A carta aos Gálatas, com apenas 6 capítulos, trata da dualidade entre a carne e o Espírito.
Paulo explica que aqueles que vivem na carne buscam viver pela lei, porque não conhecem ainda a plena ação do Espírito em sua vida. Apesar de Cristo ter vindo e morrido por nós, para que possamos receber, através de sua graça, mediante a nossa fé, a salvação das nossas almas, muitos ainda se apegavam à necessidade de realizarem coisas com sua carne a fim de serem salvos.
Paulo nos deixa claro que nossa carne não tem a capacidade de realizar atos para nos levar à salvação. Tudo o que realizamos com nosso corpo não tem efeito para salvação, embora seja consequência desta, para a glória de Deus.
No livro de Gálatas, Paulo está falando com aquele povo daquela igreja da cidade da Galácia. Mas bem que poderia ser com qualquer um de nós, quando queremos ter algum mérito em nossa própria salvação, alegando que seriam nossas atitudes as que nos salvam. Paulo deixa claro que isso não é possível.
O que pode ocorrer, sim, é que existem 2 grupos de atitudes bem claros, um grupo dominado pela carne, outro dominado pelo Espírito, ao gerar seu fruto em nós, que nos fazem perceber e detectar se há salvação em nós dada pelo Espírito. Sou seja, se em nossas vidas existe o fruto do Espírito, citado por Paulo neste livro, então é sinal do agir do Espírito de Deus em nós e evidência de que a salvação está em nós.
Por outro lado, se o que se evidencia em nossas vidas são as obras da carne, também descritas ali por Paulo, então não há evidência de que tenhamos sido realmente salvos. Se as obras da carne são parte constante de nossas vidas, então por mais que cumpramos mandamentos e leis, significa que a salvação não está em nós.
Aliás, Paulo fala destas 2 leis, a do Espírito e a da carne. A lei do Espírito nos dirige a realizar atos que sejam claramente dirigidos pelo Espírito. Se estamos debaixo desta lei, do Espírito, então não há problema: a salvação está em nós.
Paulo não está dizendo que não existe mais lei, como alguns dizem a respeito de Gálatas. O que foi abolido é a lei que se segue e se obedece pela carne. Agora, a lei do amor, dirigida pelo Espírito, é o que comanda e governa nossas vidas e assim deve ser.
Paulo está nos ensinando uma maneira de podermos identificar não apenas em nós mesmos, se temos a salvação, mas aprender a detectar nas outras pessoas. Jesus disse que conheceríamos e poderíamos fazer a diferença entre o verdadeiro e o falso cristão através dos frutos. E Paulo aqui deixa claro que estes frutos são produzidos na vida do verdadeiro cristão pelo Espírito Santo, e que não há outra lei que poderia sobrepor-se a essa.
Também é uma maneira de reconhecermos os falsos dos verdadeiros cristãos e não sermos enganados por aqueles que tenham aparência de piedade, mas que não vivem, em verdade e sinceridade, pela direção do Espírito.
O que Paulo está dizendo aqui também é que existem estas duas leis, a da carne e a do Espírito, a da escravidão e a da liberdade e nos orienta a escolher viver pela lei do Espírito, em liberdade, porque onde há o Espírito, aí há liberdade. Paulo condena o mostrar aparências externas através de atos que venham a disfarçar uma falsa piedade, dizendo que é necessário que estes frutos do Espírito venham de dentro para fora.
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