segunda-feira, 25 de maio de 2020

Filipenses – íntima comunhão que gera edificação

Ao ler a carta que Paulo escreve aos Filipenses, a impressão que tenho é que nesta igreja, nesta cidade, Paulo tinha o seu círculo de amizades cristãs mais íntimo. Salta-me aos olhos a intimidade e a cumplicidade entre Paulo e esta igreja de Filipos, nesta carta. A comunhão e a intimidade é uma parte importante da vida cristã. Paulo se preocupa grandemente com a vida espiritual dos filipenses, a possível frustração e desânimo que pudessem ter frente às dificuldades de se viver retamente, mas o ensino que traz para encorajá-los a continuar vivendo conforme o evangelho é o próprio exemplo de vida, mostrando que mesmo nas aflições, Deus tornava em bênçãos as dificuldades e perseguições que sofria. Paulo não ensina aos Filipenses de uma forma teórica, mas compartilha das próprias experiências de vida, demonstrando que mesmo nas dificuldades, Deus era capaz de transformar em vantagens para o Seu Reino.
Alguns dos versículos chave mais usados pelos cristãos para encorajar uns aos outros são encontrados nos 4 capítulos de Filipenses: “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de Jesus Cristo” (1: 6); “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (1: 22); “Cada um considere os outros superiores a si mesmo” (2: 3); “prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (3: 14); “as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças.” (4: 6); “Posso todas as coisas naquele que me fortalece” (4: 13); “O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus” (4: 19), e tantos outros. Além de ser em Filipenses que Paulo revela a doutrina do esvaziamento de Cristo (Kenosis), pela qual Ele se tornou homem, abrindo mão de seus atributos de Deus enquanto aqui na terra, tornando-se obediente para cumprir o propósito de morrer na cruz e salvar a humanidade (2: 3-11).
Realmente, Filipenses é muito rico, sem ser pesado ou denso. Diferente de Romanos, por exemplo, um livro muito denso teologicamente falando, Filipenses tem um conteúdo leve e profundo. Paulo está, apesar das suas dificuldades, cheio de alegria ao escrever aos filipenses. Ele já começa dizendo que mesmo suas prisões trouxeram algo de bom para o Reino de Deus, ao fazer que alguns pregassem a Cristo mais ousadamente, depois de verem Paulo preso. Mas ele diz que isso foi bom, uma vez que Cristo foi pregado. Também conclui dizendo que não teria problema nenhum em morrer, por estar com Cristo seria seu melhor prêmio, mas vê também uma vantagem em estar neste mundo, para poder continuar pregando Cristo às pessoas.
Ou seja, em Filipenses, todas as adversidades têm seu motivo bom.
Paulo orienta os Filipenses a terem este tipo de pensamento, nas coisas boas, a serem gratos, a confiarem em Deus e em sua provisão através da oração que já vem acompanhada de gratidão. A usarem o exemplo do próprio Cristo, que sendo Deus não se aproveitou dessa vantagem de ser Deus, mas agiu nesta terra como homem, humilhando-se, obedecendo a Deus Pai, orando e limitando-se em tudo para nos dar o exemplo de que podemos vencer o pecado como homens. Em Filipenses, Paulo mostra como tem bons companheiros de ministério que o auxiliam e fazem um bom trabalho, citando Timóteo e Epafrodito, de forma elogiosa e cheia de gratidão.
Orienta os Filipenses a se alegrarem no Senhor e mostra que, mesmo que ainda não tenha alcançado todos os seus objetivos, ele não desanima nem desiste de continuar tentando, porque está olhando para o alvo final, que é Jesus Cristo, e assim, continua firme no propósito de se aperfeiçoar a cada dia, para se tornar à imagem de Cristo. Mesmo quando orienta-os a orar, pedindo o que precisam, já ensina que devemos ser agradecidos na oração.
Ao finalizar sua carta, demonstra toda sua gratidão pela ajuda financeira que os Filipenses lhe prestaram. E mostra que isso acrescentará bênçãos aos que ofertaram. Também diz que, desde o início, foram eles, os Filipenses que sempre apoiaram o seu ministério e foram atuantes no tocante a dar e a receber. Porque a dificuldade de um é a oportunidade para que outro manifeste o amor em atitudes.

Ou seja, em Filipenses, todas as adversidades têm seu bom propósito, e isto é motivo de alegria.




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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Efésios – a unidade nos dá forças


A cidade de Éfeso foi realmente um centro religioso na época dos apóstolos. Os irmãos efésios foram os únicos que receberam uma carta tanto de Paulo quanto de João, no livro do apocalipse (uma das cartas para as 7 igrejas do apocalipse). Pelo menos das que chegaram até nós na Bíblia. Além do cristianismo, Éfeso era a central de idolatria voltada a Diana, deusa da caça do panteão romano. E, provavelmente, outros deuses eram adorados nesta cidade pelos seus habitantes. Mesmo assim, uma forte igreja se estabeleceu ali. Tanto Paulo em sua epístola quanto João, nas cartas do apocalipse atestam isso. A fé e força desta igreja.
A carta de Paulo aos efésios é uma exortação à unidade e a uma vida de santidade que considera a grande obra feita por Jesus na cruz em nosso favor. Junto de Romanos, em efésios temos claro que a salvação é pela graça, mediante a fé. Que nada podemos fazer, por nossas próprias forças, que nos faça merecer a salvação. É algo muito precioso, muito valioso, muito grande e não nos é possível merecer, sob qualquer pretexto, tão grande salvação. Pelo contrário, Paulo deixa claro que somos nós é que devemos, após receber a salvação, dedicar uma vida de consagração a Deus justamente por causa da salvação recebida. Em Efésios, Paulo inverte a lógica de muitos hoje em dia, que pensam poder merecer salvação por causa de serem bons ou pelo que fazem e deixa claro que tudo o que fazemos é uma pequena resposta à grande salvação recebida.
Paulo divide o texto em 2 partes bem distintas em conteúdo e propósito e iguais em tamanho. Os primeiros três capítulos mostra a grandiosidade da obra de Cristo feita em nosso favor. Chega a pedir que Deus esclareça a eles a grandeza dessa obra, como que reconhecendo que por palavras escritas isso não seria possível, de tão grande que é, sendo que apenas o Espírito Santo poderia mostrar tal grandeza para cada um de nós. Em sua linguagem escrita, Paulo usa de muitos superlativos para demonstrar essa grandeza. “Riquíssimo em misericórdia” (Ef 2: 4), “todas as bênçãos espirituais” (Ef 1: 3), “sobreexcelente grandeza do seu poder” (Ef 1: 19) são alguns exemplos dessa linguagem que tenta transmitir tão grande salvação que foi dada por uma igualmente grande dedicação e sacrifício por parte de Jesus. Nesta parte, é onde Paulo chega a dizer que deseja que compreendamos a “largura, comprimento, altura e profundidade” do amor de Cristo. Ou seja, conhecer e experimentar esse amor em todas as suas dimensões, em todas as direções. Tudo é grande nesta parte, quando Paulo deixa claro que a obra de Cristo para nos salvar não tem preço. Termina o capítulo 3 com um “amém.”, como se fosse o final, mas realmente finalizando esta parte.
Nos outros três capítulos da carta (4 a 6), inicia dizendo “rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados”. E, com essa introdução, passa então a dizer como deve ser o comportamento e a vida daqueles que conheceram e usufruiram desta tão grande salvação. Uma vida que realmente responda dignamente ao presente recebido, de podermos morar com Deus no céu. Nesta segunda parte do livro, orientações práticas para a vida cristã, baseadas no fato de que devemos buscar viver desta forma digna para responder ao sacrifício de Jesus. A primeira questão é a unidade, que na verdade é o tema central desta carta. Deixa claro também que se recebemos a salvação como um presente, sem nada que tivéssemos feito por mérito para recebê-la, cabe a nós, agora, conservar e preservar esta salvação por uma vida e conduta santa e digna. Sequer palavras torpes devem ser pronunciadas por aqueles que receberam salvação por meio de Jesus Cristo (4: 29). Quem furtava, além de deixar o furto, ainda deve trabalhar para ter o que dividir com os necessitados.
A vida em família, na relação entre marido e mulher e entre pais e filhos é uma porção de destaque na vida santa que devemos ter para viver de forma santa e digna. Além disso, Paulo deixa claro, aqui em Efésios, que temos de nos manter vigilantes e conscientes de que nossas dificuldades e lutas têm origem no desejo do inimigo, através de uma grande estrutura de trabalho para o mal, em nos desviar de todo o propósito para salvação. Em Efésios há uma clara definição sobre a guerra espiritual na qual estamos inseridos e de que temos uma armadura para poder vencer esta guerra, com armas que Deus nos proveu, além da salvação dada por Cristo.


Pr. Lucas Durigon

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