sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Gênesis e um pouco de cosmologia


1.1. No princípio, criou Deus os céus e a terra.
Podemos entender “céus” e “terra” de forma análoga a dizer “Reino Espiritual” e “Reino Material” ou então, criou os “anjos” e o “universo”. Deus teria criado as duas coisas neste início. Aquilo que vemos e aquilo que não vemos. Os céus representam a parte espiritual da criação, que não é feita de matéria, mas é uma realidade tal qual. Teria também criado a matéria, o Universo.

1.2. E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
A matéria ainda não tinha uma definição, uma forma. Também não era habitada (vazia). Não havia ainda luz e sobre o abismo (Espaço sideral), não havia nenhuma luz. Mas o Espírito de Deus se movia sobre as Águas, para dar vida. A Água seria o início da vida (inclusive o primeiro lugar onde surgiram as primeiras formas de vida), a primeira condição para a existência da vida.
A terra era sem forma e vazia pode também ser entendida como uma mistura entre o sólido e o líquido, pois a separação da terra seca e da água se dá depois (vs. 9). Neste início, seria a terra um mar de lama, sem distinção entre seco e líquido.
Ainda aqui, se entendemos que fala da “terra” enquanto “matéria”, está definindo que esta matéria ainda não tinha uma definição de partes. Pode até ter sido aquela matéria inicial, que originou o big bang. Essa terra, enquanto matéria, ainda não tinha uma forma definida.
Neste versículo note também que fala apenas da terra como sem forma e vazia. Não fala do céu, justamente porque o céu não é um local físico, uma parte da matéria, mas se refere à criação do Reino espiritual.

1.3. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. 1.4. E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 1.5. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.
Então Deus cria a luz e a separa das trevas. Começa a organizar o caos. Começa a dar forma à matéria. A luz, como princípio necessário para o surgimento e organização de tudo o que viria depois, é a primeira a ser criada. É necessária para distinguir as partes. Não há como distinguir nada na ausência de luz. A matéria, para ser reconhecida e distinguida, precisa ser refletida por luz. E a luz é necessária para o princípio básico que geraria vida: a alimentação dos vegetais através da fotossíntese. A luz é o primeiro passo para a organização do universo. A separação entre luz e trevas faz-se necessária para organização, distinção. A essa organização, Deus começa a dar nomes. Dia e Noite. Luz e Trevas. Nomeação também faz parte de organização, de distinção.

1.6. E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas. 1.7. E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. 1.8. E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
Neste ponto, será necessária uma maior análise, até porque estas águas sobre a expansão são retomadas por ocasião do dilúvio. São elas que se precipitam sobre a terra, causando o dilúvio, e uma maior série de mudanças no planeta.
Por enquanto, vamos lembrar que, no início, havia águas na região que hoje conhecemos por extratosfera. Acima do firmamento, acima dos céus, da expansão, ou seja, acima da atmosfera. Uma camada de água, provavelmente em forma de vapor denso, que circundava a terra toda. Essa camada de água demorou 40 dias e 40 noites para se precipitar sobre a terra por ocasião do dilúvio. Era uma camada expessa.
Essa camada impedia que a luz do sol chegasse com a força que conhecemos hoje em dia sobre a terra. A sua luz chegava na superfície bem mais amena do que vemos hoje em dia. Também não havia chuvas nesta época, por dois motivos: 1. essa luz do sol, sendo fraca, não gerava evaporação suficiente de águas para gerar nuvens. 2. Como já havia uma camada densa de vapor de água, não havia espaço para que o vapor de água que subisse da terra viesse a se condensar em outra camada superior, característica necessária para a formação das nuvens altas que temos hoje e que causam as chuvas. Então, o pouco vapor gerado na evaporação ficava como uma neblina sobre a terra, o que também é confirmado pela descrição dada em Gênesis 2:6 Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo.
Também essa camada de água circundando a terra impedia que se formasse o arcoíris, uma vez que a luz do sol não era suficiente para iluminar os cristais de água. Podemos ver que o arcoíris só aparece depois do dilúvio, quando esta camada havia se precipitado sobre a terra e liberando o sol para brilhar com mais força sobre a terra.
Também devemos considerar, nesta época em que havia essa camada de água sobre os céus, ou seja, circundando a terra, para impedir a luz do sol de vir com força, que o processo de envelhecimento do ser humano é intensificado pela exposição do homem ao sol. Quanto mais forte o sol, maior o envelhecimento das células. Essa parte é importante para algumas considerações adiante.
Nesta época também não havia, conforme o relato bíblico, a ocorrência de estações do ano. Sabemos que as estações do ano ocorrem apenas na Terra, por causa de sua característica peculiar dentre os planetas do sistema solar: a inclinação do seu eixo referente à sua órbita. E as estações do ano só aparecem depois do dilúvio. Portanto, neste período, o eixo da terra era perpendicular à órbita, como ocorre em alguns dos outros planetas. Dessa forma, além de não haver estações e alternância entre períodos quentes e frios no ano, o sol incidiria diretamente sobre a linha do equador e de forma constante o ano todo, deixando os pólos gelados e o centro com temperatura constante e adequada, lembrando que a luz solar chegaria mais fraca por causa da camada de água sobre o firmamento, mas com incidência constante sobre a linha do equador.
Isso explicaria, por outro lado, a teoria do jovem sol fraco. Por ela, os cientistas dizem que o sol seria mais fraco no início da vida na terra. Deixando um pouco de lado a cronologia, quero propor que a menor incidência da luz solar não deveria ser pelo motivo do sol ser menor, mas pelo bloqueio da luz solar causado pela camada de água no firmamento. Também o questionamento sobre o fato dessa menor intensidade de luz causar congelamento das águas, poderíamos lembrar que o sol incidindo sobre o equador de forma constante manteria essa região aquecida o suficientes para não congelar as águas, enquanto os pólos e trópicos estivessem congelados, o que condiz com a terioa de glaciação da terra. Estou, temporariamente, desconsiderando as questões cronológicas, por motivos que falarei mais tarde. Estou considerando algumas dessas coisas ocorrendo simultaneamente. Lembremos que Deus fez o homem habitar no jardim do Éden, numa latitude próxima à do deserto do Saara, hoje das mais quentes da terra, mas naquela época, com as características já citadas, uma região que provavelmente receberia a luz do sol, mantendo a água líquida.
Portanto, essa questão das águas que estavam sobre o firmamento é uma citação muito importante para várias questões das teorias da terra, neste momento do relato bíblico e depois do dilúvio. Vamos voltar a isso em momento oportuno.



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