segunda-feira, 10 de junho de 2024

João – O Evangelho Diferente

 


Os outros 3 evangelhos são chamados “sinóticos” porque são semelhantes entre si. O estilo de narrativa de Mateus, Marcos e Lucas são muito parecidos e boa parte do conteúdo narrado também. Mas o evangelho de João, não. Ele é diferente. Tanto no estilo quanto no conteúdo das narrativas.

Se os outros evangelhos contam as parábolas, falam das curas, mostram os ensinos de Jesus mais sob um aspecto sistemático, mostram os milagres e diálogos e Jesus com as pessoas, o evangelho de João nem tanto. Não mostra muito estas coisas. O evangelho de João é diferente.

A primeira grande diferença a se observar em João é quanto do conteúdo do seu livro ele dedica à última semana de Jesus, até sua morte e ressurreição. Os outros evangelhos normalmente dedicam 1/3 do seu conteúdo à última semana do ministério do Senhor. Mas João, dos seus 21 capítulos, separa 10 deles para falar da última semana do ministério de Jesus. Ou seja, praticamente a metade. Dos capítulos 12 ao 21, fala desde a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, até o encontro de Jesus ressurecto com seus discípulos, e a atenção especial ao ministério de Pedro e João.

E, nesta parte também destaca-se a outra grande diferença de João. Seu texto dá maior ênfase e privilegia o aspecto divino do ministério de Jesus e mostra sua grandeza. É o que mais se aproxima a declarar abertamente que Jesus é Deus, embora não seja também tão explícito nisso. Sobre a última ceia, os capítulos 13 a 17 dedicam-se a este momento de Jesus, mostrando em detalhes situações que os outros evangelhos não mostram, como a lavagem dos pés dos discípulos, por exemplo. Os discursos de Jesus durante a última ceia, nestes capítulos, confortam seus discípulos e lhes dão a garantia que sua partida não significa abandono. Pelo contrário. Ele continuaria cuidando deles à direita do Pai, enquanto enviaria o Espírito Santo para ajudá-los. Jesus os conforta e encoraja, num momento tão difícil para todos, principalmente para Ele próprio, que em breve sofreria as agruras da cruz. Somente João mostra tantos detalhes do que aconteceu entre Jesus e seus discípulos nestes últimos momentos, durante a última ceia. Sua oração sacerdotal pela unidade dos seus discípulos, não apenas os daquela época, mas todos que viessem a existir também é única e só aparece neste evangelho.

É também o evangelho que maior ênfase dá à negação de Pedro e o único que mostra como Jesus redimiu Pedro, chamando-o para o ministério pastoral antes de subir aos céus, repetindo as mesmas 3 vezes que o houvera negado, para agora pedir “apascenta minhas ovelhas”. O chamado sobrepõe à negação e a redime.

Aliás, o evangelho de João dá muita ênfase às relações pessoais de Jesus também, mostrando situações mais detalhadas nesta questão, como quando fala da ressurreição de Lázaro e mostra todo o relacionamento que Jesus mantinha com a família dele, suas irmãs Marta e Maria, como isso era profundo e íntimo, além de cheio de amor.

Os primeiros 11 capítulos de João mostra sim, Jesus realizando milagres, mas com um aspecto totalmente diferente dos outros evangelhos. Logo no capítulo 1, é o único evangelho que inicia mostrando Jesus como Deus, presente na criação do mundo, junto à trindade, sendo o verbo, por quem tudo veio a existir.

O aspecto evangelístico deste evangelho, ainda privilegiando os relacionamentos também é único. Tanto na conversa com Nicodemos, um alto oficial da religião da época (membro do sinédrio), no cap. 3, mostrando-lhe a necessidade de nascer de novo, quanto para com a mulher samaritana (cap. 4), explicando que a salvação é para todos os povos, judeus e samaritanos, inclusive para ela. E que Deus deseja ser adorado em espírito e em verdade. Aliás, Jesus pede água para esta mulher mas, neste evangelho, declara-se a água viva que veio do céu. Também multiplica os pães e declara-se o pão da vida, que alimenta. Ou seja, cada milagre acompanhado de um significado espiritual sobre Jesus.

Somente João mostra-nos que muitos discípulos abandonaram Jesus, algo que poderíamos pensar ser inimaginável e que também os próprios parentes próximos de Jesus não criam nele (caps. 6 e 7). E é neste mesmo evangelho que Jesus declara que “se me negarem, negarão a vós, meus discípulos. Se me ouvirem, ouvirão a vós”. Mostra Jesus curando um cego de nascença enquanto os judeus permaneciam cegos para não crer em tudo o que Ele fazia e o que significava sua vinda.

Ou seja, em João, cada milagre é acompanhado de um significado mais amplo. As reflexões teológicas são mais metafísicas, apontando para a eternidade do ministério de Jesus e a divindade da sua pessoa. São discursos e reflexões não tão sistemáticas. Ainda assim, é simples e direto, para falar ao coração de todos nós, de quanta diferença faz crer no Filho de Deus como nosso Salvador.

Aliás, o evangelho de João deixa isso muito claro: somente Jesus é nosso Salvador.

Lucas Durigon




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segunda-feira, 3 de junho de 2024

Josué - Conquistando a Terra Prometida

 


Logo após a morte e Moisés, Deus levanta outro líder, que faria o povo herdar a Terra Prometida. Moisés não pôde entrar na terra prometida, morreu antes disso. Mas Josué, seu sucessor, seria usado por Deus, como um conquistador em batalhas, para tomar posse da terra prometida, começando por Jericó, primeira cidade a ser conquistada. Neste momento, através de estratégias claras dadas por Deus, Josué circunda a cidade de Jericó 13 vezes (1 vez por dia nos primeiros 6 dias e outras 7 vezes no último dia), a qual cai apenas com os gritos do povo de Israel, sem uso de armas. Falar do livro de Josué é falar do homem, servo de Deus, sucessor de Moisés.

Todo o cumprimento da promessa de conquistar a Terra Prometida, de vencer os 40 anos no deserto, de ser liberto da escravidão no Egito se cumprem neste momento, conforme descrito neste livro de Josué. Ou seja, o povo não pôde entrar na Terra prometida logo que saiu do Egito, mas foram levados ao deserto, por 40 anos. Agora, após tudo isso, chegou a hora de receberem a promessa. E é o livro de Josué que descreve este momento sublime do povo de Deus.

O livro de Josué tem algumas partes bem claras. Os primeiros 5 capítulos fala do preparo do povo, para começarem as conquistas. Os capítulos 6 a 11 descrevem as conquistas das cidades sob a liderança de Josué e orientação de Deus. Então, dos capítulos 12 ao 19, vemos Josué repartindo a terra entre as tribos de Israel. Poderíamos dizer que este trecho é a escritura das terras, conforme a promessa de Deus, de dá-las ao povo de Israel, aos descendentes de Abraão. O final do livro, dos capítulos 20 ao 24, vemos uma crescente consolidação do relacionamento deste povo em sua nova terra com o seu Deus, terminando no cap. 24 com um pacto de fidelidade ao Senhor.

Nos primeiros 5 capítulos, durante os preparativos, o Senhor chama a Josué para suceder Moisés, dá-lhe a tarefa e o encoraja. Josué envia novamente 2 espias à terra prometida, mais especificamente Jericó, a fim de ver se o povo tinha aprendido a lição e se o relatório dos espias, desta vez, seria conforme a promessa do Senhor. Da outra vez, através dos relatórios dos 10 espias que não confiaram no Senhor, veio o castigo dos 40 anos no deserto. Desta vez, o novo relatório dos espias pôde confirmar a confiança no Senhor e servir como redenção ao pecado de falta de fé. Deus também confirmou a sua mão sobre Josué, ao realizar o milagre da passagem do rio Jordão em seco. Tudo isso precisava ser acertado antes de começarem as conquistas da terra, a que o Senhor levaria Josué. Tudo isso prepararia o coração do povo para as conquistas, para se submeterem ao Senhor. Ainda nos preparativos, Deus pede ao povo para se santificar e para circuncidar os homens que, durante a travessia no deserto, não haviam sido circuncidados. E pede para o povo celebrar a páscoa e relembrar o livramento de Deus do Egito, pois no deserto não haviam celebrado a páscoa. Estes preparativos seriam para levar o povo a lembrar e reafirmar sua aliança com o Deus que os livrara da escravidão.

A primeira cidade conquistada foi Jericó, de forma milagrosa e sobrenatural. Também esta primeira conquista deveria dedicar todos os despojos a Deus e não tomar nada do que havia na cidade. Entre os capítulos 12 e 19, Josué conquista 31 cidades para tomar posse da terra prometida. No início, Deus queria estabelecer um padrão de obediência e mostrar a Josué que Ele, o Senhor, deveria ser o líder em todas as batalhas e conquistas. No início das conquistas, houve episódios em que Josué se empolgava com a vitória e resolvia não consultar ao Senhor e fazer do seu jeito na batalha seguinte. Então, era derrotado. Após a vitória, ele pensava não precisar do Senhor para a próxima batalha. Assim foi com Gibeão (cap. 9), após a vitória sobre Ai, ao ser enganado em fazer uma aliança, pelos homens que fingiram vir de longe, e fez aliança com Israel, que não consultou ao Senhor e foram enganados. Assim foi também com Ai, na primeira incursão, quando por causa do pecado de Acã foram derrotados. Josué foi à batalha sem consultar ao Senhor e foram derrotados e envergonhados. Depois, perante o mesmo inimigo, após consultar ao Senhor e corrigir o problema que havia do pecado de Acã, experimentaram a vitória!

Entre os capítulos 12 e 19 se deu a repartição das terras conquistadas entre as Tribos de Israel. Este foi o momento de reivindicação. De pedir o que se achava justo. Poderíamos dizer que este trecho do texto de Josué é a escritura de posse da terra de Canaã por parte de Israel, conforme a promessa de Deus.

Nos últimos capítulos, algumas orientações especiais quanto às cidades de refúgio (cap. 20), mostrando que eu perdão e a misericórdia sempre foram os padrões no agir de Deus. Também que os levitas, apesar de não terem herança, tinham um lugar para sua habitação em meio ao povo (cap. 21), a fim de esclarecer que a ausência de herança não significa ausência de pertencimento.

Nos capítulos finais de Josué, do 22 ao 24, a confirmação da fidelidade ao Senhor e um pacto, no último capítulo, firmado entre Deus e o povo, sob a mediação de Josué, a fim de prometer fidelidade ao Senhor que os havia estabelecido na Terra Prometida. O Senhor oferece a eles, por meio de Josué, a escolha (acompanhada de suas devidas consequências) entre servir ou não ao Deus verdadeiro.

A decisão do povo de Israel, agora liberto da escravidão e de posse da sua Terra Prometida, em servir unicamente a Deus, estabelece-o como povo de Deus e o prepara para viver sob a orientação e ordens do Todo Poderoso.

Lucas Durigon




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