas que é hora de passarem para essa nova realidade, reconhecendo Jesus como o Messias prometido, o cumprimento das profecias e de toda a lei. Isso está claramente estabelecido em Hebreus. Aliás, o autor de Hebreus também deixa claro que faz parte do tratar de Deus com as pessoas (individualmente) e com seu povo (como um todo), o processo de progresso, aprendizado e crescimento em maturidade. Por isso, aceitar e entender a nova aliança faz parte deste crescimento.
O sacrifício de Jesus é único e supremo. E não há nada superior a isto.

Pr. Lucas Durigon

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segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Por que Deus fechou a porta da Arca?


Por que Deus fechou a porta da Arca?

E não abriu mais depois que o dilúvio começou.




Ao descrever o dilúvio e o momento em que todos entraram na arca, a Bíblia diz em Gn 7: 16 que “O Senhor fechou a porta da Arca”. Quero convidar a ter em mente também a exortação de Isaías: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.” (Is 55: 6) e a comparação feita por Jesus “E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.” (Lc 17: 26), além de lembrar do fato de que tudo o que aconteceu no tempo da lei (no Antigo Testamento), é sombra ou um exemplo para o que acontece e acontecerá depois, a partir da vinda de Jesus, assim como diz o autor de Hebreus: “Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas…” (Hb 10: 1) e “Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo” (Hb 8: 5).
Considerando o contexto bíblico como um todo, tomando estes versículos citados acima como exemplo, quero pensar no motivo pelo qual o Senhor fechou a porta da arca onde estavam Noé, sua família e os animais. Todos já estava lá dentro, seguros, pouco antes de iniciar o dilúvio (7 dias antes, segundo Gn 7: 10). Então o Senhor fecha a porta.
Sabemos que a porta ficava na lateral (segundo Gn 6: 16), mas não sabemos o tamanho da porta. Os elefantes tinham de passar por essa porta. As girafas também. E os hipopótamos, bois e outros grandes animais. Não era uma porta como as que temos na sala de casa. Era um tanto maior que isso. Mas não sabemos o tamanho exato. O que importa, neste momento, é saber que foi o próprio Deus que a fechou. E se Deus fechou, talvez ele quisesse garantir que ninguém, dos que estavam dentro da arca e dos que estavam por fora, a pudessem abrir. E por quê?
A Bíblia não diz, mas muitas imagens, filmes, quadros mostram o desespero de pessoas que ficaram fora, ao perceberem que o dilúvio era algo real, tentando entrar e pedir para Noé abrir, desesperadamente, a porta para que entrassem. Talvez alguns destes fossem amigos ou parentes da família de Noé (das esposas de seus filhos, por exemplo) e pedissem para abrir a porta enquanto ainda não tinham morrido afogados. E, talvez, não sabemos ao certo, mas podemos conjecturar, talvez alguém da família de Noé viesse a abrir a porta, sensibilizado pelo pedido de alguma mãe com uma criança do lado de fora. Não sabemos como foi exatamente este momento.
Mas sabemos que demorou cerca de 100 anos desde que foi avisado por Deus (Gn 5: 32, ele tinha 500 anos) e começou a pregar a todos daquela época, fazendo também a construção da arca, até o momento de vir o dilúvio (Gn 7: 11, ele tinha 600 anos). Durante muito tempo, Noé avisou. Noé pediu para o povo mudar de atitude. Pediu para que se arrependessem e mudassem seu comportamento. E isto enquanto construía a arca, que era uma atitude de pura fé, num tempo que nem chuva havia caído sobre a terra ainda. Ele fez a parte dele, em obediência a Deus, numa atitude de fé. Não sabemos os detalhes ou o conteúdo da sua pregação, mas Pedro diz que ele pregou (II Pe 2: 5).
Mas é preciso entender algo muito importante sobre o caráter de Deus, nesta questão. Ele deu uma chance de mais de um século de aviso. Ninguém ouviu. Quando chegou a hora do julgamento, aqueles que não tinham ouvido e viram a porta fechada, mesmo com a água batendo no pescoço, não tinham mais chance. O tempo havia acabado. O momento havia passado. Não adianta se arrepender quando a condenação já está acontecendo. Em outras palavras, depois que for para o inferno, ninguém mais conseguirá reverter a situação. Mas Deus avisa insistentemente, a fim de que as pessoas venham ao arrependimento.
Enquanto está esperando o julgamento, muitos desprezam e não acreditam que um dia, realmente, irá acontecer. E, quando acontece, não adianta mais. Porque querer se livrar e pedir perdão quando já se está sofrendo as consequências das próprias escolhas, não dá mais tempo para sair. Uma das características da fé que Deus pede de cada um de nós é que creiamos no seu aviso de julgamento a fim de mudarmos de vida enquanto o julgamento não chega. Enquanto está tudo (aparentemente) bem, devemos crer que o julgamento virá para temermos e fugirmos do pecado, a fim de corrermos em direção a Deus e a uma vida de santidade. Precisamos de fé para crer que essa condenação anunciada é real, que um dia acontecerá, e não tratarmos nossas atitudes como algo que não tem consequências.
A Bíblia não diz o que aconteceu com as pessoas que ficaram de fora da arca, em detalhes. Apenas que morreram afogadas. Não diz se tentaram entrar, se bateram na porta da arca depois desta estar fechada, se pediram para entrar quando a água subiu. Mas podemos imaginar que isto aconteceu com aqueles que estavam ali por perto.
Jesus contou também uma parábola sobre esta situação. A de Lázaro e o rico (Lc 16). Ambos morreram. O rico foi para um lugar de condenação, por causa de sua vida egoísta e de ostentação, sem arrependimento. Lázaro foi para o seio de Abraão. Depois de condenado, nem mudar sua sorte o rico podia, nem sequer mandar aviso para os que estavam em vida. A resposta de Abraão para o rico que pedia permissão para avisar seus parentes sobre aquele lugar de condenação é exatamente a fé que o Senhor pede de nós: “eles têm Moisés e os profetas. Se não creem neles, nem tampouco crerão em algum dos mortos que volte para avisar”. Ou seja, Deus pede que nossa fé seja firme em suas palavras, descritas em Sua Palavra, na Bíblia, ou Moisés e os profetas. Se não crermos nisso, antes, como ato de fé, não poderemos nos arrepender depois que estivermos vivendo esta realidade de uma condenação anunciada. Aí o tempo já acabou!
Assim como nos dias de Noé, quando chegar o tempo do acerto de contas, todos estarão vivendo suas vidas, sendo que uma grande parte ignorando a realidade do que está por vir. Mas, depois de chegar o dia e fechar a porta, as chances para se buscar ao Senhor estarão terminadas. Ninguém poderá buscar ao Senhor depois que tudo estiver consumado e finalizado. Devemos buscar ao Senhor durante o tempo ENQUANTO é possível encontrá-lo (Is 55: 6).
Como diz hebreus 11: 1, a fé é a prova do que está por vir, daquilo que podemos ter certeza por ter sido Deus quem prometeu, mesmo que não vejamos com nossos olhos. A fé é a prova do que ainda não existe, mas virá a existir. Tanto coisas boas, quanto más. Portanto, o inferno e a condenação, pela fé, são uma realidade. A condenação e o juízo final para cada ser humano, também. E a certeza de que para se buscar o arrependimento existe um tempo delimitado, que seja o desta vida na terra, também é uma certeza. Não adianta esperar para ver o que acontecerá depois, para só então tomar uma decisão e uma atitude. Porque, depois de se estar vivendo a realidade, não se pode mais dizer “agora eu acredito”.
Porque, depois disso, depois da realidade consumada, não é necessário mais fé para crer em algo que já se está vivendo. E Deus pede que tenhamos fé. Não apenas fé no céu, para desejar e buscar viver neste lugar maravilhoso. Fé também que existe um inferno e uma condenação, para aqueles que negarem viver conforme os preceitos de Deus. Um lugar é tão certo quanto o outro e ambos exigem fé para crer que existem.
Por que Deus fechou a porta da arca? É que, depois do dilúvio iniciado, fica fácil acreditar que teria um dilúvio. Mas o que Deus queria é que as pessoas acreditassem enquanto havia tempo de mudarem de vida e demonstrarem, pelas suas atitudes, uma atitude de arrependimento. Depois, não resolve mais. Deus fechou para dizer que existe um tempo delimitado. É um aviso que vale para todos nós, hoje em dia. O tempo vai acabar, a porta vai se fechar. Os avisos e chances que Deus dá terão um fim. As chances de mudança vão até certo momento. Depois, não adianta mais.
Atualmente, esta chance vai até o final de nossas vidas. Até nosso último suspiro, podemos nos arrepender e mudar de vida. Ou até a volta de Jesus.
Não vamos endurecer nossos corações para não crer. A porta, um dia, vai se fechar.


Pr. Lucas Durigon



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