segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Isaías – Todo o propósito de Deus



O livro do profeta Isaías é o segundo maior livro da Bíblia com seus 66 capítulos, menor apenas que o livro de Salmos, que tem 150 capítulos. É o livro que mais cita profecias messiânicas, ou seja, sobre a vinda e vida do Messias, Jesus. É dividido em 2 partes, sendo os capítulos 1 a 39 voltados para o julgamento do Senhor para com Israel e as nações gentias. E o restante, do 40 ao 66, sendo voltado a trazer esperança e salvação para o povo, livramento e o julgamento final, para recompensar os justos e condenar os ímpios. Esta divisão natural do livro de Isaías leva-nos a uma outra curiosa característica deste livro: ele é como se fosse um resumo da Bíblia toda, uma espécie de Bíblia em miniatura. Não apenas por causa dos números, mas pelo conteúdo.
Assim, temos que Isaías contém 66 capítulos, o mesmo número de livros contidos na Bíblia toda. Também a primeira parte de Isaías tem 39 capítulos, o mesmo número de livros que contém o Antigo Testamento. A segunda parte de Isaías tem 27 capítulos, exatamente o mesmo número de livros do novo testamento.
Além disso, o livro de Isaías é um dos que apresentam uma diversidade de temas mais abrangente de todos os outros livros bíblicos, como se realmente quisesse trazer um resumo de todo o propósito de Deus, em todos os sentidos. E, por causa desta característica, fica mais difícil dividir o texto de Isaías em partes, pois os temas vão e voltam em todo o livro, como ocorre na Bíblia.
Portanto, na primeira parte do livro (caps. 1-39), temos a exigência de Deus para que se obedeçam à sua lei, as consequências advindas caso isso não seja observado, o julgamento de Israel e das nações por causa da injustiça, da desobediência, da maldade. Aliás, outra característica de Isaías é falar muito aos gentios, o que não é muito comum nos outros livros do Antigo Testamento, do cânon Hebraico. Mas, como a Bíblia é para todos os povos, para judeus e gentios, Isaías é um dos livros onde essa característica mais aparece, deixando claro que Deus é Deus de todos, não apenas dos judeus. Nesta primeira parte do livro, as exigências de Deus são claras e fortes. Tanto que logo no verso 2, do cap. 1, diz “Criei filhos, e engrandeci-os; mas eles se rebelaram contra mim.”, e prossegue orientando que se se voltarem para Deus, se praticarem justiça e bondade, terão as bênçãos e o favor de Deus. Caso contrário, a condenação e o juízo. É o livro que mais faz mênção ao fato de os pecados nos afastarem de Deus, de nossas atitudes trazerem consequências ruins. De que devemos nos arrepender e mudar de atitude para sermos abençoados por Deus.
O juízo contra o povo, o “clero”, os legisladores e governantes, todas as categorias são avisadas em Isaías, demonstrando a universalidade do tratamento de Deus para com seu povo, muito bem resumido aqui em Isaías. Também a promessa de salvação, do Messias, do agir de Deus é universal e está bem resumida e clara aqui em Isaías, representando todo o propósito e agir de Deus, presente em toda a Bíblia.
Mas, ao mudar o foco na segunda parte do livro (caps. 40-66), já começa desta forma: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus”. E, a partir daqui, embora o juízo também faça parte do texto (como no Novo Testamento), fica claro que Deus, em pessoa, virá para salvar seu povo, visto que os homens não conseguiram granjear a própria salvação. A necessidade da intervenção de Deus fica clara nesta segunda parte, porque o homem falhou em cumprir todo o propósito de Deus e necessita de sua intervenção e de que Ele mesmo venha em sua salvação. Esta é a tônica da segunda parte do livro de Isaías. Logo no Cap. 40 fala de renovação de forças (como Jesus em Mt. 11: 28, por exemplo), que a própria presença de Jesus traria à humanidade, presente na Bíblia, no seu Novo Testamento. Aqui fala da restauração do próprio povo de Israel que, após ser levado cativo, receberia a libertação.
Podemos mesmo perceber uma surpreendente semelhança de alguns capítulos de Isaías com seus respectivos livros na ordem bíblica. O último capítulo (66) de Isaías, por exemplo, deixa claro o julgamento final e a salvação dos justos. Também a criação de novos céus e nova terra, principal assunto do Apocalipse, último livro da Bíblia. Alguns trechos são quase literalmente citados, como “Porque conheço as suas obras e os seus pensamentos” (Is 66: 18), muito semelhante ao texto presente nas cartas às igrejas do apocalipse.
Realmente, ler o livro de Isaías com muita atenção nos dá uma boa ideia do conteúdo da Bíblia como um todo. A abrangência dos assuntos em Isaías deixa claro que o julgamento é para todos. Os maus receberção a justa punição e os justos a recompensa. Também fala da necessidade de os homens cumprirem com sua obrigação, obedecendo à lei de Deus em tudo, com esforço e atenção. Mas também deixa claro que, ao falhar nesta missão, se houve sinceridade em buscar este objetivo, então o próprio Deus trará a Salvação (envia seu filho, Jesus Cristo). Isaías fala da criação, do renovo e do juízo final. Ou seja, abrange todo o propósito de Deus, em seus 66 capítulos, como a Bíblia, em seus 66 livros.





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