sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Gênesis - o dilúvio transformando a Terra



Agora, vejamos alguns outros pontos, de várias partes do Gênesis, que nos trazem luz sobre várias questões de alterações presentes na terra. Destas observações e narrações presentes no Gênesis, vamos tirar uma série de lições geológicas, de uma sequência de acontecimentos ocorridos nesta fase inicial. O ponto central da transformação é o dilúvio. E, em torno dele, uma série de acontecimentos que iremos discutir. Primeiramente, apresentando como pontos isolados. Depois, numa lógica de acontecimentos interligados e consequentes, uns com os outros.

Sobre o tempo de vida do homem, de sua existência, que se falavam em centenas de anos, vemos logo no início, na advertência de Deus sobre o não comer da árvore da ciência do bem e do mal, que no dia em que eles comecem, morreriam (Gn 2: 16-17). Também podemos ver em II Pedro 3: 8 a revelação de que para Deus 1 dia é como mil anos e mil anos como um dia. Neste aspecto, podemos entender que o homem morreu no mesmo dia, visto que nenhum deles viveu mais do que mil anos, 1 dia para o Senhor.
Mas sobre o tempo de vida dos humanos nesta época, ainda veremos mais.

No cap. 5 de gênesis, antes da narração do dilúvio, presente no capítulo 6, podemos ver pelas narrativas das gerações, que de Adão até o dilúvio passaram-se 1656 anos. O pai de Noé, Lameque, morreu 5 anos antes do dilúvio. Mas seu avô, Matusalém, o homem que mais viveu na face da terra, morreu no mesmo ano do dilúvio. Mas não chegou a 1000 anos, que seria 1 dia! Noé tinha 500 anos ao gerar seus filhos, Sem, Cam e Jafé. A Bíblia diz que foram gerados quando Noé tinha 500 anos, o que podemos inferir que eram trigêmeos. Nasceram quando Noé tinha 500 anos. O dilúvio chegou quando Noé tinha 600 anos.
É importante notar também que, neste período antediluviano os homens viviam uma média de 800 a 900 anos.

Deus estabelece, então, que a vida do homem deverá ter um limite: 120 anos! (Gn 6: 3).

Em Gn 7: 11-12 o dilúvio começa, com as águas que jorraram das fontes do grande abismo e as janelas dos céus se abriram e choveu quarente dias e quarente noites. Aqui podemos ver aquelas águas, que foram separadas e ficaram no firmamento, ou seja, suspensas na atmosfera, agora estão sendo precipitadas sobre a terra. Aquela camada, citada em Gn 1: 6-8, talvez de alguns kilômetros de espessura, agora vinha sobre a terra. Essa camada, antes suspensa, causava um bloqueio da força da luz do sol e, com isso, várias consequências climáticas que faziam com que a terra fosse diferente naquela época. O ciclo das águas, com chuvas constantes, ainda não existia. Passaria a existir a partir daqui.

Gn 8: 1-2 diz que Deus fez passar um vento, ao mesmo tempo em que a chuva cessava. Sabemos que os ventos são causados pelo deslocamento de massas de ar, depois do ar quente subir. Antes do dilúvio, com a terra coberta por águas (a camada de vapor ao redor de toda a terra, a qual se precipitou durante o dilúvio), não deveria ter havido ventos, porque provavelmente não havia aquecimento de massar de ar que pudessem deslocar-se e causar ventos. A primeira citação de ventos vem após as chuvas do dilúvio. Agora, sem a massa de vapor de água a rodear a terra, o sol esquentava a superfície e gerava o deslocamento de ar para cima (que antes era mais difícil justamente por estar ocupado pelo vapor de água que rodeava a terra) e, consequentemente, para os lados, a fim de ocupar o espaço deixado vago pela massa de ar quente que subiu, gerando os ventos.

Gn 8: 3, 5 diz-nos que as águas foram minguando sobre a terra. Isso nos leva a entender que elas penetraram no subsolo, talvez ocupando espaços vazios neste subsolo, gerando as atuais reservas de água subterrânea existentes. Lembrando que não havia tido chuvas até então, estes espaços vazios no subsolo ainda não tinham sido preenchidos. Não seria, realmente possível que essas águas voltassem a evaporar, causando novas chuvas. Primeiro porque isso geraria um ciclo infindável de dilúvios, se toda essa quantidade evaporasse ao invés de infiltrar na terra. Mas não seria possível, porque a massa de água seria tão grande que não seria evaporada. A lâmina d´água impediria a evaporação delas em grande quantidade e, o mais provável é que o planeta ficasse com uma quantidade enorme de água na superfície e houvesse muito pouca terra visível. O termo bíblico quando diz que as águas foram “indo e minguando” nos dá a entender uma penetração para o subsolo, ocupando espaços vagos, mas também inchando a terra de dentro pra fora, pela saturação dessa monumental quantidade de água infiltrada. Esse processo de penetração no solo durou alguns meses, até mostrar a terra seca. Essas águas ocuparam espaços vagos no subsolo, mas também forçaram, de dentro para fora, os espaços e a terra, causando inchaço e rompimentos. Nesta época, era um grande e único continente. Esse rompimento, de dentro para fora, trará outras consequências.

Gn 8: 22 também é a primeira citação da alternância de temperatura sobre a terra, ou seja, da existência de estações do ano. Até este momento, a terra provavelmente teria seu eixo de rotação perpendicular, mas a infiltração de toda essa água, somada ao peso dela durante o tempo do dilúvio em que esteve na superfície teria causado a inclinação do eixo da terra. Vale lembrar que recentemente um tsunami nas Filipinas também causaram uma mudança no eixo da terra de fração de milímetros. Um tsunami, em apens algumas ilhas, com duração de algumas horas. Imagine uma massa de água, sobre o supercontinente Pangea, durante quase um ano desequilibrando e causando alteração do equilíbrio, depois preenchendo espaços vazios dentro da terra e inchaço. Essa massa de água teria inclinado o eixo da terra. Pela primeira vez, em Gn 8: 22, cita-se a existência das estações do ano e os ciclos terrestres. Logo após estes eventos. Como também é sabido que a possibilidade de estações do ano está ligada à inclinação do eixo da terra em relação ao seu plano orbital, podemos entender que esse processo iniciou aqui neste momento justamente porque seu plano se inclinou neste momento. Ainda vale lembrar que o dilúvio ocorreu no momento que a terra era apenas 1 massa de terra (o supercontinente Pangea). E, com as limitações das cordilheiras nos extremos deste supercontinente (veja abaixo), a concentração de águas nele poderia ter sido como num “copinho”, que segurava as águas dentro da terra consideravelmente.

Gn 9: 11-15 é quando Deus mostra o arcoíris como sinal de sua aliança com o homem, cita que não haveria mais dilúvio que destruísse a terra da mesma forma. Há 2 considerações físico geológicas a se fazer aqui. Primeiro o fato de que o arcoíris não poderia ter aparecido antes, quando a massa de água estava sobre a terra, causando uma diminuição da força da luz do sol de forma homonênea e constante. O arcoíris só pode aparecer quando a luz brilhante do sol constrasta com a água na atmosfera, iluminando os cristais de água. Em tempo nublado, não há arcoíris. O arcoíris só surgiu depois que veio o dilúvio, liberando esta camada de vapor de água que mantinha o planeta num estado de nublado constante. Só agora, com a incidência da luz do sol diretamente, é que poderia aparecer o arcoíris.
E também é importante citar nesta parte que Deus promete aquilo que a sua própria lei física estabelece. Não haveria como toda aquela massa de água voltar ao céu para provocar uma nova chuva nas mesmas dimensões. Primeiro porque parte dela penetrou o solo, fazendo parte do ciclo da água na terra. Segundo porque agora, com a incidência da luz do sol mais diretamente, o processo de evaporação que gera nuvens que precipitem se dá de forma bem mais rápida. O sol, sendo mais forte agora, evapora a água mais rapidamente e permite um acúmulo de um volume de água mais rapidamente nas nuvens, causando chuvas em intervalos menores. Na primeira vez, demorou 16 séculos para estas águas precipitarem, porque não havia evaporação volumosa que saturasse as nuves e causasse precipitação. Por isso, ao longo destes séculos, essa lenta evaporação causou uma lenta saturação das águas dos céus que, quando precipitaram, foi tudo de uma vez. Então agora, depois do dilúvio, não mais seria possível ocorrer um novo dilúvio, pois não daria tempo de juntar muita água no céu que fosse volumosa o bastante para gerar novo dilúvio. Com o sol mais forte, a evaporação causaria a saturação das nuvens mais rapidamente, já gerando chuvas grandes, mas não tão grandes como a do dilúvio, e não universalmente, que apenas aquela massa de água no céu possibilitou acontecer. E isso condiz com a promessa de Deus.



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