quinta-feira, 22 de março de 2018

Pilatos queria agradar a multidão na Páscoa


Marcos 15: 15 “Então Pilatos, querendo satisfazer a multidão, soltou-lhe Barrabás e, açoitado Jesus, o entregou para ser crucificado”



A falta de convicções, de posicionamentos firmes e de força moral e divina para manter a verdade tem trazido a estes tempos modernos muita confusão. Procura-se agradar à multidão. E perde-se o objetivo correto, que é o de agradar a Deus, apesar da multidão.





Querendo satisfazer a multidão. Pilatos não seguiu as evidências que demonstravam que Jesus não tinha culpa. O testemunho e as provas deixavam claro sua inocência. Que Pilatos lavou as mãos, tentando isentar-se de culpa por condenar um inocente, nos conta outro evangelho. Marcos nem cita isso porque, na verdade, não faz diferença. Isso não isenta Pilatos da culpa. Ele cedeu à pressão popular, manipulada pelos escribas e fariseus (Mc 15: 11). O povo, a multidão, manipulado por alguns, condenaram um justo e escolheram um ladrão para ser beneficiado pela “saidinha”, ou melhor, pela soltura definitiva.

Essa cena é um exemplo do que pode acontecer quando um líder (Pilatos) não tem força suficiente para fazer o que é certo, mas precisa seguir as circunstâncias e as pressões. Ele teve medo de iniciar uma revolta, visto que o povo gritava para que ele crucificasse Jesus. Talvez nem gritassem tanto assim, mas a Bíblia nos diz que os que queriam que ele fosse crucificado gritaram “mais alto” que os outros, que pediam sua soltura.

Essa cena mostra o que acontece quando pessoas más intencionadas têm a capacidade de manipular multidões, de influenciar pessoas simples e fazê-las acreditar em meias verdades, que as levem a clamar por algo que não é verdade. Pediram a crucificação de Jesus os mesmos que apenas uma semana antes gritavam hosana ao filho de Davi, enquanto Jesus entrava em Jerusalém. Talvez quisessem que ele tomasse o reino de Herodes e, quando Jesus não o fez, talvez o povo tivesse ficado decepcionado, talvez tivesse pensado “Ele nem é isso tudo que pensávamos”. Não sabemos o motivo real que levou o povo a mudar de ideia tão radicalmente em apenas 1 semana. A Bíblia não conta este motivo. Mas podemos deduzir com razoável certeza de que esse possa ter sido o motivo. Então podemos ver como é fácil induzir alguém que está decepcionado. E como, quando não se faz o que alguém quer, como um Jesus-Rei pode ser reduzido a um condenado a ser trocado por um mero ladrão. Basta que não se faça o que as pessoas querem. Mas Jesus estava certo. Pilatos, que fez o que o povo queria, estava errado.

Daí, discordo totalmente do ditado que diz: “a voz do povo é a voz de Deus”. A democracia tem lá suas virtudes. Mas a história mostra que nem sempre o povo, a multidão, os líderes e aqueles que detém o poder, escolhem de forma justa e isenta.

A influência da decepção, da influência de alguns, da manipulação do pensamento, da fraqueza de caráter e de atitude de alguém em posição de tomar decisões e muitos outros fatores podem facilmente transformar o povo em voz do diabo. Assim, num piscar de olhos.

Jesus mesmo, durante sua vida, teve momentos de dizer que seguir a ele era difícil (carregar a cruz, beber do seu sangue e comer da sua carne, passar pelos seus sofrimentos, ser perseguido, acusado injustamente). O Senhor havia deixado bem claro as dificuldades de seguir a verdade, de fazer o que é certo, de optar por seguir a Ele. Muitos, em muitos momentos, o abandonaram por acharem difícil seguir tudo o que Ele dizia. Muitos só queriam os pães da multiplicação. As bênçãos fáceis. Nessa hora tinha cinco mil homens (fora mulheres e crianças) ao seu lado. Na hora do comprometimento, ele só contava com uns poucos 12, talvez 70.

Mas aí é que está. Jesus não negociou com a verdade para satisfazer a população, como fez Pilatos. Ele pagou o preço de se manter fiel à verdade, à justiça. Chegou a morrer. Para perdoar os nossos pecados, é verdade e esse é o propósito eterno de Deus. Mas, do ponto de vista da justiça humana, Ele morreu, foi condenado, trocado por um mero ladrão e assassino porque não negociou. Poderia ele ter se defendido perante Pilatos e seria solto. Ele não procurou agradar aos desejos de um povo mimado, que só busca os próprios interesses.

O povo queria pão, Ele dava para mostrar a glória de Deus. Mas não fez questão que os que só buscavam o pão o seguissem. Se o quisessem fazer, teriam de carregar sua cruz. O povo queria abandonar ele, porque achava difícil seguir o que Ele dizia. Ok. Podem ir. Para complementar, ainda perguntava aos seus 12 mais próximos “vocês querem ir também?” (João 6: 47-68). Jesus não negociou sua mensagem, sua verdade, para agradar e manter uma multidão perto de si. Não fez questão de ficar sozinho na crucificação, pois se para manter alguns a mais perto de si tivesse que vender sua fé, sua verdade, Ele não o faria. Ficaria sozinho, sem problemas.

Precisamos de mais pessoas assim. Que mantém firmes suas convicções e nãos as negociam por nada.
Isso vale na hora de um voto, para não vendê-lo.

Isso vale na igreja, para que um pastor não venha a aceitar o pecado, o roubo, o adultério dentro de uma igreja, a fim de manter pessoas em sua multidão particular de seguidores. Melhor é manter a verdade, mesmo que o templo ficasse vazio. Mas hoje em dia a negociação em torno do que é santo virou moda.

Para agradar a multidão, Pilatos entregou Jesus para ser crucificado, mesmo que visse que Ele não tinha culpa nenhuma. E vejam bem, Jesus não tinha culpa. Para os criminosos e culpados, que haja o castigo. Mas nada pode ser feito para agradar a multidão.

Jesus não fez isso, não negociou. Pagou o preço por isso.

Sei bem o que é pagar ao preço para não negociar as convicções. E, quando as convicções têm bases sólidas e um lastro seguro, vale a pena manter a posição, mesmo com perdas.

Como pastor, já vi muitos pastores negociarem a permissão a pessoas de poderem pecar para que não venham a se chatear e sair da igreja. São Pilatos da vida por aí. Lavam as mãos, julgando que podem se isentar de suas atitudes. Muitas vezes nem percebem, mas acabam condenando o justo.

Que fique bem claro. O perdão está presente aqui. Se uma pessoa comete um erro e pede perdão, então isso é evangelho e deve ser praticado na igreja. Não é disso que estou falando. Falo de pessoas que desejam manter o pecado, que não se arrependem do pecado cometido. Para agradar a esses, muitos líderes têm dado permissões exageradas. Quando uma pessoa peca e se arrepende e deixa claro que se conscientizou do seu pecado e que precisa mudar, toma atitudes para corrigir seu erro, então o objetivo do evangelho foi atingido, como aconteceu com Zaqueu (Lucas 19: 1-9).

Mas quando a pessoa coloca justificativas para o seu pecado (como os fariseus que condenavam a Jesus injustamente, como Pilatos que lavou as mãos para dar a ordem da pena de morte), não se arrepende, fica dizendo por aí que ninguém pode julgá-la (foi o que Pilatos fez, “me considerem inocente da morte deste justo”), que todos são pecadores e todo tipo de desculpa, mas não é capaz de reconhecer seu próprio pecado, pedir perdão e se arrepender, tomando atitudes para mudar seu comportamento, então está se levando pela multidão de sofismas do diabo para jamais alcançar a salvação e ficar nas trevas.

Tem denominações, hoje em dia, que até mudam seu estatuto para permitir o divórcio e recasamento, a fim de manter líderes em seu rol de associados. Ora, existe perdão para todo pecado, inclusive o divórcio. Mas ao invés da pessoa reconhecer que cometeu um pecado, pedir perdão e tomar atitudes para corrigir seu pecado, prefere mudar as leis, para atender seus propósitos pessoais, distorcendo a lei.

A falta de convicções, de posicionamentos firmes e de força moral e divina para manter a verdade tem trazido a estes tempos modernos muita confusão. Procura-se agradar à multidão. E perde-se o objetivo correto, que é o de agradar a Deus, apesar da multidão.

Nesta Páscoa, vamos pensar em quem queremos agradar. Se à multidão ou a Deus. Escolher Jesus, em cada decisão, e não Barrabás.


Lucas Durigon




se gostou deste, compartilhe clicando abaixo
e clique em “seguir” ao lado para acompanhar novas publicações.
___________________________________________
um novo artigo por mês, neste blog

veja mais conteúdos, no meu site: 

Se desejar dar uma contribuição: 
Para apoiar nosso trabalho de publicações:
clique no link: https://pag.ae/7WFcJzaKv
ou faça um PIX pela chave: lucas@lupasoft.com.br
Sou muito grato por isso. Que Deus lhe abençoe.



Conheça o Desafio Bíblico,
Jogo de perguntas e respostas bíblicas,
com mais de 2500 questões 
para você testar seus conhecimentos no livro sagrado.

saiba mais e adquira o seu clicando em
https://www.lupasoft.com.br/DesafioBiblico


Nenhum comentário:

Postar um comentário