segunda-feira, 23 de março de 2020

Inversão de Valores


O que justifica o ímpio, e o que condena o justo, 
tanto um como o outro são abomináveis ao Senhor.” 

Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; 
que fazem das trevas luz, e da luz trevas; 
e fazem do amargo doce, e do doce amargo!” 




Estamos vivendo tempos em que as pessoas estão perdendo a referência dos valores, do que é certo ou errado. A ideia de que tudo é relativo, inclusive a verdade, parece que faz com que as pessoas sintam-se no direito de criar sua própria verdade ou sua própria moral personalizada.
Nesta ideia, justifica-se dizendo ser amor a relação entre pessoas do mesmo sexo, por exemplo. Como se amor fosse definido pela atitude de troca de carícias ou a forma como se trata a outra pessoa.
Na mesma lógica, muitos tomam decisões em suas próprias vidas, supondo que vivem em redomas isoladas do mundo, pensando que suas próprias atitudes, na sua própria vida, não afeta ninguém ao redor. Por exemplo, se alguém mente sobre a renda familiar, para conseguir, no poder público, uma boa colocação para adquirir uma casa própria popular, pode pensar que sua mentira não prejudica ninguém. Mas alguém, que realmente precise da casa (ou pelo menos, numa intensidade maior, por ter mais necessidade) pode ficar de fora do benefício por ter a primeira pessoa mentido e não haver casas suficientes para todos que precisam. Aquela mentira “inocente” pode prejudicar, sim, outra pessoa. E, como não tem como sabermos se a mentira vai ou não prejudicar alguém realmente, o melhor seria seguir o conselho bíblico: não mentir. Mas muitos preferem relativizar, criar sua própria verdade, justificar-se dizendo que “minha mentira não vai prejudicar ninguém”, ou “eu preciso mais”, ou ainda “não tem outro jeito, se eu não ajeitar a realidade um pouquinho”, e daí, então, não tem problema, conforme pensa cada um. Como a pessoa sabe? Como vamos saber se não prejudica alguém?
A mentira, relações afetivas e outras situações da existência humana são permeadas de valores éticos e morais. Existem absolutos que não deveriam ser relativizados, para o bem de todos. Há absolutos que existem porque a vida é tão cheia de variantes, que seria virtualmente impossível a cada um de nós saber, com certeza, que minha atitude “inocente” não prejudica ninguém. Por isso, seguimos certos absolutos universais, certas regras que não deveriam mudar, que são válidas para todos, sem que para isso fiquemos arranjando exceção ou justificativa pessoal para essa ou aquela situação.
No mundo de hoje, o relativismo vem acompanhado do sofisma. Aquela meia verdade, ou uma mentira travestida de verdade para justificar certos atos que deveriam ser injustificáveis.
Se alguém comete um crime, por exemplo, precisa sofrer as consequências. Faz parte da vida. É a responsabilidade de responder pelos próprios atos, a fim de que cada um entenda que todo ato, bom ou mau, tem consequências. O perdão e o amor, presentes na Palavra de Deus, os quais eu prego e creio que devam ser praticados, não servem para tirar de alguém a responsabilidade pelo que cometeu. Se assim o fizermos, invariavelmente, a sociedade começará a pensar que pode-se fazer tudo porque Deus e todos perdoam mesmo, então não há consequências. O perdão e o amor é para que aquele ato possa ser neutralizado (quando possível), possa ser perdoado a fim de que a pessoa retome sua vida, para que não fique indefinidamente sendo julgada e condenada. Se ela não desejar o perdão, já irá passar a condenação no inferno, eternamente, o que já seria uma grande e grave consequência. Nesta vida, o perdão e o amor não podem ser relativizados, ao ponto de ignorar ou absolver sem pena nenhuma aqueles que cometeram atos graves contra outras vidas.
Muitos hoje que usam argumentos travestidos de “amor”, estão apenas tentando semear a irresponsabilidade, a inconsequência. É verdade que precisamos ajudar ao próximo, por exemplo, estender a mão ao necessitado, dar alimento ao faminto. São ensinamentos de Jesus. Mas a mesma bíblia também diz que “aquele que não quiser trabalhar, que não coma”. Perceba, que é aquele que não “quer” trabalhar. O que não pode, está impossibilitado, não consegue, temporária ou definitivamente, precisa sim da ajuda da sociedade, da igreja, do governo. Mas, usando-se uma desculpa, muitos “pegam carona” e, podendo, não querem se esforçar, para viver às custas de outros, por exemplo.
Essa inversão de valores, onde o preguiçoso se mostra como uma vítima necessitada, onde criminosos parecem merecer mais direitos que pais de família trabalhadores, onde o “amor”, ou a ideia errada dele é desculpa para todo tipo de aberração.
Veja, por exemplo, que há presos, em presídios, que recebem alimento de graça, sem precisar trabalhar, marmitas com carne, legumes etc., e muitos pais de família trabalhadores não têm condições de oferecer isso para seus filhos, por exemplo, e ainda há pessoas que acham que esses mesmos criminosos ainda precisam de mais e mais direitos! Enquanto pais de família precisam pagar por isso, e às vezes não conseguem, crianças em escolas, estudando, não têm a mesma qualidade de alimento dos presos. E estes, ainda, sentem-se no direito de “fazer greve” e jogar fora as marmitas para exigir algo melhor. Isso é inversão de valores. Se o pai de família precisa trabalhar duro para dar de comer aos seus filhos e a si mesmo, por que eu preciso, com meus impostos, pagar a comida de um criminoso condenado e ainda aceitar que ele exija o cardápio? Que não vá deixar ele passar fome, tudo bem, é compreensível e aceitável. Mas por que não pagar apenas o arroz com ovo e deixar que o prisioneiro, como qualquer pai de família livre, tenha de trabalhar e suar a camisa caso queira comer um bife? É este tipo de exemplo (e tantos outros) que são inversões de valores que precisam ser restabelecidos, porque Deus não aprova isso.
Essa inversão de valores, movida por sofismas, por falácias e falsos argumentos, por atitudes que condenam aquele que é justo e acabam inocentando aqueles que cometeram seus erros, não ajuda ninguém. Não ajuda a vítima do erro. Não ajuda quem comete o erro, o qual nunca irá perceber que precisa de uma mudança de atitude.
O bom mesmo é fazer o que é certo.
Mas como ter um referencial absoluto de certo e errado num mundo todo relativizado onde cada um tem a sua verdade? Eu sugiro buscarmos uma referência fixa e constante: a Palavra de Deus. Ali, temos as respostas, os referenciais absolutos.




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segunda-feira, 2 de março de 2020

Ezequiel – Deus julga e restaura em extremo


Ezequiel e Daniel, no Antigo Testamento, são os profetas que mais se aproximam da linguagem e mensagem do apocalipse. Inclusive, o estilo de texto usado por Ezequiel e Daniel é chamado de apocalíptico. Um dos principais assuntos nestes 2 profetas é sobre o juízo final de Deus, sendo narrado por linguagem com abundantes visões e parábolas, metáforas e símiles.
Falando mais especificamente de Ezequiel, por ser um livro 4 vezes maior que Daniel, contém muitas visões e parábolas, sendo que o próprio profeta assim reconhece ser considerado pelos outros. Visões como do vale de ossos secos e do rio da vida saindo do trono, parábolas como a fuga pelo buraco no muro e a da panela enriquecem o conteúdo do livro de Ezequiel.
Mas é importante dizer uma coisa sobre este profeta. Talvez este seja o livro mais extremista, no que se refere a mostrar o juízo e a condenação de Deus em paralelo com sua misericórdia e restauração. Se olharmos a maior parte do livro de Ezequiel, o julgamento de Deus é duro e extremo. Na profecia do duro julgamento contra o rei de Tiro (Ez 28), o profeta nos mostra o grande castigo que Deus deu a satanás, que foi expulso do céu, por querer ser mais do que Deus. É Ezequiel também que fala duramente contra os pastores que não cuidam de suas ovelhas, mas cuidam apenas de si mesmos (Ez 34). A responsabilidade do Atalaia, chamado para dar o aviso aos povos sobre o perigo de se viver longe de Deus, o perigo do pecado e as duras consequências que eles trazem, aparecem duas vezes no livro de Ezequiel, nos capítulos 3 e 33. Neste livro, Deus mostra toda sua ira para com o pecado e a vida que se vive longe Dele. Mas deixa claro também que Ele deseja restaurar qualquer vida, desde que se arrependa.
No momento de demonstrar o julgamento e o juízo, o profeta Ezequiel mostra isso de forma dura e contundente. A ira de Deus contra o pecado fica muito clara em Ezequiel.
Porém, quando a partir do capítulo 36 o profeta começa a demonstrar a restauração de Deus e o desejo que Deus tem de restaurar a vida daqueles que o buscam, também é feito de maneira profunda, com visões e parábolas maravilhosas. Se você ler os Salmos, poderá perceber em muitos dos seus cânticos uma estrutura que mostra o julgamento de Deus e sua palavra de esperança, de restauração e amor. Ezequiel é como um enorme salmo, neste sentido. A visão do vale de ossos secos é uma grande imagem apresentada por Ezequiel para mostrar como Deus é capaz de restaurar tudo, até o que estava ressecado, e tornar a dar vida. A visão do rio que cresce gradualmente, representando a presença de Deus, e que mostra uma pessoa atravessando-o e até mesmo nadando por ele, mostrando sua cura e restauração é realmente maravilhosa. Nesta parte final de Ezequiel, também mostra a restauração do templo e do altar.
Em tudo, Deus deseja restaurar seu povo, mas não tolera o pecado e a atitude que leva as pessoas em direção oposta ao amor de Deus. Esta realidade está clara e muito bem demonstrada em Ezequiel. Serve de exemplo para todos. Viver afastado de Deus traz julgamento. Ser restaurado por Deus, mediante arrependimento, traz cura.



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