segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

MEUS OLHOS VIRAM TUA SALVAÇÃO



As palavras de Simeão, no templo do Senhor, quando Jesus nasceu, foram palavras de fé. Assim está descrito no evangelho de Lucas, cap. 1, dos versos 27 ao 32. Ao pegar o recém-nascido Jesus nos braços, Simeão declarou que seus olhos viam a Salvação de Deus. Por isso, ele poderia morrer em paz, pois a ele havia sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ver a salvação enviada pelo Senhor, não morreria antes de conhecer o Cristo do Senhor, o Messias, o Ungido.
Mas é uma atitude de total fé. Ele estava pegando nos braços uma criança recém-nascida. Como poderia saber, naquele exato momento, que aquela criança traria salvação ao mundo? A criança sequer havia chegado à adolescência, não sabia nem falar ainda. Saber, pela fé, que aquela era a criança prometida por Deus para salvação de todos era um ato totalmente revestido de fé. Muitos só reconheceram em Jesus a figura do Messias quando ele, já adulto, começou a curar e a pregar, a realizar milagres e demonstrar sabedoria sem par. Nem mesmo sua participação, aos 12 anos, no templo, apesar de trazer grande admiração aos presentes, fez com que algum sacerdote declarasse que ali estava o Messias. Mesmo depois de milagres realizados, muitos ainda duvidavam de sua divindade, de sua missão, de seu papel na história redentora de Israel e da humanidade.
Mas não Simeão.
Este homem, justo e temente a Deus, a quem o Espírito Santo havia revelado quem era aquela criança. Este homem, que inferimos ser um idoso, embora o relato bíblico não informe sua idade. Este homem, que não tinha cargo nem era algum tipo de oficial do templo, “apenas” alguém comum, mas cheio do Espírito Santo. Este homem conseguiu perceber, pela revelação do Espírito Santo, ao pegar uma criança no colo, que a salvação de Deus havia chegado. Mesmo sem ver os milagres, mesmo sem ver as maravilhas realizadas por Jesus. Ele creu antes de tudo isso. Antes de ver, ele simplesmente creu, porque o Espírito Santo de Deus havia lhe falado que assim era!
Quem dera nos voltássemos para esse tipo de fé. Esse tipo que crê apenas porque o Senhor fala. Que não necessita de sinais ou provas para crer. Que apenas sabe que é assim porque Deus disse que seria assim! Simeão pegou uma “simples” criança, um bebê como outro qualquer, com braços, perninhas, olhos e boca. Não havia, em Jesus, naquele momento, nenhum sinal visível de sua divindade. Nenhum raio de sol vindo do céu sobre ele (como no momento do batismo, quando o Espírito veio sobre ele como uma pomba). Mas Simeão creu. E Ana também. Mas aqui quero chamar a atenção para a declaração de Simeão. “Podes despedir teu servo … porque meus olhos viram tua salvação”. Ele não pediu para ver também o menino crescer (talvez Deus o tenha deixado vivo até lá, não sabemos), mas ele não pediu para ver sinais e milagres. Simplesmente creu. A promessa do Espírito, revelada a ele, era de que veria o Cristo antes de morrer. E assim aconteceu. Talvez ele não tenha testemunhado o batismo, as pregações, os milagres, a morte e ressurreição do Messias. Também não estava presente na manjedoura, quando os anjos apareceram no céu cantando. Mas essa fé de Simeão, esta que ouve a voz de Deus e crê, é uma fé que não precisa de nenhum sinal aparente, nada que se veja ou toque ou ouça. Não precisa de nenhum estímulo aos sentidos. É a fé que é a prova daquilo que não se vê. Esse tipo de fé precisa ser revivido em nosso meio, entre os filhos de Deus. Precisa ser buscada com afinco. Os filhos de Deus, hoje em dia, estão muito carentes de sinais, de estímulo aos sentidos.
É preciso ter fé.
Simplesmente.




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