Pecado é pecado. Isso é verdade.
Não existe “pecado”, “pecadinho” e “pecadão”.
Todos ferem a santidade de Deus.
Se houver arrependimento, a todos Deus perdoa.
Mas há uma grande
diferença, do ponto de vista da dificuldade ou não do pecador se
arrepender, entre pecados cometidos apenas uma vez, ou
esporadicamente, como momentos de fraqueza e o pecado que faz parte
da vida e do caráter de alguém, pelo qual não há mais
arrependimento e do qual não se procura mais corrigir, que o torna
reprovável ao Senhor.
A palavra de Deus nos deixa claro em I João 2: 1 que a orientação
de Deus é para que não pequemos. É para que evitemos e lutemos
contra o pecado. Toda orientação de Deus visa que fujamos do
pecado. Não podemos brincar com ele como se fosse um bichinho de
estimação. O pecado está mais para um animal selvagem não
domesticado. No mesmo versículo, entretanto nos deixa claro que, se
pecarmos, temos um advogado junto a Deus, o Pai, o qual é Jesus
Cristo, o Justo. Ele é justo. João, que escreve este versículo, é
um apóstolo conhecido pela sua característica de demonstrar amor.
Ele é o mesmo que nos deixa claro que o amor é o oposto do pecado.
João reflete, na verdade, a característica do amor de Deus. E, por
este amor, o desejo de Deus é que todos venham à salvação (I Tm
2: 3-4), que nenhum se perca (Jo 6: 39), que ninguém seja condenado.
Este é o desejo de Deus e Ele fornece todas as possibilidades para
que todos sejam salvos. Porém, Ele também é justo. E Jesus é
justo, “o” justo. Por isso, embora Ele, o Senhor, deseje que
todos venham a se salvar, não fará isso à custa de transgredir a
própria lei.
Para aqueles que cometeram um pecado, que escorregaram ou tropeçaram
em suas atitudes e ofenderam a Deus, mesmo desejando acertar, digo
que não estão sozinhos. Paulo dizia que muitas vezes não fazia o
bem que queria, mas acabava executando o mal que não queria (Rm 7:
14-25). Mas o desejo do coração e a tentativa eram pra fazer o bem.
Claro que, para Deus, não podemos isolar a intenção da ação.
Elas são consideradas juntas e Deus sonda os corações para ver o
que mais ninguém é capaz de ver. Apenas dizer que queria fazer o
bem, mas no fundo não queria ou, na verdade, não estava nem se
importando com as consequências da própria atitude tem um
significado. Mas quando, apesar da sincera busca da santidade, apesar
da tentativa de manter-se puro, ainda assim ocorre um tropeção,
comete-se um pecado, talvez levado por uma situação, ou induzido
por alguém, então o verdadeiro servo de Deus, que deseja manter-se
puro com Deus, irá buscar imediatamente a correção do pecado, o
perdão de Deus mediante seu sincero e imediato arrependimento. É
para este tipo de pessoa, com este tipo de atitude, que Deus declara:
“estas coisas vos escrevo para que não pequeis, todavia, se
pecardes, tendes um advogado perante o pai, Jesus Cristo o Justo”.
Este versículo não é para ser usado a todo momento, com pecados
que se cometem diariamente, inconsequentemente, de maneira
irresponsável. Um advogado não é para as situações cotidianas.
Paulo disse que às vezes faz o que não deseja. A intenção e o
desejo é fazer o certo, mas ele não consegue. Como muitos de nós,
muitas vezes. Esse tipo de situação, em que, mesmo querendo e
lutando para fazer o bem, somos tentados e levados a cometer o mal, a
cometer pecado, então nestes casos, nos achegamos a Deus, pedimos
sua ajuda e o nosso advogado, Jesus, nos defende.
A estas, o apóstolo Paulo, dirigindo-se a Timóteo primeiramente,
diz que todos devemos nos fortalecer na graça (II Tm 2: 1). Ou seja,
o pecado cometido uma vez, o esporádico, o “sem querer”, aquele
que, sinceramente, não se buscou, mas aconteceu, será objeto da
graça de Jesus, o advogado que irá defender, desde que a pessoa
busque o perdão. Nem neste caso, deve-se ignorar o fato que o perdão
vem de um verdadeiro arrependimento, daquele que pede, que clama, que
implora o perdão do pecado que poderia condená-lo eternamente. Mas
estes são os que têm um coração quebrantado, prontos a perceber
seu pecado e chorar por ele.
Veja Davi, no exemplo da atitude dele. Adulterou com a mulher de
Urias e ainda matou a este pelas mãos dos filisteus. Ficou no seu
templo, sem se arrepender, talvez por pensar que era rei e podia
fazer o que queria, talvez por não considerar que o que tinha feito
era um pecado. Mas Deus envia um profeta e lhe mostra, através de
uma parábola, a gravidade do seu pecado. Então, Davi não
questiona, não argumenta. Apenas reconhece o seu pecado e chora.
Amargamente.
Mas o que dizer daquela pessoa que já não vê mais consequência no
pecado, que pensa que não será pega, nem sofrerá julgamento, ou
que ninguém está vendo e, portanto, pode fazer o que quiser. E, por
isso mesmo, tanto seu coração, sua intenção, quanto suas atitudes
inclinam-se a fazer o mal constantemente, a pecar sem pensar nas
consequências, a não mais temer o aviso de Deus sobre o seu
julgamento.
A estes, que depois de um tempo, têm seu coração e mente
cauterizados (I Tm 4: 2), que por esta atitude de insistir no pecado,
apesar dos avisos do Espírito Santo já não são capazes de ouvir
mais a Sua voz, a voz na sua consciência alertando do perigo e que,
por isso, em suas vidas, calaram a voz do Espírito (I Ts 5: 19), a
estes já não resta mais sacrifício que possa trazer perdão de
pecados (Hb 10: 26). Porque vilipendiaram o sacrifícios de Jesus,
ridicularizaram e desprezaram o que Jesus fez por nós na cruz do
calvário. Estes não entendem as consequências eternas do pecado e
pensam que, por não sofrerem consequências imediatas dos seus
pecados, nunca as sofrerão. Ignoram o fato que algumas consequências
são imediatas, outras não (I Tm 5: 24).
Veja Adão, o qual desobedeceu a Deus, se escondeu porque percebeu o
que tinha feito, mas não teve a atitude de pedir perdão. Mesmo
quando Deus o questiona sobre sua atitude, ele não se arrepende, mas
transfere a responsabilidade para sua mulher.
Então, temos por um lado, aquela pessoa sincera, que busca de
verdade a santidade e fazer a vontade de Deus, mas que pode cair.
Deus deixa claro que ele sabe que nossa natureza é pecaminosa, que
nossa carne tende para o pecado, pois é uma carne fraca (Mt 26: 41;
Mc 14: 38), mas espera que haja disposição em ouvir a advertência
do Espírito Santo e que, quando não se puder evitar o pecado, então
que pelo menos haja arrependimento e pedido de perdão.
Por outro lado, há aqueles que nunca reconhecem o que fazem de
errado. Sempre encontram outros culpados, sempre têm um motivo para
justificar essa ou aquela atitude. Aqueles que não mais veem motivos
para arrependimento, pois pensam que suas atitudes pecaminosas
ninguém vê, não trará consequência e ficará “por isso mesmo”.
A estes, que jamais se arrependem, resta uma expectativa de juízo,
ardor de fogo (Hb 10: 27), pois não quebrantam mais o coração.
Estes a Bíblia chama daqueles que “vivem no pecado” (_), para as
quais o pecado já faz parte do seu caráter, da sua conduta diária,
da sua vida cotidiana. O pecado já lhes entrou no coração, na
mente, no espírito e estão contaminados por ele, não desejam se
livrar. Nestes casos, quando a pessoa quer, só existe uma solução:
uma verdadeira cirurgia espiritual, em que o coração de pedra (já
cauterizado e insensível à voz do Espírito) é trocado por um
coração de carne (Ez 11: 29; 36: 26). Somente esta atitude drástica
é capaz de mudar a situação. Esse é o momento que chamamos de
“conversão”, comum e necessária para quem vem do mundo para a
igreja, das trevas para a luz. Porém, mesmo que você já esteja na
igreja, já seja um “religioso”, pode ser que o pecado de novo
enraizou-se em você, já criou raízes que estão petrificando seu
coração. Nestes casos, é preciso uma nova cirurgia, uma renovação
verdadeira no arrependimento ou, quem sabe, um verdadeiro
arrependimento, pois pode ser que o frequentar igreja tenha sido
apenas por conveniência, e não por uma verdadeira transformação
de vida.
Portanto, se você busca a santidade, se busca a Deus de verdade, mas
cometeu algum pecado, não deixe o diabo te enganar: Volte-se para
Deus, peça-lhe perdão, corrija o pecado cometido, e não volte a
pecar neste mesmo pecado. Dobre sua vigília sobre essa mesma
situação e volte para a comunhão de relacionamento com Deus, o
Pai. Saiba que você pode se fortalecer na graça que há em Cristo
Jesus, sabendo que o Senhor contempla o coração arrependido e se
alegra quando um filho seu reconhece seus erros e volta-se para o
caminho da verdade. Tenha coragem, porque Deus anseia por lhe dar o
seu perdão, é a alegria dele. Só está esperando que você o peça,
para que Ele lhe dispense todo seu perdão.
Mas saiba que, se você se entregou ao pecado. Se desistiu de vencer
ele, se prefere cometê-lo frequentemente, seja por ser prazeroso, ou
porque ninguém nunca fica sabendo, seja porque pensa não haver
consequências, então cuidado: o juízo de Deus chegará e, se você
realmente recusar-se a arrepender-se, então somente um destino lhe
aguarda: a condenação ao inferno.
Pr. Lucas Durigon
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