segunda-feira, 8 de abril de 2024

Naum – Não desprezar as oportunidades que Deus nos dá

Ao ler o livro do profeta Naum, é muito importante termos em mente que o profeta Jonas profetizou pouco mais de 100 anos antes de Naum. E por que é importante saber sobre Jonas ao ler Naum? É que este profeta Naum fala da destruição de uma nação maldosa, sem misericórdia, sobre quem o Senhor irá trazer juízo e condenação. Uma nação que havia tido uma chance e já tinha ouvido a palavra do Senhor, pelo ministério do profeta Jonas, pouco mais de 100 anos antes!

Quem são os ninivitas? Nínive, capital do império da Assíria, abrigava um povo cruel e mau. Eles tinham por hábito torturar seus inimigos vencidos sem piedade. Mais de 1 século antes, o profeta Jonas advertiu os ninivitas sobre sua maldade, que seria castigada pelo Senhor e, naquela ocasião, eles se arrependeram. E, por isso, o Senhor não trouxe destruição naquela época, mas os perdoou.

Porém, as gerações seguintes dos ninivitas parece que não eram tão arrependida assim, e não quiseram permanecer no caminho que seus antepassados escolheram do arrependimento. E voltaram a ser os mesmos ninivitas crueis e maldosos que estavam acostumados a ser.

Desta vez, não haveria piedade.

A chance que Deus havia dado no passado através do profeta Jonas não foi aproveitada pelo povo de Nínive. Eles não souberam dar valor ao presente de Deus, de lhes manter sobre a face da terra por causa do seu arrependimento. Neste livro de Naum, Deus mostra que seu julgamento é certo sobre aqueles que não mantém uma vida de arrependimentos que um dia tiveram. Assim como diz em Ezequiel, se o ímpio se converter, então Deus lhe salva (como ocorreu com Nínive na época de Jonas), mas se o justo cometer iniquidade, receberá juízo, como está ocorrendo agora neste momento narrado por Naum.

Este profeta narra a história de um povo que não soube aproveitar a oportunidade que Deus lhe deu para o arrependimento, pois voltaram novamente suas atitudes para o mal e para o pecado e agora não escapariam da ira de Deus. É a história de um povo que desprezou Deus e estava sendo avisado de suas consequências.

O mais interessante no escrito de Naum é que, geralmente, por toda a Bíblia, Deus trata com seu povo de Israel, seu povo de Judá. Mas aqui é o julgamento sobre um povo ímpio que está sendo profetizado. Deus quer deixar claro que todos são alvo de seu cuidado, tanto de sua misericórdia para livrar quando há arrependimento, como ocorreu com este mesmo povo na época de Jonas, como para castigar e trazer juízo quando há impenitência, como é o caso de agora, nos tempos do profeta Naum.

O fato é que Deus deixa claro que não apenas seu povo de Israel está debaixo de seus olhos e terá bênçãos ou maldições, vida ou morte, recompensa ou castigo conforme suas ações, mas isso vale para todos os povos, e este tratamento dado por Deus a Nínive nos livros de Jonas e Naum é a prova disto.

O Senhor Deus deixa claro por meio de seu profeta Naum que Ele é um Deus zeloso, que castiga o mal e não deixa sem juízo aqueles que cometem pecados. Uma vez deu uma oportunidade e não há motivos para dar outra oportunidade, pois “Ele mesmo vos consumirá de todo; não se levantará por duas vezes a angústia” (1: 9). Deus já havia dado uma chance para Nínive. Agora era hora do julgamento. Assim como hoje, há uma chance aberta e disponível pela graça em Cristo, mas o tempo findará quando não haverá mais chance para ninguém.

Naum é um alerta a todos nós, para não desprezarmos as bênçãos e oportunidades que Deus nos dá, e estamos falando principalmente de salvação. De livramento.

Lucas Durigon




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segunda-feira, 1 de abril de 2024

Os vendedores de pombos



 No evangelho de João, cap. 2 e verso 16, encontramos a seguinte narrativa: “e disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes e não façais da casa de meu Pai casa de vendas”, no momento em que Jesus promovia a primeira purificação do templo, no início do seu ministério. Lá pro fim do seu ministério, o Senhor Jesus faria outra purificação (Mateus 21: 12-13), igual a esta.

Este fato é retratado no evangelho de João 2: 13-17, logo após ter realizado o milagre de transformar água em vinho (2: 1-12), que foi o primeiro milagre do seu ministério. Portanto, esta purificação foi feita no início do seu ministério. Em Mateus 21: 12-13, Marcos 11: 15-17 e Lucas 19: 45-46, a narração da purificação do templo ocorre depois de sua entrada triunfal em Jerusalém, 1 semana antes de sua morte e ressurreição, portanto já na sua última semana do seu ministério terreno. Com exceção de Lucas, todos citam o fato de Jesus ter dirigido uma palavra direta aos vendedores de pombos.

Jesus, ao ser apresentado no templo por ocasião da sua circuncisão, seus pais entregaram um par de pombas para oferta (Lucas 2: 24).

Eu sou daqueles que acredita que nada do que está na Bíblia é em vão. A menor informação, o menor detalhe, a citação que pareça mais inóspita está ali por algum motivo e Deus permitiu que fizesse parte da sua palavra para cumprir com um propósito. Sendo assim, a citação que venha a parecer sem a menor importância, quando faz parte da Palavra de Deus, tem sempre um significado maior.

Assim é com esta pequena citação quando, mesmo estando todos os vendedores ali, todos sendo expulsos por Jesus, o escritor do evangelho faz questão de destacar que Jesus se dirigiu, em um dado momento, direta e especificamente aos vendedores de pombos.

E por que esta distinção, em se tratando dos vendedores de pombos, se todos os outros vendedores (de ovelhas, bois etc.) estavam ali também? Por que destacar a fala de Jesus, dirigida aos vendedores deste tipo específico de animal?

Bem, antes de tudo, uma rápida contextualização do porquê os vendedores destes animais estavam ali no templo. É que, quando um judeu desejava (ou precisava) apresentar um sacrifício no templo, devia levar um animal para o sacrifício. Um tipo diferente de animal para cada tipo de sacrifício (_). Normalmente, ele levaria o animal de sua própria criação, do seu próprio rebanho. Mas um detalhe na lei de Deus permitia que o judeu que morasse longe, quando o caminho era longo, vendesse seu próprio animal na sua região, levando o dinheiro durante a viagem (mais fácil de transportar) para comprar outro animal equivalente quando chegasse ao templo para oferecer o sacrifício (_). Portanto, a própria lei de Deus permitia que houvesse um certo comércio, a fim de facilitar a vida daqueles que fariam o sacrifício e tivessem que viajar longas distâncias.

Mas, então, por que Jesus os expulsa, de forma tão vigorosa?

Será que Jesus não conhecia a lei que diz que era permitido essa venda, perto do templo, para quem viajasse de longe, a fim de não ter que transportar o pobre animal por uma longa distância? Eu acredito que essa lei era uma forma de facilitar para o ofertante, gerar economia e preservar o pobre animal da longa viagem.

Muitos poderiam argumentar, baseado nessa lei de Deus, que o quê Jesus fez era desnecessário ou exagerado. Mas essa citação de João nos traz luz sobre o que estava acontecendo.

Eu acredito que Jesus tinha 2 motivos básicos para fazer o que fez:

Primeiro, o fato de os vendedores estarem dentro do templo, na área interna do pátio que era destinada aos gentios e prosélitos (_). As vendas deveriam ser feitas para fora da área do templo, nos arredores, na cidade. Quando a lei do sacrifício e da venda-recompra do animal foi feita, talvez a intenção fosse de que, quando chegasse em Jerusalém, comprasse de algum criador. Talvez alguns vendedores, querendo obter vantagem no sentido de um melhor posicionamento perante os clientes, tivessem pensado que era melhor ir para dentro da área do templo, a fim de melhor captar os clientes que necessitavam do animal. O objetivo desta venda, quando a lei foi estabelecida, não era ter lucro. Pelo menos não um exorbitante. Talvez um lucro que compensasse a disposição do vendedor em oferecer o necessário animal para o sacrifício. O Senhor, ao fazer a lei, talvez esperasse que dentre os judeus que moravam perto do templo, percebessem o privilégio que tinham de não ter de viajar para longe a fim de cumprir com os rituais judaicos e ajudassem seus irmãos que vinham de longe, e precisavam recomprar animais para o sacrifício. Talvez o Senhor desejasse que os de perto abençoassem os de longe, vendendo com lucros saudáveis e aceitáveis, apenas para repor o animal do rebanho. Fariam isso em troca do privilégio de não terem de viajar longe para realizar seus sacrifícios de purificação. Era um irmão judeu ajudando outro. Mas talvez os de perto tivessem percebido na situação uma maneira de obter maior lucro, porque era obrigatório ter um animal para o sacrifício e eles talvez se aproveitassem disso para obter maior lucro! Talvez o objetivo não fosse realizar vendas e ter lucro. Muito menos dentro da área do templo! Jesus se irou.

E Jesus deixou claro que eles não deviam “fazer da casa do Pai local de vendas”.

Estes vendedores viram na lei de Deus uma oportunidade a mais de fazer um dinheiro extra e extrapolaram os direitos que a lei dava. Não agiram bem com seus irmãos judeus. Jesus os expulsa a todos do templo.

Então, o primeiro problema não era a venda em si. Mas o modo como estava sendo feita. Que os vendedores quisessem se aproveitar, de forma exacerbada, da posição privilegiada para vender mais. Que estivessem se aproveitando de uma permissão de Deus, para facilitar quem fizesse o sacrifício, e com isso tentassem obter mais lucro, talvez acima do justo. Que fizessem isso dentro de uma área santa, reservada a outro propósito, não o de venda, tornava o ato ainda mais motivo da ira demonstrada por Jesus, no zelo da casa do Pai (Salmos 69: 9; João 2: 17).

Então, quando Jesus diz “não façais da casa de meu Pai casa de vendas”, Ele está condenando o fato de que as vendas eram feitas no lugar errado. Talvez do jeito errado. Que o fizessem do lado de fora. Que ficasse claro que ali era lugar de oração e de buscar a presença de Deus, não de comércio.

Mas havia ainda o segundo problema. E, com relação a isso, Jesus se dirigiu especificamente aos vendedores de pombos. Ora, a venda também não seria uma atitude errada em si. Embora não devesse fazer isso dentro do templo, local santo. Mas com relação aos pombos, havia um outro problema. Talvez até mais sério.

Conforme Levítico cap. 5, haviam 3 categorias de oferta que poderiam ser apresentadas no templo para expiação do pecado. Fala de alguns tipos de pecado e de alguns tipos de oferta. Os tipos de oferta não estavam relacionadas aos tipos de pecado, mas à situação financeira do ofertante. Assim, em Levítico 5: 6 informa que uma cabrinha ou gado miúdo (bezerro?) deveria ser oferecido pela expiação do pecado. No verso 7, deixa claro que, se o pecador não tem dinheiro para oferecer o gado, que ofereça então 2 rolas ou 2 pombas. Isso, pelo fato de não ter condições de ofertar o gado. E ainda no verso 11, informa uma terceira categoria, pois se não tivessem condições de ofertar as rolas ou pombas, que ofertassem um pouco de farinha.

Ou seja, Deus não se importa com o valor da oferta, desde que, conforme a prosperidade de cada um, haja disposição em ofertar.

Então o pombo era para quem ofereceria uma oferta por não ter condições de ter, criar ou comprar um animal maior. É provável que sequer as pessoas tivessem criação de pombos/rolas. Provavelmente, bastaria capturá-las na natureza para ofertar. Seria o trabalho da captura, no lugar da criação, o que as pessoas ofereceriam. Chegando em Jerusalém alguém nestas condições financeiras, não teria de gastar. Bastaria capturar. Seria gratuito. Mas no templo, eles vendiam a pomba.

Ou seja, Deus permitiu que a pomba fosse oferecida em oferta por aqueles com pouca condição financeira. Talvez nem comprasse, mas capturasse para oferecer. A Bíblia não cita, em nenhuma parte, de alguém que tivesse criação de pombos. Mas os vendedores do templo as capturavam nos arredores de Jerusalém e as ofereciam para venda, por um preço que talvez fosse abusivo, exploratório. E, nesta situação, os pobres eram extorquidos ou impedidos de oferecerem sua oferta.

Ainda mais. Se os vendedores capturavam estas aves nos arredores, haveria escassez de aves livres para que os viajantes que desejassem dar a oferta de pombos o pudessem capturar e ofertar. Seriam obrigados a comprar dos vendedores. Assim, além de cobrar um preço por algo que poderia ser gratuito, sua atitude ainda impediam as pessoas de tentar buscar gratuito. Tiravam delas a opção de fazer a oferta sem custo financeiro, apenas com o custo do trabalho da captura.

Nesta situação, a ira de Jesus foi ainda mais severa com os vendedores de pombos, que prejudicavam (ou até impediam) os mais pobres de oferecerem sua oferta. Talvez o preço dos pombos fosse exagerado. Não sabemos os detalhes. Sabemos que Jesus os chamou de ladrões e salteadores.

A indignação de Jesus era com todos os vendedores. E era maior e mais específica com aqueles que prejudicavam os mais vulneráveis dos seus irmãos judeus: os pobres. Jesus direcionou uma palavra específica a estes: não façais da casa de meu Pai covil de ladrões e salteadores.

  

No evangelho de João, cap. 2 e verso 16, encontramos a seguinte narrativa: “e disse aos que vendiam pombos: Tirai daqui estes e não façais da casa de meu Pai casa de vendas”, no momento em que Jesus promovia a primeira purificação do templo, no início do seu ministério. Lá pro fim do seu ministério, o Senhor Jesus faria outra purificação (Mateus 21: 12-13), igual a esta.

Este fato é retratado no evangelho de João 2: 13-17, logo após ter realizado o milagre de transformar água em vinho (2: 1-12), que foi o primeiro milagre do seu ministério. Portanto, esta purificação foi feita no início do seu ministério. Em Mateus 21: 12-13, Marcos 11: 15-17 e Lucas 19: 45-46, a narração da purificação do templo ocorre depois de sua entrada triunfal em Jerusalém, 1 semana antes de sua morte e ressurreição, portanto já na sua última semana do seu ministério terreno. Com exceção de Lucas, todos citam o fato de Jesus ter dirigido uma palavra direta aos vendedores de pombos.

Jesus, ao ser apresentado no templo por ocasião da sua circuncisão, seus pais entregaram um par de pombas para oferta (Lucas 2: 24).

Eu sou daqueles que acredita que nada do que está na Bíblia é em vão. A menor informação, o menor detalhe, a citação que pareça mais inóspita está ali por algum motivo e Deus permitiu que fizesse parte da sua palavra para cumprir com um propósito. Sendo assim, a citação que venha a parecer sem a menor importância, quando faz parte da Palavra de Deus, tem sempre um significado maior.

Assim é com esta pequena citação quando, mesmo estando todos os vendedores ali, todos sendo expulsos por Jesus, o escritor do evangelho faz questão de destacar que Jesus se dirigiu, em um dado momento, direta e especificamente aos vendedores de pombos.

E por que esta distinção, em se tratando dos vendedores de pombos, se todos os outros vendedores (de ovelhas, bois etc.) estavam ali também? Por que destacar a fala de Jesus, dirigida aos vendedores deste tipo específico de animal?

Bem, antes de tudo, uma rápida contextualização do porquê os vendedores destes animais estavam ali no templo. É que, quando um judeu desejava (ou precisava) apresentar um sacrifício no templo, devia levar um animal para o sacrifício. Um tipo diferente de animal para cada tipo de sacrifício (_). Normalmente, ele levaria o animal de sua própria criação, do seu próprio rebanho. Mas um detalhe na lei de Deus permitia que o judeu que morasse longe, quando o caminho era longo, vendesse seu próprio animal na sua região, levando o dinheiro durante a viagem (mais fácil de transportar) para comprar outro animal equivalente quando chegasse ao templo para oferecer o sacrifício (_). Portanto, a própria lei de Deus permitia que houvesse um certo comércio, a fim de facilitar a vida daqueles que fariam o sacrifício e tivessem que viajar longas distâncias.

Mas, então, por que Jesus os expulsa, de forma tão vigorosa?

Será que Jesus não conhecia a lei que diz que era permitido essa venda, perto do templo, para quem viajasse de longe, a fim de não ter que transportar o pobre animal por uma longa distância? Eu acredito que essa lei era uma forma de facilitar para o ofertante, gerar economia e preservar o pobre animal da longa viagem.

Muitos poderiam argumentar, baseado nessa lei de Deus, que o quê Jesus fez era desnecessário ou exagerado. Mas essa citação de João nos traz luz sobre o que estava acontecendo.

Eu acredito que Jesus tinha 2 motivos básicos para fazer o que fez:

Primeiro, o fato de os vendedores estarem dentro do templo, na área interna do pátio que era destinada aos gentios e prosélitos (_). As vendas deveriam ser feitas para fora da área do templo, nos arredores, na cidade. Quando a lei do sacrifício e da venda-recompra do animal foi feita, talvez a intenção fosse de que, quando chegasse em Jerusalém, comprasse de algum criador. Talvez alguns vendedores, querendo obter vantagem no sentido de um melhor posicionamento perante os clientes, tivessem pensado que era melhor ir para dentro da área do templo, a fim de melhor captar os clientes que necessitavam do animal. O objetivo desta venda, quando a lei foi estabelecida, não era ter lucro. Pelo menos não um exorbitante. Talvez um lucro que compensasse a disposição do vendedor em oferecer o necessário animal para o sacrifício. O Senhor, ao fazer a lei, talvez esperasse que dentre os judeus que moravam perto do templo, percebessem o privilégio que tinham de não ter de viajar para longe a fim de cumprir com os rituais judaicos e ajudassem seus irmãos que vinham de longe, e precisavam recomprar animais para o sacrifício. Talvez o Senhor desejasse que os de perto abençoassem os de longe, vendendo com lucros saudáveis e aceitáveis, apenas para repor o animal do rebanho. Fariam isso em troca do privilégio de não terem de viajar longe para realizar seus sacrifícios de purificação. Era um irmão judeu ajudando outro. Mas talvez os de perto tivessem percebido na situação uma maneira de obter maior lucro, porque era obrigatório ter um animal para o sacrifício e eles talvez se aproveitassem disso para obter maior lucro! Talvez o objetivo não fosse realizar vendas e ter lucro. Muito menos dentro da área do templo! Jesus se irou.

E Jesus deixou claro que eles não deviam “fazer da casa do Pai local de vendas”.

Estes vendedores viram na lei de Deus uma oportunidade a mais de fazer um dinheiro extra e extrapolaram os direitos que a lei dava. Não agiram bem com seus irmãos judeus. Jesus os expulsa a todos do templo.

Então, o primeiro problema não era a venda em si. Mas o modo como estava sendo feita. Que os vendedores quisessem se aproveitar, de forma exacerbada, da posição privilegiada para vender mais. Que estivessem se aproveitando de uma permissão de Deus, para facilitar quem fizesse o sacrifício, e com isso tentassem obter mais lucro, talvez acima do justo. Que fizessem isso dentro de uma área santa, reservada a outro propósito, não o de venda, tornava o ato ainda mais motivo da ira demonstrada por Jesus, no zelo da casa do Pai (Salmos 69: 9; João 2: 17).

Então, quando Jesus diz “não façais da casa de meu Pai casa de vendas”, Ele está condenando o fato de que as vendas eram feitas no lugar errado. Talvez do jeito errado. Que o fizessem do lado de fora. Que ficasse claro que ali era lugar de oração e de buscar a presença de Deus, não de comércio.

Mas havia ainda o segundo problema. E, com relação a isso, Jesus se dirigiu especificamente aos vendedores de pombos. Ora, a venda também não seria uma atitude errada em si. Embora não devesse fazer isso dentro do templo, local santo. Mas com relação aos pombos, havia um outro problema. Talvez até mais sério.

Conforme Levítico cap. 5, haviam 3 categorias de oferta que poderiam ser apresentadas no templo para expiação do pecado. Fala de alguns tipos de pecado e de alguns tipos de oferta. Os tipos de oferta não estavam relacionadas aos tipos de pecado, mas à situação financeira do ofertante. Assim, em Levítico 5: 6 informa que uma cabrinha ou gado miúdo (bezerro?) deveria ser oferecido pela expiação do pecado. No verso 7, deixa claro que, se o pecador não tem dinheiro para oferecer o gado, que ofereça então 2 rolas ou 2 pombas. Isso, pelo fato de não ter condições de ofertar o gado. E ainda no verso 11, informa uma terceira categoria, pois se não tivessem condições de ofertar as rolas ou pombas, que ofertassem um pouco de farinha.

Ou seja, Deus não se importa com o valor da oferta, desde que, conforme a prosperidade de cada um, haja disposição em ofertar.

Então o pombo era para quem ofereceria uma oferta por não ter condições de ter, criar ou comprar um animal maior. É provável que sequer as pessoas tivessem criação de pombos/rolas. Provavelmente, bastaria capturá-las na natureza para ofertar. Seria o trabalho da captura, no lugar da criação, o que as pessoas ofereceriam. Chegando em Jerusalém alguém nestas condições financeiras, não teria de gastar. Bastaria capturar. Seria gratuito. Mas no templo, eles vendiam a pomba.

Ou seja, Deus permitiu que a pomba fosse oferecida em oferta por aqueles com pouca condição financeira. Talvez nem comprasse, mas capturasse para oferecer. A Bíblia não cita, em nenhuma parte, de alguém que tivesse criação de pombos. Mas os vendedores do templo as capturavam nos arredores de Jerusalém e as ofereciam para venda, por um preço que talvez fosse abusivo, exploratório. E, nesta situação, os pobres eram extorquidos ou impedidos de oferecerem sua oferta.

Ainda mais. Se os vendedores capturavam estas aves nos arredores, haveria escassez de aves livres para que os viajantes que desejassem dar a oferta de pombos o pudessem capturar e ofertar. Seriam obrigados a comprar dos vendedores. Assim, além de cobrar um preço por algo que poderia ser gratuito, sua atitude ainda impediam as pessoas de tentar buscar gratuito. Tiravam delas a opção de fazer a oferta sem custo financeiro, apenas com o custo do trabalho da captura.

Nesta situação, a ira de Jesus foi ainda mais severa com os vendedores de pombos, que prejudicavam (ou até impediam) os mais pobres de oferecerem sua oferta. Talvez o preço dos pombos fosse exagerado. Não sabemos os detalhes. Sabemos que Jesus os chamou de ladrões e salteadores.

A indignação de Jesus era com todos os vendedores. E era maior e mais específica com aqueles que prejudicavam os mais vulneráveis dos seus irmãos judeus: os pobres. Jesus direcionou uma palavra específica a estes: não façais da casa de meu Pai covil de ladrões e salteadores.

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