Agora,
vejamos alguns outros pontos, de várias partes do Gênesis, que nos
trazem luz sobre várias questões de alterações presentes na
terra. Destas observações e narrações presentes no Gênesis,
vamos tirar uma série de lições geológicas, de uma sequência de
acontecimentos ocorridos nesta fase inicial. O ponto central da
transformação é o dilúvio. E, em torno dele, uma série de
acontecimentos que iremos discutir. Primeiramente, apresentando como
pontos isolados. Depois, numa lógica de acontecimentos interligados
e consequentes, uns com os outros.
Sobre o
tempo de vida do homem, de sua existência, que se falavam em
centenas de anos, vemos logo no início, na advertência de Deus
sobre o não comer da árvore da ciência do bem e do mal, que no dia
em que eles comecem, morreriam (Gn 2: 16-17). Também podemos ver em
II Pedro 3: 8 a revelação de que para Deus 1 dia é como mil anos e
mil anos como um dia. Neste aspecto, podemos entender que o homem
morreu no mesmo dia, visto que nenhum deles viveu mais do que mil
anos, 1 dia para o Senhor.
Mas sobre
o tempo de vida dos humanos nesta época, ainda veremos mais.
No cap. 5
de gênesis, antes da narração do dilúvio, presente no capítulo
6, podemos ver pelas narrativas das gerações, que de Adão até o
dilúvio passaram-se 1656 anos. O pai de Noé, Lameque, morreu 5 anos
antes do dilúvio. Mas seu avô, Matusalém, o homem que mais viveu
na face da terra, morreu no mesmo ano do dilúvio. Mas não chegou a
1000 anos, que seria 1 dia! Noé tinha 500 anos ao gerar seus filhos,
Sem, Cam e Jafé. A Bíblia diz que foram gerados quando Noé tinha
500 anos, o que podemos inferir que eram trigêmeos. Nasceram quando
Noé tinha 500 anos. O dilúvio chegou quando Noé tinha 600 anos.
É
importante notar também que, neste período antediluviano os homens
viviam uma média de 800 a 900 anos.
Deus
estabelece, então, que a vida do homem deverá ter um limite: 120
anos! (Gn 6: 3).
Em Gn 7:
11-12 o dilúvio começa, com as águas que jorraram das fontes do
grande abismo e as janelas dos céus se abriram e choveu quarente
dias e quarente noites. Aqui podemos ver aquelas águas, que foram
separadas e ficaram no firmamento, ou seja, suspensas na atmosfera,
agora estão sendo precipitadas sobre a terra. Aquela camada, citada
em Gn 1: 6-8, talvez de alguns kilômetros de espessura, agora vinha
sobre a terra. Essa camada, antes suspensa, causava um bloqueio da
força da luz do sol e, com isso, várias consequências climáticas
que faziam com que a terra fosse diferente naquela época. O ciclo
das águas, com chuvas constantes, ainda não existia. Passaria a
existir a partir daqui.
Gn 8: 1-2
diz que Deus fez passar um vento, ao mesmo tempo em que a chuva
cessava. Sabemos que os ventos são causados pelo deslocamento de
massas de ar, depois do ar quente subir. Antes do dilúvio, com a
terra coberta por águas (a camada de vapor ao redor de toda a terra,
a qual se precipitou durante o dilúvio), não deveria ter havido
ventos, porque provavelmente não havia aquecimento de massar de ar
que pudessem deslocar-se e causar ventos. A primeira citação de
ventos vem após as chuvas do dilúvio. Agora, sem a massa de vapor
de água a rodear a terra, o sol esquentava a superfície e gerava o
deslocamento de ar para cima (que antes era mais difícil justamente
por estar ocupado pelo vapor de água que rodeava a terra) e,
consequentemente, para os lados, a fim de ocupar o espaço deixado
vago pela massa de ar quente que subiu, gerando os ventos.
Gn 8: 3,
5 diz-nos que as águas foram minguando sobre a terra. Isso nos leva
a entender que elas penetraram no subsolo, talvez ocupando espaços
vazios neste subsolo, gerando as atuais reservas de água subterrânea
existentes. Lembrando que não havia tido chuvas até então, estes
espaços vazios no subsolo ainda não tinham sido preenchidos. Não
seria, realmente possível que essas águas voltassem a evaporar,
causando novas chuvas. Primeiro porque isso geraria um ciclo
infindável de dilúvios, se toda essa quantidade evaporasse ao invés
de infiltrar na terra. Mas não seria possível, porque a massa de
água seria tão grande que não seria evaporada. A lâmina d´água
impediria a evaporação delas em grande quantidade e, o mais
provável é que o planeta ficasse com uma quantidade enorme de água
na superfície e houvesse muito pouca terra visível. O termo bíblico
quando diz que as águas foram “indo e minguando” nos dá a
entender uma penetração para o subsolo, ocupando espaços vagos,
mas também inchando a terra de dentro pra fora, pela saturação
dessa monumental quantidade de água infiltrada. Esse processo de
penetração no solo durou alguns meses, até mostrar a terra seca.
Essas águas ocuparam espaços vagos no subsolo, mas também
forçaram, de dentro para fora, os espaços e a terra, causando
inchaço e rompimentos. Nesta época, era um grande e único
continente. Esse rompimento, de dentro para fora, trará outras
consequências.
Gn 8: 22
também é a primeira citação da alternância de temperatura sobre
a terra, ou seja, da existência de estações do ano. Até este
momento, a terra provavelmente teria seu eixo de rotação
perpendicular, mas a infiltração de toda essa água, somada ao peso
dela durante o tempo do dilúvio em que esteve na superfície teria
causado a inclinação do eixo da terra. Vale lembrar que
recentemente um tsunami nas Filipinas também causaram uma mudança
no eixo da terra de fração de milímetros. Um tsunami, em apens
algumas ilhas, com duração de algumas horas. Imagine uma massa de
água, sobre o supercontinente Pangea, durante quase um ano
desequilibrando e causando alteração do equilíbrio, depois
preenchendo espaços vazios dentro da terra e inchaço. Essa massa de
água teria inclinado o eixo da terra. Pela primeira vez, em Gn 8:
22, cita-se a existência das estações do ano e os ciclos
terrestres. Logo após estes eventos. Como também é sabido que a
possibilidade de estações do ano está ligada à inclinação do
eixo da terra em relação ao seu plano orbital, podemos entender que
esse processo iniciou aqui neste momento justamente porque seu plano
se inclinou neste momento. Ainda vale lembrar que o dilúvio ocorreu
no momento que a terra era apenas 1 massa de terra (o supercontinente
Pangea). E, com as limitações das cordilheiras nos extremos deste
supercontinente (veja abaixo), a concentração de águas nele
poderia ter sido como num “copinho”, que segurava as águas
dentro da terra consideravelmente.
Gn 9:
11-15 é quando Deus mostra o arcoíris como sinal de sua aliança
com o homem, cita que não haveria mais dilúvio que destruísse a
terra da mesma forma. Há 2 considerações físico geológicas a se
fazer aqui. Primeiro o fato de que o arcoíris não poderia ter
aparecido antes, quando a massa de água estava sobre a terra,
causando uma diminuição da força da luz do sol de forma homonênea
e constante. O arcoíris só pode aparecer quando a luz brilhante do
sol constrasta com a água na atmosfera, iluminando os cristais de
água. Em tempo nublado, não há arcoíris. O arcoíris só surgiu
depois que veio o dilúvio, liberando esta camada de vapor de água
que mantinha o planeta num estado de nublado constante. Só agora,
com a incidência da luz do sol diretamente, é que poderia aparecer
o arcoíris.
E também
é importante citar nesta parte que Deus promete aquilo que a sua
própria lei física estabelece. Não haveria como toda aquela massa
de água voltar ao céu para provocar uma nova chuva nas mesmas
dimensões. Primeiro porque parte dela penetrou o solo, fazendo parte
do ciclo da água na terra. Segundo porque agora, com a incidência
da luz do sol mais diretamente, o processo de evaporação que gera
nuvens que precipitem se dá de forma bem mais rápida. O sol, sendo
mais forte agora, evapora a água mais rapidamente e permite um
acúmulo de um volume de água mais rapidamente nas nuvens, causando
chuvas em intervalos menores. Na primeira vez, demorou 16 séculos
para estas águas precipitarem, porque não havia evaporação
volumosa que saturasse as nuves e causasse precipitação. Por isso,
ao longo destes séculos, essa lenta evaporação causou uma lenta
saturação das águas dos céus que, quando precipitaram, foi tudo
de uma vez. Então agora, depois do dilúvio, não mais seria
possível ocorrer um novo dilúvio, pois não daria tempo de juntar
muita água no céu que fosse volumosa o bastante para gerar novo
dilúvio. Com o sol mais forte, a evaporação causaria a saturação
das nuvens mais rapidamente, já gerando chuvas grandes, mas não tão
grandes como a do dilúvio, e não universalmente, que apenas aquela
massa de água no céu possibilitou acontecer. E isso condiz com a
promessa de Deus.
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