Um pequeno livro de apenas 4 capítulos, mas com uma
riqueza de ensinamentos e conhecimento maravilhosa. Aliás, como
acontece muitas vezes na Bíblia, os pequenos livros têm sempre
muitos detalhes que precisamos entender o contexto, a cultura, as
leis para ter um completo entendimento do que se diz. Com esta
compreensão completa, maravilhas do amor de Deus se apresentam de
forma mais vibrante.
No primeiro capítulo, um resumo das situações que
levaram aos acontecimentos do livro. Uma família de 4 pessoas (pai,
mãe e 2 filhos), por causa de uma fome, mudam-se para as terras de
Moabe. É bom entendermos 2 coisas logo neste início. O que acontece
com esta família de Israel era mais comum do que se pensa, de ter
que se mudar para outras terras, por causa de fome. Este movimento de
migração, muito comum hoje em dia, também acontecia com o povo de
Deus. Não havia guerra neste episódio, mas poderíamos até mesmo
considerar esta família como refugiados, por causa da fome em seu
país. Mudaram-se para uma terra estrangeira. E também entender que
o povo de Moabe, para onde se mudaram, era um povo que tinha,
geralmente, dificuldades de relacionamentos com o povo de Israel.
Este povo é descendente de Ló, do incesto provocado pela sua filha
mais velha, ao embriagar seu pai (Gn 19: 31-38). Causaram
dificuldades durante a saída do povo de Deus do Egito.
Mas é para esta terra que se mudou esta família. Os 2
filhos desta família se casaram com 2 mulheres desta terra de Moabe,
duas moabitas. E lá viveram muito tempo. O povo de Israel,
geralmente não se misturava em casamento com outros povos. Mas estes
fugiram à regra.
Porém, morreram os 3 homens desta família (pai e 2
filhos), numa época que não era comum as mulheres terem emprego
para sobreviver, nem pensão do INSS. A sogra das 2 quis voltar para
sua terra natal de Judá e, enquanto estavam a caminho, mandou as
duas noras voltarem para sua casa. Uma delas (Orfa), voltou, chorando
na despedida. A outra, Rute, insistiu em ficar com Noemi (sua sogra)
para onde quer que ela fosse, deixando registrado na Bíblia uma das
mais lindas dedicatórias de amizade, cumplicidade e companheirismo
que encontramos. Ela disse: “Não insistas para que eu te
abandone, e deixe de seguir-te, porque aonde quer que tu fores irei
eu, e onde quer que pousares, pousarei eu; o teu povo é o
meu povo, o teu Deus é o meu Deus; onde quer que
morrerees morrerei eu, e ali serei sepultada”
Chegaram a Belém, sendo alvo dos comentários sobre a
perda dos 3 maridos que haviam sofrido. Noemi dizia que o Senhor a
tinha feito voltar sem nada. Teria partido cheia e voltado vazia! Mas
cegaram na época da colheita da cevada.
Por causa de sua situação financeira delicada, que
necessitavam de sustento, Rute se dispõe a ir apanhar as espigas que
caíssem dos colhedores, usufruindo de uma lei que dizia que
estrangeiros e pobres (ela se encontrava nas 2 categorias) poderiam
seguir os colhedores em tempos de colheita, pegando o que caísse no
chão. Pela lei, aos colhedores era ordenado que não apanhasse do
chão o que caísse, e deixasse para quem precisa, como se o próprio
Senhor derrubasse no chão aquilo que queria deixar para quem
precisa. Rute esforça-se neste trabalho e Boaz, o dono da terra,
reconhece o seu trabalho e não só isso, também o fato de ela não
ter abandonado sua sogra em um momento tão difícil. Por isso, lhe
dá mais do que ela tinha conseguido colher.
Ao ver o resultado deste trabalho, Noemi pergunta onde
ela tinha trabalhado. Ao revelar que havia sido nas terras de Boaz,
Noemi, sogra de Rute anima-se pois percebe que ele é um parente, um
que poderia ser remidor delas. Ou seja, alguém que poderia se casar
com a viúva que não tivesse filhos, como na lei do levirato. Essa
lei existia, a fim de dar ao morto descendência, para que seu nome
não fosse extinto da terra. E também para dar à viúva,
desamparada, alguém que a pudesse sustentar. Mas como neste caso,
não haviam mais irmãos para desposar a viúva, então outros
parentes poderiam ser os que assim o fizessem.
Noemi orienta então sua nora, Rute a aproximar-se de
Boaz, relatar que ela deseja que ele assuma o papel de remidor. Boaz
se dispõe a fazê-lo e deseja se casar com Rute, mas declara que
existe outro parente mais próximo que ele, que tem esse direito de
ser o remidor antes dele. Mas se ele recusasse, então Boaz poderia
assumir este papel. Ele vai então procurar este outro parente
próximo, declara o interesse dele em ser o remidor de Rute e
pergunta ao seu parente se ele deseja fazê-lo em seu lugar. Após a
resposta negativa, Boaz decide então se casar com Rute.
Eles têm um filho, ao qual dão o nome de Obede, que é
avô do Rei Davi. Boaz e Rute são, portanto, bisavós do Rei Davi.
E, se lembrarmos que Jesus é da descendência de Davi, então temos
na genealogia de Jesus uma moabita, uma estrangeira, Rute. O que
demonstra que mesmo que alguém faça parte de um povo inimigo de
Deus, pelas suas atitudes, poderá ser redimida e fazer parte da
família de Deus.
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