O livro de Juízes conta a história do povo de Israel
num período meio indefinido. Logo após a morte de Moisés e Josué,
não mais tiveram um líder como eles. Juízes conta a história
neste período, depois da morte deles e antes de aparecerem os reis
de Israel. Samuel, que ungiu Saul e Davi como reis, foi o último dos
juízes de Israel, fechando este período.
Aliás, se pensarmos na história do povo de Israel por
blocos, temos a era dos patriarcas, Abraão, Isaque e Jacó, que
desce ao Egito com seus 12 filhos e lá ficam por aproximadamente 400
anos. Depois temos a libertação do povo e o estabelecimento deles
de volta na terra prometida, com Moisés e Josué. Logo em seguida,
vem esta fase dos Juízes, seguida pela monarquia, com o
estabelecimento do Reino, tendo uma fase unificada e outra em que o
próprio Israel se dividiu em 2 (tribos do Norte, chamadas de Israel
e tribos do Sul, chamadas de Judá). Mas durante a monarquia, como
castigo pelos pecados do povo, Deus os entregou aos inimigos e foram
levados cativos. Logo após este período, voltaram à sua terra,
para a reconstruírem e esperarem pelo Messias, que veio depois do
período chamado interbíblico.
Mas voltando ao livro de Juízes especificamente, depois
do povo de Israel morar na terra prometida, passou a enfrentar lutas
e problemas com alguns inimigos ao redor, principalmente porque
durante as conquistas, não foi totalmente obediente a Deus, e também
deixou de eliminar alguns povos que ali viviam, os quais lhes
trouxeram problemas depois.
Neste período de Juízes, embora o povo não tivesse um
líder único e centralizador, como haviam sido Moisés e Josué, e
como viriam a ser os reis, principalmente Davi e Salomão, tinham
alguns líderes que se levantavam temporariamente para orientar o
povo a fazer a vontade de Deus e livrá-los dos perigos que os
inimigos traziam. Estes juízes tinham basicamente 2 tarefas: julgar
o povo de Israel em suas diferenças entre si e liderar o mesmo em
suas guerras contra outros povos estrangeiros, inimigos.
É neste período que podemos ver a história de Gideão,
Sansão, Jefté, Débora e Baraque …
Basicamente, o livro de Juízes segue um ciclo onde o
povo se afasta de Deus, comete pecados e sofre por este afastamento,
perdendo a proteção de Deus e sendo maltratado pelos inimigos.
Então o povo clama e pede a ajuda de Deus, se arrepende e Deus envia
um libertador (um juiz) que os lidera numa luta ou os livra sozinho
mesmo (como Sansão). Então há paz por um tempo, até que o povo
volte a pecar, se afaste de Deus novamente, sofra com os inimigos
etc., e todo este ciclo se repete várias vezes neste livro. De certa
forma, é um sinal para cada pessoa, mostrando que se nos afastamos
de Deus através do pecado, perdemos sua proteção e somos
subjugados. Mas Deus retorna em nosso socorro quando nos arrependemos
e nos voltamos a Ele. Porém, esta narrativa é também uma
advertência, porque diz nas entrelinhas que o ideal seria que nunca
nos afastássemos de Deus, mas que nos mantivéssemos sempre na sua
presença para recebermos suas bênçãos e proteção. O livro de
juízes deixa muito claro que o afastamento de Deus tem consequências
sérias.
Logo no cap. 1, é mostrado um resumo dos habitantes
inimigos que não foram expulsos da terra, com os quais o povo de
Israel conviveu e que trouxeram problemas mais tarde. E no cap. 2, o
Senhor deixa claro que a presença destes povos inimigos junto deles
lhes trariam laço e problema. E o próprio Senhor os abandonaria à
própria sorte, por não terem obedecido à Sua voz! E não tiraria
dali estas nações, porque o povo se permitiu conviver com eles e
seus deuses.
No capítulo 3 de Juízes, começa o ciclo em que
aparece o povo de Israel sofrendo debaixo de algum povo inimigo e o
envio de um juiz para os libertar. Neste capítulo, aparecem Otniel,
Eúde e Sangar para ajudar Israel. Os versículos que iniciam o cap.
4, que ocorre logo após o povo ser liberto do inimigo por algum
juiz, é repetido por todo o livro de Juízes: “Porém os filhos de
Israel tornaram a fazer o que era mau aos ohos do Senhor, depois de
falecer Eúde. E vendeu-os o Senhor na mão de … então os filhos
de Israel claramam ao Senhor, … e por vinte anos oprimia
violentamente os filhos de Israel”. Neste caso, sós este verso, o
Senhor enviou Débora e Baraque, os quais libertaram Israel. Mas
depois disso, logo o povo de Israel pecava novamente (cap. 6), se
afastava de Deus, O qual os entregava ao inimigo de novo. Então
clamavam, pediam ajuda e Deus enviava ajudadores.
Este ciclo se repete por todo o livro. E é o espelho da
vida pessoal de muitos cristãos.
Nos caps. 7 e 8 temos a famosa história de Gideão, um
dos juízes que libertou Israel. No cap. 9, o filho de Gideão,
Abimeleque, toma o poder à força, por interesse, matando seus 70
irmãos. Mas a história mostra que ele, que não era um homem de
caráter, tomou o poder à força porque Gideão e seus outros filhos
negaram-se a reinar sobre Israel sob a mão de Deus.
Depois Jair, Jefté, Ibzã, Elom e Abdom livram e
tornam-se juízes sobre Israel.
Entre os capítulos 13 a 16 temos a conhecida história
de Sansão.
E depois, alguns eventos dramáticos nesta fase da
história do povo de Israel. A Tribo de Dã quase foi dizimada de
entre Israel, por causa da vingança de um crime cometido. Um homem
de Israel investe seu dinheiro para fazer a imagem de um ídolo e
contratar um sacerdote para lhe atender particularmente. Muitos erros
eram cometidos, com graves consequências pela falta de líderes que
conduzissem o povo.
Outra frase que se repete no livro de Juízes é:
“Naqueles dias não havia rei em Israel; porém cada um fazia o que
parecia reto aos seus olhos”.
Lucas Durigon
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