sábado, 30 de maio de 2015

A árvore do Éden precisava estar lá?

Se Deus sabia que o homem ia pecar, 
por que colocou a árvore no meio do jardim 
que não podia tocar?



Se Deus já sabia, antes de acontecer, que o homem iria pecar, não teria sido melhor, mais fácil para todos se Ele nem tivesse colocado aquela árvore no meio do jardim? Afinal, se ele não tivesse colocado aquela árvore ali, o homem com certeza não teria como pecar. Por que Deus precisaria “testar o homem”?
Este tipo de pergunta muitos fazem por pensar que a solução para os problemas da humanidade seria não haver cometido aquele primeiro pecado. E, se Deus não tivesse dado alguma coisa que pudesse fazer o homem pecar, então o pecado não existiria e, consequentemente, nada de ruim do que conhecemos na humanidade existiria.
Muitos dizem que Deus “se arriscou” muito ao dar este tipo de teste ao homem.
Mas será mesmo?
Deus disse assim na Bíblia, em Gênesis 2: “7Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente. 8E plantou o SENHOR Deus um jardim no Éden, na direção do Oriente, e pôs nele o homem que havia formado. 9Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvores agradáveis à vista e boas para alimento; e também a árvore da vida no meio do jardim e a árvore do conhecimento do bem e do mal. … 15Tomou, pois, o SENHOR Deus ao homem e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar. 16E o SENHOR Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, 17mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Então foi Deus quem fez o jardim, quem fez o homem, colocou ele no meio do jardim. Deu tudo o mais para o homem e o proibiu de apenas 1 coisa: da árvore da ciência do bem e do mal. Além de todas as árvores e tudo o que Deus havia feito para o homem, fez também a árvore da vida. Ou seja, colocou ali a escolha para o homem: a árvore da vida, e a árvore da ciência do bem e do mal, aquela que se o homem comesse do seu fruto, morreria! Pode-se dizer que Deus colocou ali perante o homem uma escolha, entre a vida e a morte (simbolizadas em duas árvores).
Neste momento de Gênesis, Deus já poderia ter dito o que disse em Deuteronômio 30: 19 “Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência,” Isso que Deus propõe ao homem foi dito em Deuteronômio, depois de dar ao homem a sua lei. Depois de dizer, em detalhes, o que o homem deveria ou não fazer. O que era permitido ou não: por exemplo, não poderia matar. Nem adorar outros deuses. E outras coisas. Em Deuteronômio, Deus propõe claramente uma escolha. Fala de forma explícita. Vida ou morte. E dá um conselho: escolhe a vida. Mas em Gênesis, embora a linguagem, a forma de dizer tenha sido simbólica (na figura de 2 árvores), o que Deus disse foi a mesma coisa: “De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás, porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.
Eu diria até que a opção dada ao homem em Gênesis foi infinitamente mais generosa. Tinha apenas 1 que não podia. Mas todas as outras estavam permitidas ao homem. Inclusive a árvore da vida. Ele só proibiu a árvore da vida ao homem depois de Adão e Eva terem cometido pecado: Gênesis 3: 22-24 “22Então, disse o SENHOR Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente. 23O SENHOR Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado. 24E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.
Mas mesmo com tantas opções, qual foi justamente a que Adão e Eva escolheram? Foi aquela que não podia. A proibida. Sabemos que a serpente, satanás, levou Eva a comer o fruto, através de mentiras e mostrando aparências. E Eva levou Adão a comer também. Logo após isso, Deus vem em direção ao homem, que se esconde e Deus pergunta a Adão se ele tinha comido do fruto. Isso porque Adão não confessou logo o que tinha feito, quando Deus lhe perguntou onde ele estava.
O fruto proibido representava a Lei de Deus naquele início. Deus não havia enviado os 10 mandamentos, nem dado outras ordens. Apenas 1: não comer do fruto. Era uma orientação clara e simples para que Adão soubesse o que poderia fazer (crescer, multiplicar, comer de todo o resto, desfrutar do jardim do Éden, inclusive da Árvore da Vida etc.) e o que não poderia fazer (comer daquela árvore específica). Se Deus não desse uma lei, não faria sentido limitar o homem em suas atitudes. A limitação, a “cerca” para as atitudes do homem foi colocada antes e avisada. Bastava ao homem respeitar esse limite.
Esta limitação significava dizer que Deus queria manter em ordem as coisas, deixando claro quem é que mandava ali. Deus precisava deixar claro que Ele ainda continuava sendo Deus, mesmo tendo dado tanta liberdade ao homem. Deus queria deixar claro que Ele, o criador, ainda comandava as coisas. E, se é assim, foi justo e bom, da parte de Deus, deixar isso claro. O que não seria justo é ter o poder de mandar (como Deus tem), não avisar ao homem e pegar o homem de surpresa a cada desobediência feita. Imagine que não houvesse aquela proibição, clara e específica. Então o homem começasse a comer alguns frutos. Mas de repente Deus falasse, de supresa: “não Adão. Esse não pode!” e Adão fosse pego de surpresa, largasse assustado o fruto e fosse comer outro. Mas Deus também falasse: “Não, Adão. Esse também não!” Depois da 5ª ou 7ª tentativa, Adão poderia ter dito: “Puxa vida, Deus. Então me diz o que pode e o que não pode!” Adão teria pedido para Deus lhe impor a lei. A regra.
Mas se fosse assim, tudo de surpresa, sem aviso prévio, então o homem poderia se sentir inseguro, sempre se perguntando: “será que esse pode ou não?” Poderia ser que o homem começasse a ter dúvidas, a não querer experimentar nada. Mas Deus não fez isso. Seria sarcástico, da parte de Deus, se tivesse feito assim. Deus deixou claro, logo no início, o que não poderia. E era apenas 1 item. Todo o resto era permitido. Era como se o Senhor dissesse: “Adão, isso não pode. Mas fique à vontade quanto ao resto”. O problema é que o homem desprezou o resto, inclusive a Árvore da Vida. E escolheu justamente o que não podia. Essa tem sido a tendência de escolha do homem a cada dia, de cada homem na face da terra, ao longo de sua história sobre a terra.
Adão poderia se confundir com o Criador. Mesmo depois de ter feito tudo para o homem (o mundo), de ter liberado tudo para o homem (tudo o que havia no jardim), depois de ter dado o domínio ao homem, de dar ao homem a honra de escolher o nome de cada ente da criação, este poderia pensar que podia tudo e que não havia limites para o que intentasse fazer. No episódio da torre de babel, Deus diz em Gênesis 11: 6 “e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm a mesma linguagem. Isto é apenas o começo; agora não haverá restrição para tudo que intentam fazer.”. Se Deus não tivesse limitado Adão, este poderia pensar que poderia tudo. No futuro, com as pessoas que começaram a construir a Torre de Babel, foi exatamente isso que aconteceu.
Muitos perguntam hoje se pode haver uma moralidade, uma limitação moral, se Deus sequer existisse. Muitos ateus dizem ser possível ter uma atitude moral sem que Deus faça parte disso. Na bíblia, temos alguns exemplos de que deixar o homem livre o torna pecador.
Se Deus não tivesse colocado limites, se não tivesse proibido o homem de comer o fruto proibido, se não tivesse deixado claro quais eram as regras e as punições se fossem desobedecidas, então Deus seria injusto. Teria sido injusto cobrar do homem por algo que o homem nem sabia ser proibido. Mas também possibilitou outro exemplo, para mostrar o que o homem faria se o Senhor não o tivesse limitado.
Vamos imaginar agora se aquel árvore não estivesse ali. Talvez o homem permanecesse um tempo sem pecar. Mas no futuro poderia cometer um pecado, digamos um assassinato como Caim fez com Abel. Então, se Deus resolvesse punir o homem por algo assim, Adão poderia responder: “Ei, Deus, espera um pouco. Quem disse que eu não posso matar alguém? Ninguém nunca me proibiu disso.” Neste caso, se nunca tivesse havido um limite da parte de Deus, deixando claro que se o homem transgredir esse limite ele seria punido, então Adão poderia dizer não ser justo da parte de Deus receber uma punição por algo que ele não sabia, que ele não foi avisado.

Mas permanece a pergunta: Não seria melhor se Deus não tivesse dado nenhum aviso ao homem? Deixasse ele livre para viver? Talvez aí o homem não tivesse cometido pecado nenhum. Alguns podem dizer: “será que não foi o fato de Deus ter falado que não podia que teria despertado a curiosidade no homem?” Alguns querem colocar a culpa em Deus pelo pecado do homem: “foi Deus quem despertou a curiosidade de Adão e Eva quando disse que não podiam tocar no fruto”. Mas, para isso, temos outro exemplo na Bíblia. Depois do pecado ter entrado no mundo através da desobediência, vemos o relato de que Caim matou Abel em Gênesis 4: 8-16. Neste caso, Deus não havia “despertado a curiosidade” de Caim. Nem a serpente veio a ele para lhe influenciar. Mas Caim mesmo, motivado pelo sentimento que nasceu e cresceu em seu coração, matou seu irmão.
E interessante é que Deus, depois do ato de Caim, fez a ele o mesmo tipo de pergunta que tinha feito a Adão: “onde está?” Neste caso, podemos observar que Caim não se escondeu. Mas matou seu irmão e ficou por ali. Deus então perguntou onde estaria Abel? E Caim sequer responde a Deus que estava com medo e havia se escondido. Ele não teve vergonha, medo, nem se escondeu. Ele “encarou” Deus!
O que fez Caim não sentir vergonha de Deus? Ele não havia recebido a advertência de Deus para não fazer o que fez. E, quando o fez, não teve vergonha, medo de Deus nem arrependimento. Teria Caim pensado que, porque Deus não proibiu, então não era proibido?
Temos dois exemplos logo nos primeiros capítulos de Gênesis, mostrando que a tendência do coração do homem é ao pecado, seja influenciado por satanás ou por sua própria concupiscência. No primeiro exemplo, com Adão e Eva, Deus dando uma proibição. No segundo exemplo, com Caim e Abel, sem que Deus tenha feito qualquer advertência. Nos dois casos, o homem se deu ao pecado.

O que Deus queria mostrar? Não teria feito diferença, quanto a cometer pecado, se o homem recebesse ou não uma advertência, uma ordem. O fato é que o pecado sempre fez parte da vida do homem. Ele tende ao pecado, por influência de satanás ou por vontade própria. Deus colocar o fruto ali, no jardim, para dar os limites ao homem, lembrar-lhe quem é que manda e deixar claro que a punição era devido a uma transgressão bem definida foi um ato de amor da parte de Deus. Sem isso, o homem estaria perdido, literalmente sem rumo ou sem saber o que fazer. A árvore no jardim (1 proibida), com tantas outras permitidas, mostra a graça e a misericórdia de um Deus que deseja dar tudo ao homem, só pede obediência e reverência. 
Até hoje é assim.

Pr. Lucas Durigon

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