segunda-feira, 20 de fevereiro de 2023

14. Fugir do pecado

 

Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam. Ninguém, sendo tentado, diga: de Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a ninguém tenta. Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.” (Tiago 1:12-15)




Precisamos entender que o papel da nossa carne e do diabo, nesta questão do pecado, é insistir muito para que nós cometamos o pecado. O diabo sabe que o pecado é a única coisa que nos afasta de Deus e assim ele deseja que pequemos, para que, longe de Deus, o diabo possa agir mais livremente em nossas vidas!

Cabe a cada um de nós perceber e ter a noção da armadilha que está sendo montada contra nós a fim de desmantelar a estratégia para nos fazer pecar. Porém, muitas vezes, para desfazer esta armadilha, precisaremos lutar! E, algumas destas vezes, precisaremos lutar “até ao sangue” (Hebreus 12: 4), ou seja, até o limite das nossas forças.

Há um ditado popular que diz que “não podemos impedir um pombo de voar sobre nossas cabeças. Mas podemos impedi-lo de fazer um ninho em nossa cabeça”.

Da mesma forma, não podemos impedir que as armadilhas e estratégias do nosso inimigo sejam montadas e colocadas em prática para nos fazer pecar. Mas podemos ficar atentos para que não nos deixemos cair nestas armadilhas! Ou, pelo menos, não cair constantemente, a todo momento.

Vamos imaginar uma situação prática. Você é casado(a) e tem um emprego numa empresa onde trabalham homens e mulheres jovens. De repente, alguém do sexo oposto começa a frequentar o mesmo horário de almoço que você, seja no refeitório da empresa ou num restaurante. E a situação não é de uma amizade antiga ou de um almoço em grupo, onde aquela pessoa está, mas você percebe que, de repente, na maioria das vezes, o almoço acaba ficando só você e esta pessoa do sexo oposto. Talvez, no início, não tenha nada de mais, de forma real e sincera. Mas, com o tempo, este tipo de situação vai se tornando sugestiva. Assim, com uma situação destas, aos poucos, começam pensamentos na sua cabeça do tipo: “bem, meu cônjuge parece que não me valoriza”, “esta pessoa com quem estou almoçando me dá muitos elogios”, “como me sinto bem ao lado dele(a)” e por aí vai. Este tipo de pensamento pode ser uma semente, colocada por satanás ou pela própria carne, a fim de levar a você a uma situação, em algum momento, para cometer um pecado de adultério.

Claro que não tem problemas em ter amizades, em qualquer ambiente. Inclusive amizades com o sexo oposto. Mas tudo isso precisa de cuidados. Quando se é casado(a), o cuidado é bem específico. Talvez na situação do exemplo acima, a pessoa pudesse ter o cuidado e convidar outros amigos para o almoço, junto com aquele grupo. Ou buscar, uma vez ou outra, mudar o ambiente de refeição, só pra variar, e quebrar a sequência de “encontros inusitados”, ou tomar alguma atitude que não permita ir se deixando envolver com aquela situação, que é muito usada por satanás, para preparar armadilhas. Se a situação, ao invés de ser algo corriqueiro, como no exemplo dado acima, fosse mais incisiva, tipo de algum colega do sexo oposto fazendo elogios e insinuações abertamente, fazendo convites mais íntimos e coisas do tipo, então a resposta, para evitar cair no pecado, precisa também ser mais incisiva. É necessário deixar claro a sua posição e fugir, literalmente fugir de uma situação que está sendo preparada para levar ao pecado de forma mais direta!

Mas, muitas vezes, o desejo da carne é manter uma situação deste tipo. Afinal, talvez aquela pessoa precise de elogios. Talvez esteja fragilizada emocionalmente e sinta-se bem naquela companhia, com aquela situação de uma boa conversa na hora da refeição. Talvez isso tudo faça bem para o ego, para a autoestima. E talvez nem tenha problema com isso, pode ser que seja só uma boa conversa, mesmo. Mas é necessário ter muito cuidado. O diabo, nosso adversário, vai tentar se aproveitar da situação. Neste caso, pode-se batalhar contra o pecado de forma preventiva, matando a carne e o desejo de viver com este conforto emocional de ser valorizado(a), tendo em mente que isto pode ser uma armadilha. Mas, para algumas pessoas, isso pode representar uma luta monstruosa.

Pode ser que a pessoa esteja lutando bravamente para vencer sua carne e o desejo de viver aqueles momentos. Mas pode realmente ser necessário fazer isso. Batalhar, até ao sangue, até ao ponto de matar os confortos da carne, para fugir do pecado. Se este pecado for consumado, as consequências serão destrutivas, pois gera morte.

Há 2 aspectos quando falamos em vigiar e orar, em fugir do pecado: há o aspecto preventivo, quando eu luto para não cair na armadilha preparada, e há a fuga do pecado quando eu já fui enganado por satanás ou por minha carne e caí na armadilha. Agora a luta é para se livrar do laço, assim como um animal que cai numa rede: precisa me livrar disso.

Fugir do pecado exige vigilância, oração constante e firmeza de propósito. “Vigiai e orai” é uma ordem recorrente de Jesus para seus discípulos. “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Marcos 14: 38). Veja também Marcos 13: 33, 37; Mateus 26: 41; I Coríntios 16: 13; Mateus 24: 42; I Pedro 4: 7.

A melhor forma de fugir do pecado, é sequer chegar perto dele, não dar corda, não iniciar. A melhor forma é prevenir e fugir dele antes mesmo que o pecado tenha qualquer insinuação perante a minha pessoa. Sempre que possível, esse deve ser nosso objetivo.

Alguns podem achar ser isto um sinal de fraqueza ou covardia. Mas o pecado não existe para ser desafiado, e experimentado. Sempre que possível, devemos fugir antes mesmo de chegar perto dele. Isso é verdadeira sabedoria. Não devemos brincar com o pecado, ou experimentar “só um pouquinho”. O pecado é, como já dissemos, uma força destrutiva com a qual não devemos brincar.

Existe uma estória, onde um rei desejava contratar um novo cocheiro para sua carruagem real e anunciou no reino em busca de pretendentes ao cargo, que tivesse muita experiência e habilidade na condução de carruagens. No dia marcado, chegaram 3 candidatos para o rei, que faria com eles uma pequena entrevista, para decidir qual seria seu novo cocheiro. Dirigiu-se então para os 3 da seguinte forma: – Estou procurando o cocheiro mais habilidoso, corajoso e prudente do reino. Para isso, quero que vocês me respondam uma pergunta: Se você estiver guiando minha carruagem no alto de um planalto e tiver um penhasco a certa distância, você conduziria a carruagem a que distância do penhasco?

Chamou cada um, então, individualmente e em particular, para lhe dar a resposta:

O primeiro, querendo exibir toda sua coragem e habilidade, disse ao Rei: – Eu sou tão habilidoso, oh, rei, que poderei dirigir a carruagem até chegar perto 10 metros do penhasco, sem trazer nenhum perigo ao Rei.

O Rei ficou impressionado com a resposta do cocheiro, ergueu as sobrancelhas em sinal de admiração e chamou o próximo. O segundo a responder, disse.

Minha habilidade e destreza me permitem conduzir os cavalos até à beirada do penhasco, a apenas 2 metros do mesmo e andar por ali por vários metros, sem nenhum risco.

Mais uma vez, o rei ficou surpreso com tanta destreza, que ficou calado. Chamou então, com um gesto, o último candidato. Este respondeu.

Se eu avistasse um penhasco à frente, majestade, mudaria imediatamente o curso da carruagem, para não chegar sequer perto do perigo.

O rei se impressionou com a destreza de atitude e em perceber o perigo do 3º cocheiro e o nomeou concheiro real.


Assim deve ser nosso tratamento para com o pecado. Fugir, se possível, antes mesmo de chegar perto.

Mas, se não foi possível fugir dele antes de chegar até nós, então devemos tentar fugir com todas as forças, mesmo que ele já tenha se estabelecido em nossas vidas. Então, se alguém já cometeu um pecado de roubo, por exemplo, ao desviar produtos na empresa que trabalha em benefício próprio, porque tinha a oportunidade fácil, ou os produtos estavam “dando mole”, deve procurar fugir deste pecado. Então, tão logo se assuma que aquilo foi um pecado, deve-se buscar fugir da situação. Ou seja, num exemplo destes, de forma prática, deve-se devolver o que foi roubado, confessar o erro e pedir perdão.

Devemos sempre nos afastar do pecado, seja de forma preventiva ou corretiva.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

13. O ensinamento da Santa Ceia sobre o pecado

 

Este tema é específico para os cristãos. Fala não apenas de arrepender-se do pecado como uma novidade, mas do ato contínuo de examinar-se e manter-se longe do pecado ou, se o cometer, de acertar isso com Deus de forma constante, numa oportunidade singular, única que Deus dá aos seus filhos: a santa ceia.



Veja o ensinamento da Santa Ceia sobre corrigir o pecado. Diz que se nós nos examinarmos a nós mesmos não seremos julgados. Ou seja, se pararmos para refletir nos nossos pecados, analisar, arrepender-se e pedir perdão, não seremos expostos publicamente para ter que ser julgado por terceiros!

O texto de I Coríntios 11: 17-34 fala sobre o tema da Santa Ceia. E há ricos e numerosos ensinamentos de Paulo neste trecho. Mas, para o propósito desta sequência de ensinos, vou tratar aqui apenas da questão do pecado, citado por Paulo, quando da nossa participação na Santa Ceia.

Este é um ensinamento específico para os filhos de Deus. Mas todos podem entender e tirar proveito deste ensino. Porém, é algo que Deus trata em família, com os íntimos, com seus filhos, com aqueles que um dia já se entregaram a Jesus Cristo. O cuidado que temos de dar ao arrependimento do pecado, falado no ensinamento sobre a Santa Ceia é constante.

O trecho já começa, no verso 17, dizendo que aquela reunião, ajuntamento ou culto não estava cumprindo o propósito de fazer as pessoas saírem dali melhor do que entraram. Mas, nesta igreja, as pessoas iam para a Santa Ceia, para sua reunião e saíam piores do que chegavam!!

Seria isso possível?! Voltar da igreja pior do que quando foi ??!!

Mas por que isto estava acontecendo? Paulo explica em seguida e mostra que aqueles irmãos (como muitos hoje em dia) não estavam participando da Santa Ceia da forma correta, não estavam dando o devido valor a esta celebração, não honravam a Deus com esta reunião. E, por causa disto, haviam ali pessoas fracas, doentes e até mortas! (vs. 30)

E Paulo ainda explica os motivos pelos quais eles estavam cometendo este erro. Os erros se resumem a 2: pecado não confessado e não discernir o corpo de Cristo (vs. 28-29). O que Paulo deseja é que eles corrijam as atitudes e passem a participar da Santa Ceia de forma a serem abençoados. A correção que Paulo diz para eles vale para nós, ainda mais quando vai se aproximando o nosso encontro definitivo com o Senhor Jesus, porque sua vinda está próxima. Estamos vivendo um tempo de concerto, quando Deus deseja que seus filhos acertem suas vidas, para o encontro com Ele.

Neste texto, vamos tratar do motivo 1, da questão do pecado, como Paulo fala na Santa Ceia. Em outro momento, falaremos do outro motivo: o não discernimento do Corpo de Cristo, no estudo sobre dons espirituais.

Paulo resume esse ensino da seguinte forma: comer a Ceia do Senhor de forma indigna traz condenação, portanto, não faça isso, mas acerte-se com Deus, antes que Ele tenha que acertar contas contigo!

Bem resumido, né, meu irmão? Mas vamos ver de que forma o apóstolo Paulo desenvolve este raciocínio. Para isso, vamos nos concentrar neste trecho, dos versos 27 a 32. Veja:

27Portanto, qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor. 28Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice. 29Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor. 30Por causa disto há entre vós muitos fracos e doentes, e muitos que dormem. 31Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados. 32Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” (I Coríntios 11: 27-32)

Primeiro, Paulo deixa bem claro que existe uma consequência bastante grave em não observar com cuidado e atenção merecidos a Santa Ceia do Senhor. Paulo nos mostra que participar dela de forma indigna nos trará condenação, sendo culpados pelo corpo e sangue do Senhor Jesus! Ou seja, seremos culpados dEle ter morrido!

E este ensinamento não é difícil de entender, é o seguinte: Jesus morreu pelos nossos pecados, para nos perdoar e nos livrar da condenação do inferno. Ou seja, somos realmente culpados por ele ter precisado ir à cruz do calvário. Foram os nossos pecados que levaram Jesus até ali (_).

Ele perdoa os pecados que cometemos na ignorância ou de forma esporádica, quando nos arrependemos e pedimos perdão. Mas, se os cometemos de forma consciente e deliberadamente, desprezando o sacrifício de Jesus, embora sejam também alcançados pelo perdão de Cristo, são tratados de forma diferente (Hebreus 10: 26), pois não o fizemos de forma inocente, mas sim consciente e somos culpados deste pecado e, portanto, responsáveis pela sua morte na cruz, que foi feita em nosso favor para nos perdoar os pecados.

Em outras palavras, Cristo morreu pelos meus pecados e, se eu pequei voluntária e deliberadamente, então eu escolhi crucificar Jesus! De acordo com Hebreus, se eu fiz isso depois de conhecer esta questão do sacrifício de Jesus que limpa os pecados, então esta minha atitude é mais grave ainda, é condenável, e eu me torno culpado de Cristo ter sido crucificado. É como se eu dissesse: “eu sei que são os meus pecados que colocaram Jesus na cruz, mas não importa, vou pecar de novo e dar mais uma martelada naquele prego, naquela cruz, lá no Gólgota!”

“Tão perigoso quanto”, é o pecado que eu cometo como um deslize, feito “sem querer”, mas que eu resolvo depois não me arrepender dele, nem falar dele, não confessar. É mais especificamente deste que Paulo trata nos versos 27-28 de I Coríntios 11. Paulo diz que quem come e bebe indignamente, o faz para a própria condenação e completa no verso seguinte: “examine-se, pois, o homem a si mesmo,” ou seja, faça um “exame de consciência”, reflita e pense, sistematicamente, nos pecados cometidos, nas atitudes reprováveis. Paulo está dizendo que não podemos “deixar pra lá”, continuar levando a vida como se nada tivesse acontecido, mas sim que devemos dar a devida importância a isso: fazer um exame, cauteloso e detalhado, para descobrir se há algo que mereça nossa atenção, a fim de gerar arrependimento e pedirmos perdão.

E Paulo completa a orientação de uma forma interessante, o verso 28 completa-se da seguinte forma: “... e assim coma deste pão e beba deste cálice.” É óbvio que Paulo não deseja que façamos um exame apenas para dizer: “ah, que interessante, tem um pecado aqui”. É óbvio que se é algo perigoso participarmos da Santa Ceia de forma indigna e devemos nos examinar para depois participar da mesma ceia, está implícito que o auto exame inclui a necessidade de arrepender-se e pedir perdão quando o pecado é encontrado. Isso é óbvio porque Paulo está falando com cristãos que sabem sobre o perigo do pecado e entendem que, ao descobrir o pecado em nossa vida, devemos seguidamente pedir perdão deles, e não há necessidade de explicar o óbvio: que todo pecado encontrado em nossas vidas precisam ser tratados, ou seja, gerar arrependimento e um pedido de perdão. Isso é óbvio.

E Paulo reafirma isso no verso seguinte, repetindo o decreto que comer e beber indignamente gera condenação (vs. 29) e isto porque não discernimos o corpo de Cristo (veremos esse assunto em outro momento). Paulo ainda esclarece que toda essa atitude errada frente ao pecado gera fraqueza, doença e morte! (vs. 30).

Ou seja, nosso papel, durante a Ceia do Senhor, deveria ser fazer um auto exame e acertar as contas com o Senhor, pedir perdão, arrepender-se sinceramente. A Santa Ceia é uma oportunidade periódica para fazer-se um exame e não deixar o pecado não confessado se acumular. É o momento de reconhecer o erro, de confessar, de acertar as contas. E, não fazer esse acerto é participar da Ceia de forma indigna: é estar debaixo de condenação.

É como se o Senhor dissesse: “olha, meu filho, encontre-se comigo na Santa Ceia e vamos conversar. Vamos aprofundar nossa comunhão. Mas, se precisarmos acertar algumas coisas entre nós, vamos começar por aí, tudo bem? Neste dia, neste encontro especial, eu quero que você me diga se há algo pendente entre nós, para que possamos acertar antes de comer juntos”. Então, após um convite destes feito pelo Senhor dos Senhores, seria muito indigno se eu recusasse ou ignorasse esse convite. Em se tratando do Salvador, isso seria condenável, porque estou desprezando a oportunidade que Ele está me dando para deixar tudo em ordem novamente, caso eu tenha cometido pecados e fechado a porta neste relacionamento.

Mas o verso 31 é uma chave importante: “se julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados”. Paulo está nos ensinando que quando tomamos a iniciativa de fazer este auto exame e reconhecer os nossos pecados de forma constante, como na Santa Ceia, ou às vésperas dela, como um preparo para dela participar, então não precisaremos que o Senhor nos julgue, nos repreenda. Jesus nos dá a oportunidade, a cada Ceia, de acertar as contas, de ter a iniciativa de verificar o que está pendente em nosso relacionamento com Ele para poder acertar e não correr o risco de passar o tempo e acabar participando da Santa Ceia sem o devido acerto e fazê-lo, portanto, de forma indigna.

A Ceia é uma oportunidade, de tempos em tempos, para verificarmos se há em nós algum caminho mau e colocar diante do Senhor (Salmos 139: 23-24) para que sejamos purificados, mediante o arrependimento e pedido de perdão. Quando o salmista pediu ao Senhor “guia-me pelo caminho eterno”, estava pedindo a Deus uma orientação do que fazer com seus pecados. Ao que Paulo respondeu, nesta orientação sobre a Santa Ceia.

Se nós cuidarmos de fazer este auto exame periodicamente, cada vez que participamos da Santa Ceia ou durante a preparação para dela participar e se, neste momento, nos julgamos a nós mesmos e já nos consideramos pecadores e tomamos as providências necessárias (arrependimento e perdão), então não será necessário passarmos pela repreensão e julgamento do Senhor, porque nos adiantamos nisso. Mas, se nos negarmos a reconhecer o erro e escolhermos deixar o pecado ali, então será o Senhor quem irá nos chamar para uma repreensão e julgamento, pois não seguimos suas orientações, não aproveitamos o convite dele para este acerto.

Mas, como tudo isto fala aos filhos, mesmo em sendo julgados e repreendidos pelo Senhor, ainda é uma coisa muito boa. Porque Sua repreensão vem para a restauração, para não sermos condenados com o mundo, mas para que sejamos tratados. Paulo deixa isso muito claro no verso 32: “Mas, quando somos julgados, somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o mundo.” A repreensão do Senhor é boa. Porém, será melhor se o fizermos por nossa livre e espontânea vontade, por nossa iniciativa, antes de precisar ser chamado a atenção pelo Senhor.

Participar da Santa Ceia periodicamente é ter a oportunidade de se acertar com o Senhor, de nos limparmos, nos examinarmos, a fim de manter o relacionamento intacto. É um ajuste periódico no relacionamento, é um aprofundamento da comunhão.

O que Deus está dizendo aos filhos com esta orientação é: aproveitem a oportunidade que lhes dou, a cada Santa Ceia, de se acertarem comigo, antes que eu tenha que chamá-los para um acerto!

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

12. Tipos de pecados (avarento, roubador, homossexualismo etc)

Precisamos tomar muito cuidado,
porque Satanás usa a estratégia
de nos fazer não encarar o pecado como pecado.
Ele quer colocar a ideia de pecado, pecadinho, pecadão,
e nos convencer que os pecados “pequenos” não teriam problema, para com eles nos enlaçar.
 





Vamos citar 3 listas bíblicas que falam sobre tipos de pecados que impedem as pessoas de herdar o Reino de Deus: Apocalipse 21: 8, 27; Gálatas 5: 19-21; I Coríntios 6: 9-10.

Mas, quanto aos tímidos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos que se prostituem, e aos feiticeiros, e aos idólatras e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte.” (Apocalipse 21: 8)

E não entrará nela coisa alguma que contamine, e cometa abominação e mentira; mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro.” (Apocalipse 21: 27)

19Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, fornicação, impureza, lascívia, 20Idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, 21Invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus.” (Gálatas 5: 19-21)

9Não sabeis que os injustos não hão de herdar o reino de Deus? 10Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o reino de Deus.” (I Coríntios 6: 9-10)

Claro que não vamos citar um por um destes pecados acima, para explicar aqui. Mas queremos usar alguns exemplos, e sempre lembrar que todos estes pecados citados acima são tratados por Deus de forma igual. Ou seja, quem deles não se arrepende recebe condenação. E não há pecado maior ou menor, mais ou menos grave ou importante.

Temos sim que lembrar a diferença entre o pecado esporádico e o que faz parte da vida. Ou seja, aquele pecado que todos cometemos, uma vez ou outra, por deslize ou descuido na vigilância e que é perdoado por Deus mediante o nosso arrependimento. Todos somos pecadores. Mas também há o pecado contínuo, aquele que já integrou o estilo de vida de alguém. Embora exista para esse tipo também o perdão mediante um arrependimento sincero, já é uma questão mais difícil, pois o coração da pessoa endureceu com relação ao pecado e, muitas vezes, ela já não mais enxerga a necessidade de arrependimento, pois entende que aquele pecado “faz parte da vida”. Não vou me estender nesta questão, pois tem um outro artigo e vídeo explicando isso em maiores detalhes. (https://youtu.be/-13jOzMcvh8)

Precisamos tomar muito cuidado, porque Satanás usa a estratégia de nos fazer não encarar o pecado como pecado. Ele quer colocar a ideia de pecado, pecadinho, pecadão, e nos convencer que os pecados “pequenos” não teriam problema, para com eles nos enlaçar. O diabo quer nos convencer que este ou aquele pecado, que parece menor que outros, são menos graves e não precisamos nos preocupar com eles. Quer nos iludir, fazendo-nos acreditar que certos tipos de pecado são aceitáveis. Usa o argumento de que “todo mundo faz isso” ou que “é aceitável nos dias de hoje” para nos fazer tropeçar. Precisamos estar atentos e, por mais que neste texto não vamos tratar de todos os tipos de pecado citados naquelas listas acima, dê mais uma olhada na lista e veja quais pecados estão inseridos e não esqueça de perceber citações do tipo “ … coisa alguma que contamine … ” e também “ … coisas semelhantes a estas …” e lembre-se que, com estas citações, a lista fica bem mais ampla, incluindo coisas que não havia na época.

Mas Deus quer que abandonemos todos os tipos de pecado, por “menor” que possa parecer. Porque, aos olhos de Deus, qualquer pecado é grave o suficiente para nos condenar ao inferno e para ter feito que o filho de Deus tivesse que vir ao mundo, e sacrificar-se por estes pecados. Mesmo os que, aos nossos olhos, parecem pequenos. São graves assim.

Ainda existe o termo “abomináveis”, citado acima, os quais também não herdarão o Reino dos céus. Mas este termo é um tipo de “curinga” na bíblia, englobando dentro dele há muitas coisas que são abomináveis para o Senhor, como balança enganosa e quem gera contenda entre irmãos. É um termo que envolve muita coisa, das quais temos de nos afastar.

Pra quem comete um pecado esporádico, um dia sem querer, por deslize, temos a promessa de um advogado justo, que nos ajuda (I João 2: 1). Repare que, mesmo assim, sendo esporádico, precisamos de um advogado, tão grave que é o pecado. Mas temos a graça e a defesa de um Deu justo, que perdoa todo pecado em que há arrependimento. Em hebreus fala que se pecamos deliberadamente, conhecendo a luz (Hebreus 10: 26), já não resta sacrifício pelo pecado! Então, o advogado de I João está disponível para quem o comete sem planejar antes, sem cometê-lo de caso pensado, de forma proposital. É para aqueles que, tentando viver a santidade, às vezes são pegos em deslizes, para que não desanimem e não pensem que está tudo perdido. Para estes, existe o advogado, existe a graça, na qual devemos nos apegar. Tu, pois, meu filho, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus.” (2 Timóteo 2: 1)

Precisamos entender que o cometimento do pecado premeditado é uma afronta contra o sacrifício de Jesus. Mesmo assim, a misericórdia de Deus abraça todo aquele que se arrepende. Também existe uma diferença entre aquele que comete pecados deliberadamente e como um estilo de vida antes de conhecer a Cristo e o que o faz depois de conhecer o perdão e o sacrifício que Cristo fez por nós. E, neste sentido, mais grave é o que já conhece cometer pecado desta forma. E mais perigo há ainda para aqueles que, ouvindo a voz do Espírito que guia para o não cometimento do pecado e, depois, se o cometeu, para o arrependimento, escolhe o caminho de ignorar a voz do Espírito. “Não extingais o Espírito.” (1 Tessalonicenses 5: 19). Para aqueles que cometem pecados voluntariamente, deliberadamente, de caso pensado, após terem conhecido o sacrifício de Cristo e ainda ignoram a voz do Espírito que alerta sobre isso, para estes a situação é bem grave. Não devemos calar a voz do Espírito, que nos alerta e previne, e corrige e admoesta sobre o pecado.

Mas precisamos entender que, para Deus, todos os pecados são igualmente graves. O que muda é a atitude de arrependimento (ou não) do pecador. Por exemplo, veja o caso do pecado de “avareza”. Pecado tão grave quanto homicídio, homossexualismo, pedófilo ou outros de acordo com as listas apresentadas acima. O avarento até pode ser visto pela sociedade com bons olhos, como alguém econômico ou regrado nos gastos. E isto é, realmente bom, se feito da forma correta. Mas a marca do avarento é não se importar com a dor do outro, com a necessidade do outro, a fim de contribuir, nem que seja um pouco, para aliviar essa dor do próximo. No avarento, o outro não importa. Somente o próprio umbigo é que importa. Esse é o problema do avarento, de quem não é generoso. Se for para contribuir na igreja, geralmente usa uma desculpa. A preferida é dizer que o pastor rouba o dinheiro dos dízimos, mesmo quando o pastor é notoriamente honesto nesta questão. Mas o avarento precisa justificar sua avareza, seu pecado. Aliás, como todos que cometem pecados, sempre têm uma desculpa, um motivo, uma justificativa. Mas que geralmente não tem validade perante Deus.

Tem também o roubador. De vários tipos, não apenas o que aponta uma arma num banco/comércio e exige o dinheiro. Tem o roubador que sonega imposto. Tem o roubador patrão que paga miséria para o funcionário produtivo. Tem o líder religioso roubador, que faz uso do dinheiro doado para a instituição em benefício próprio, fora do combinado. Tem de todo tipo. Todos precisam se arrepender, mudar de atitude.

E, tanto o avarento que não dá o dízimo na igreja, por exemplo, quanto o pastor que rouba o dízimo (quando é o caso, e felizmente não são maioria), mas ambos vão para o inferno de mãos dadas. Não adianta o avarento usar a desculpa de que o pastor rouba para não dar o dízimo.

Agora vamos falar de um pecado que anda em voga, ultimamente. Que tem sido muito comentado. É o pecado da homossexualidade. Não é maior nem menor que outros pecados. Todos que vão na igreja são pecadores, como nos exemplos dados acima. A maioria redimidos e salvos. Outros que estão ainda entendendo isso tudo e estão na igreja. Mas ninguém há que nunca tenha pecado. Mas na igreja há os que pecam e logo se arrependem, se corrigem, e há os que vivem no pecado e não mudam sua vida. E é preciso entender isso e que todos esses pecados listados nos textos bíblicos citados, os que usamos como exemplos aqui neste texto, todos estes pecados são igualmente graves perante Deus. Nenhum é mais grave ou mais “importante” que outro. Assim também o pecado da homossexualidade. A Bíblia cita vários pecados de ordem sexual, de vários tipos.

O padrão bíblico para o sexo é: Que seja com o cônjuge do sexo oposto (homem e mulher), na intimidade do quarto, sob a proteção e bênção do matrimônio. Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.(Hebreus 13: 4)

Todos os tipos de pecado, devem ser tratados e não ignorados. Mas todos estes tipos citados são cometidos por pessoas que vão às igrejas, todo domingo. Tanto o avarento ou glutão quanto o homossexual. No mesmo nível.

Não há nada de especial para o homossexual. Se ele comete o pecado, tanto quanto o beberrão, vai precisar se arrepender e deixar o pecado para herdar o reino de Deus. O que não pode é expulsar o pecador da igreja, a fim de que ele não tenha a oportunidade de ouvir a palavra verdadeira, de ver a luz verdadeira e ter a chance de arrependimento e mudança de vida. E muito menos podemos aceitar na igreja que os padrões dos pecados, quaisquer que sejam, passem a fazer parte da vida da igreja.

Então, o padrão da avareza, da omissão, da homossexualidade, da glutonaria não serão parte aceitável entre os cristãos verdadeiros ou na igreja. Porém, todas as pessoas que cometem estes pecados, sem nenhum tratamento especial para um ou outro, devem ser recebidas na igreja a fim de poderem ser iluminadas pela palavra de Deus, a fim de se arrependerem e deixarem seus pecados.

O pecado da homossexualidade não é algo que receberá maior condenação do que o glutão, avarento, homicida, roubador ou outro qualquer. Nem receberá atenção especial. É apenas mais um pecado dentre os outros. Dentre outros que pessoas que frequentam as igrejas cometem. E todos, sem nenhuma distinção, precisam passar pelo arrependimento.

Os desejos que temos e que nos levem a pecar devem ser controlados por nós e sublimados e vencidos pela graça de Cristo. Tanto o homossexual pode dizer que tem uma atração por pessoas do mesmo sexo, quanto o roubador tem uma atração por ter objetos e valores que não são seus. O heterossexual também tem desejos fora do casamento, e todos estes precisam se controlar e evitar o pecado. O fato do homossexual sentir atração por alguém do mesmo sexo não é justificativa para que seu pecado seja mais aceito do que os outros, que também sentem atração pelo pecado, de alguma forma, seja pelo dinheiro do outro (no caso do roubador), pela mulher do outro (no caso do adúltero), pela comida que ultrapassa minha necessidade fisiológica (no caso do glutão) e, em todos estes casos, é necessário se controlar e lutar contra o pecado! Não se justifica um pecado apenas pelo fato de que o meu desejo busca aquilo. O meu desejo não é justificativa para fugir aos padrões de Deus. Qualquer desejo fora da vontade e das leis de Deus precisam ser controlados e colocados debaixo da graça de Cristo.

Justificativas de vários tipos, de várias pessoas, para normalizar o pecado sempre existiram e vão continuar existindo. Ah, eu pequei por causa disto, fulano fez aquilo comigo, eu tenho esse desejo que não é culpa minha etc etc etc.

Porém, apesar da mudança dos tempos, dos novos padrões sociais para vários tipos de comportamento, devemos olhar para a Bíblia e ver quais são os padrões de Deus para as nossas vidas. O padrão é o mesmo e a mudança da sociedade não muda a Palavra de Deus, nem seus padrões. O fato da sociedade ter mudado e passado a aceitar certos pecados, não significa que Deus também passou a aceitar ou ignorar a gravidade de certos pecados.

E Deus continua tendo amor e misericórdia para aceitar o pecador, a fim de transformá-lo e fazê-lo abandonar seu pecado, através da graça. Isso também é válido para qualquer tipo de pecador.

Os padrões de Deus ainda são os mesmos.

Todos necessitam de arrependimento e todos são alvos do amor de Deus.




segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

9. Não seja incrédulo

a impressão que muitos têm é que
ninguém mais comete pecado,
todo mundo sofre injustamente
e deveria ter um prêmio que, 
por algum motivo, Deus ou o universo,
ou o destino ou alguém esqueceu de lhes dar.
 
 

Será mesmo??!!!



3Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus. 5Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo.” (II Coríntios 4: 3-6).

Uma das coisas que o diabo é especialista em fazer, e da forma mais sutil e discreta possível é cegar os entendimentos dos incrédulos. É fazer com que estas pessoas (as que não creem) não enxerguem a verdade, não enxerguem o que realmente está acontecendo ao seu redor e consigo mesmas, não enxerguem a saída para o labirinto o qual se meteram. E o diabo faz isso, colocando as pessoas numa situação em que parece que tudo está perdido, que não existe uma saída, que não existe solução.

E, colocando as pessoas nesta situação de desespero, desesperança, tudo o que as pessoas conseguem enxergar é a escuridão. Não mais conseguem perceber a luz da glória do evangelho de Cristo. Não conseguem ver uma saída. Não conseguem perceber que há uma esperança. Tudo isso o diabo consegue porque a pessoa permanece num estado de incredulidade. Primeiro, o diabo semeia a incredulidade, ele faz com que as pessoas não creiam no mundo espiritual, nas verdades que são as que realmente regem este mundo. O diabo faz as pessoas pensarem que a verdade é aquilo que podemos ver. E, nestes mundo de manipulação de informações, onde a tecnologia é capaz de distorcer a verdade, inclusive mostrando-nos imagens que afrontam a verdade, não poderia haver nada mais longe da verdade do que aquilo que nossos sentidos captam e observam. Não podemos mais confiar somente naquilo que nossos olhos veem, principalmente se não for de primeira mão, se não observarmos ao vivo.

Porque, no que se refere ao que chega até nós por algum meio eletrônico, a possibilidade daquilo ter sido manipulado é de 100%. Se o foi, é outra questão, mas o fato é que existe hoje muitas maneiras de se manipular a informação e sermos inundados com mentiras que pareçam verdades. Esta é uma das especialidades de satanás: travestir a mentira com aparência de verdade. E assim, muitos caem e são enganados.

Essa escuridão à que o diabo submete os incrédulos torna-se uma prisão, onde a pessoa não consegue sair. Porque a incredulidade torna-se a maneira pela qual o diabo faz com que a pessoa ignore a verdade e veja somente aquilo que quer ver, que agrada seus sentidos.

Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” (2 Timóteo 4: 3-4)

O diabo faz com que as pessoas não percebam, principalmente, seus próprios pecados. Hoje em dia, o diabo usa muito a vaidade e o ego das pessoas, fazendo-as pensar que são o máximo, que não têm pecado, que merecem esse ou aquele prêmio porque, afinal, trabalham duro e são merecedoras disso e daquilo. E a impressão que muitos têm é que ninguém mais comete pecado, todo mundo sofre injustamente e deveria ter um prêmio que, por algum motivo, Deus ou o universo, ou o destino ou alguém esqueceu de lhes dar. E o diabo continua tentando mostrar às pessoas que são boas, que só têm qualidades, que não têm defeitos ou pecados e, se alguém não está lhes dando o que merece, esse “alguém” deve ter algo errado.

O diabo tem cegado o entendimento, fazendo as pessoas acreditarem que não há pecado. Mais do que isso, o diabo tem ressignificado muitos pecados, fazendo-os parecer que são bons, que são qualidades mesmo. Por exemplo, o pecado da obstinação, num mundo de consumismo e onde todos precisam parecer vitoriosos, é um pecado que mais parece uma virtude. E não confunda com ousadia ou batalhar para vencer, ou ser abençoado. Porque a diferença da definição pode ser minúscula, mas a diferença na consequência para a alma é enorme.

Então as pessoas escolhem ver aquilo que mais lhes agrade, que mais pareça com o que procuram e desejam e esquecem de pedir a Deus que as ilumine e mostre a verdade, que mostre a realidade daquilo que realmente precisam ver: a realidade de que o pecado mata. De que, se mantiverem suas vidas voltadas apenas para a busca do próprio prazer e satisfação, então não conseguirão enxergar a real necessidade de suas almas: a necessidade de salvação, de santificação, de consagração a Deus.

Mas o deus deste século trabalha incansavelmente para manter as pessoas na escuridão, nas trevas de suas almas. Para que a elas não brilhe a verdade, a luz, a glória do evangelho de Cristo. Para que elas não enxerguem que precisam de Cristo. Para que se sintam autossuficientes, merecedoras. Para que, inclusive, pensem que Deus é um Deus injusto se não lhes dá o que elas merecem.

Mas é necessário que cada um de nós perceba a verdade. Que somos pecadores e que necessitamos é da graça de Cristo. Que todas as coisas materiais deste mundo devem vir em consequência de buscarmos primeiramente o Reino de Deus para nós.

Portanto, a primeira barreira que devemos estar dispostos a quebrar, a transpor, é a barreira da incredulidade. Sobre isso, Jesus falou que só se quebra com jejum e oração. A casta da incredulidade, que o diabo colocou sobre as pessoas, só se quebra com jejum e oração (leia Mateus 17: 14-21). Devemos ter a coragem de perceber quando estamos cegos e pedir ao Senhor que abra nossos olhos, que mande embora esta casta de demônios que nos cegam e querem nos manter na incredulidade. Então, quando a fé no nome e no poder de Jesus romperem as trevas que nos mantém na escuridão, poderemos quebrar também todas as outras barreiras satanás impõe sobre nossas vidas. Sejam elas de enfermidades, de miséria, de desânimo, ou de qualquer outro tipo que nos atormente.

Vou exemplificar com uma figura aqui: imagine a sala de sua casa, toda fechada. É pleno meio dia. Mas você está ali dentro. Existe claridade, mas não aquela do tipo que brilha. E você olha para sua sala, que passou por uma faxina no dia anterior, e pensa: esta sala está limpa. Mas então, a luz do sol atinge em cheio uma pequena janela no alto da sala e forma um facho de luz, que atravessa toda a sala, de alto a baixo, em direção ao chão. E então, você percebe um monte de poeira em suspensão, voando ali bem na sua cara, bem na sua frente, mas que você não tinha percebido. Não percebia porque faltava luz suficiente, faltava a luz correta e que poderia realmente iluminar este tipo de sujeira. Não é como se a sala estivesse cheia de terra ou estrume de cavalo, claro. Mas, ainda assim, é uma luz que nos mostra a realidade: a sala não está limpa. Tem um tipo de sujeirinha discreta, quase imperceptível, visível apenas com a presença do tipo certo de luz. Que não se vê em condições normais.

Pois bem, esse facho de luz é o verdadeiro evangelho.

Sem ele, sem o verdadeiro evangelho, sem a verdadeira luz que ilumina de verdade, podemos nos iludir e pensar que “está tudo bem”, que sou uma boa pessoa, que vou à igreja e jejuo, que faço o que é correto etc etc etc. E posso não perceber o que realmente está de errado, que está me levando de forma sutil e silenciosa para o inferno. Jesus deixou isso claro quando nos contou a parábola do fariseu e do publicano (Lucas 18: 9-14).

A escuridão a que o diabo submete estas pessoas nem precisa ser do tipo de trevas densas. Apenas a falta de uma luz adequada e correta já é suficiente para manter as pessoas no engano. O fariseu da parábola talvez fosse aquele tipo de pessoa como a que vivia na sala “limpa”, à luz do dia, que tem luz suficiente para enxergar os móveis do ambiente, que é suficientemente boa para jejuar e dar esmolas, mas não com o tipo de luz de quando o sol bate diretamente ali e permite enxergar as poeirinhas em suspensão, voando pela sala, que não permite que a pessoa enxergue que é pecadora e que precisa da graça e do perdão de Deus, como percebeu o publicano da parábola.

Ou o diabo pode colocar a pessoa em densas trevas também. Daquele tipo que parece palpável. Do tipo que não se enxerga um palmo à frente e mergulhar a pessoa num total desespero, com vontade de desistir da vida.

Não importa o tipo. Para o diabo, o que importa é que não brilhe sobre a vida de cada um de nós a verdade da glória do evangelho de Cristo. A falta da verdadeira luz, da luz correta é o que realmente importa. A pessoa pode até ter alguma luz, talvez insuficiente para ver a verdade, mas suficiente para fazer a pessoa pensar que “está tudo bem”, que ela está ali e merece isso ou aquilo, que é uma boa pessoa e que faz o que é certo e, portanto, deve ir para o céu.

E a verdade continua, desta forma, encoberta.

Uma luz insuficiente pode ser tão prejudicial quanto as trevas densas. Pode ser até pior, se fizer a pessoa se iludir pensando que está vivendo na luz. Pode ser que alguém frequente uma igreja dominicalmente e pense que, por este motivo, está “garantida” sua entrada no céu, mesmo se não cumprir os mandamentos do evangelho. E isso pode fazer a pessoa pensar que não precisa de mais nenhuma atitude a mais, nenhuma santificação, nenhuma consagração, que está tudo bem e caminha para o paraíso. E pode estar vivendo um engano daqueles.

Não seja incrédulo. Ore e jejue e peça a Deus para romper as trevas da alma e inundar seu interior da verdadeira luz da glória do evangelho de Cristo. Esta luz do evangelho não é opaca, nem fraca, nem insuficiente. É aquele tipo de luz que rompe a escuridão e rompe até mesmo a iluminação fraca. E traz verdade e vida por onde passa.

Seja sincero e reconheça que enquanto houver um pecadinho que seja encoberto na sua alma, então é porque a luz verdadeira ainda não tomou todo o espaço. Naquela imagem da sala, imagine novamente o facho de luz que revelou para você a verdade de que o lugar não está, de fato, limpo. Este facho é o início da revelação da verdade. Mas imagine, realmente, este mesmo tipo de luz inundando a sala toda. Então a verdade da situação será plena e real. Tenha coragem e peça esse tipo de luz no seu interior. A verdadeira luz.

Outra vez vos escrevo um mandamento novo, que é verdadeiro nele e em vós; porque vão passando as trevas, e já a verdadeira luz ilumina.” (1 João 2: 8) “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo.” (João 1: 9)

Não permita que o diabo cegue teu entendimento e te engane com meias verdades. Que te permita ver apenas um pouco de luz e te faça sentir satisfeito com isso, como se fosse a luz verdadeira. Peça a Deus, com jejum e oração, que o Senhor rompa essas trevas, essa meia luz, e faça resplandecer em você a verdadeira luz, que rompe todo nível de incredulidade.

Não seja incrédulo. Peça para ver a verdade. Busque isso de todo o seu coração.

Deus é verdadeiramente bom e verdadeiramente justo para te atender. Mesmo que haja pecado, se houver arrependimento e uma vontade sincera de acertar e uma busca pela verdade, o Senhor perdoa, basta pedirmos, o Senhor restaura, o Deus de toda terra te ajuda. Creia nisso. Viva e experimente isso em sua vida.

Lucas Durigon


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