A carta do apóstolo Paulo ao seu amigo Filemon tem
apenas 1 capítulo, um dos menores livros da bíblia, mas com um
conteúdo muito amplo e denso. O fato de tratar de um assunto pouco
citado na Bíblia faz dela uma carta singular. Primeiro porque é uma
carta com um pedido. Não é uma carta com orientações teológicas
ou exortações a manter a fé. Mas Paulo faz um pedido muito
especial ao seu amigo Filemon. Mas é um pedido argumentado e
fundamentado em questões espirituais e sociais. E isto tudo torna
esta carta especial.
É o menor escrito de Paulo. Ainda que todos os seus
escritos sejam, basicamente, cartas. Esta é a única dedicada a
fazer um pedido, não a dar orientações. E, outro item interessante
é que, apesar do assunto escravidão ser tratado em toda a Bíblia,
porque desde os primórdios podemos ver a realidade da escravidão na
Bíblia, inclusive pelo fato de o próprio povo judeu ter sido
escravo no Egito e o maior acontecimento do Antigo Testamento (a
saída do Egito) ter relação com a escravidão, este assunto sempre
esteve sendo tratado de forma coletiva e impessoal. Nesta carta a
Filemon (um senhor que tinha escravos), o assunto da escravidão é o
centro da carta e o motivo do pedido de Paulo, que trata deste
assunto, diretamente, nesta carta, trazendo as implincações
práticas para um cristão quando este é senhor de escravos.
Paulo pede a seu amigo Filemon que liberte seu escravo
Onésimo, não por força, mas por livre vontade, como que uma
exigência na consciência que a nova fé trouxe a este senhor de
escravos (vs. 14). Paulo diz que poderia até mesmo exigir esta
atitude de Filemon, exigir que ele libertasse o escravo de sua
propriedade, pois Paulo teria (na carta, ele não dia porquê)
autoridade suficiente para exigir isso de Filemon. Mas prefere que
isto seja uma atitude tomada de dentro para fora, vinda da
consciência influenciada pelo Espírito Santo. Essa é a base do
cristianismo. Em tempos onde as pessoas precisam de leis e de serem
forçadas a fazer o bem (afinal, não deveria ser necessário uma lei
para se dar o lugar para um idoso no ônibus, deveria ser algo da
consciência de todos!), Paulo prefere confiar no poder do Espírito
que age no interior da pessoa e deixar que a decisão seja feita
voluntariamente por alguém que realmente dá ouvidos à sua voz
interior e resolve obedecer aos princípios do evangelho em questões
práticas da vida: afinal, o escravo havia sido comprado e era, no
ponto de vista daquela época, um investimento e Paulo estava
sugerindo ao Filemon abrir mão do seu investimento em nome de sua
consciência e ter um prejuízo financeiro em nome de um ganho
espiritual.
Seria mais ou menos hoje, uma questão de dizer o que um
cristão convertido deve fazer se tiver um bar (por exemplo), como
sua fonte de renda? O que devia, um cristão fazer, naquela época,
se fosse senhor de escravos? Indo contra muito da religiosidade
moderna que tenta se fazer passar por cristianismo, Paulo deixa claro
que libertar seu escravo da condição de escravo, para mantê-lo
junto também por voluntariedade a fim de juntos servirem ao Senhor
Jesus era muito melhor.
O escravo Onésimo havia fugido do seu “dono”
Filemon e, numa destas coincidências celestiais, havia conhecido o
apóstolo Paulo, que era também amigo do seu senhor, Filemon.
Converteu-se com Paulo e agora este o havia orientado a voltar para
seu senhor. Mas envia esta carta (muito provavelmente pelas mãos do
próprio Onésimo ao voltar para seu senhor, por orientação do
apóstolo Paulo) pedindo que liberte seu escravo da condição de
escravo, para servir a Jesus como um irmão em Cristo (vs. 15 e 16).
Paulo ainda diz a Filemon que gostaria de ter essa
alegria do seu pedido atendido (vs. 20), como o próprio Filemon já
havia alegrado a muitos cristãos com suas atitudes (vs. 7), sabendo
que não negaria seu pedido, mas trazendo à memória o que o próprio
Filemon talvez devesse a Paulo para reforçar seu pedido.
Então sabemos, ao olhar com atenção para esta
carta-pedido de Paulo, que o melhor que temos a fazer quando somos
Cristãos é obedecer à nossa consciência para fazermos o que
Cristo nos ordena não por obrigação ou por força (vs. 14), como
na orientação do profeta Zacarias do Antigo Testamento, que resume
isso dizendo: “Não por força ou por violência, mas pelo meu
espírito” (Zc 4: 6). Mas fazer por amor, sabendo que nossa
recompensa é no céu, mesmo que isto nos traga prejuízos materiais
nesta vida.
E lembrando ainda que o tema subjacente da escravidão
presente nesta carta, podemos ver que os cristãos não eram a favor
da escravidão, como Paulo demonstra aqui.
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