1.1.
No princípio, criou Deus os céus e a terra.
Podemos
entender “céus” e “terra” de forma análoga a dizer “Reino
Espiritual” e “Reino Material” ou então, criou os “anjos”
e o “universo”. Deus teria criado as duas coisas neste início.
Aquilo que vemos e aquilo que não vemos. Os céus representam a
parte espiritual da criação, que não é feita de matéria, mas é
uma realidade tal qual. Teria também criado a matéria, o Universo.
1.2. E
a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo;
e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.
A matéria
ainda não tinha uma definição, uma forma. Também não era
habitada (vazia). Não havia ainda luz e sobre o abismo (Espaço
sideral), não havia nenhuma luz. Mas o Espírito de Deus se movia
sobre as Águas, para dar vida. A Água seria o início da vida
(inclusive o primeiro lugar onde surgiram as primeiras formas de
vida), a primeira condição para a existência da vida.
A terra
era sem forma e vazia pode também ser entendida como uma mistura
entre o sólido e o líquido, pois a separação da terra seca e da
água se dá depois (vs. 9). Neste início, seria a terra um mar de
lama, sem distinção entre seco e líquido.
Ainda
aqui, se entendemos que fala da “terra” enquanto “matéria”,
está definindo que esta matéria ainda não tinha uma definição de
partes. Pode até ter sido aquela matéria inicial, que originou o
big bang. Essa terra, enquanto matéria, ainda não tinha uma forma
definida.
Neste
versículo note também que fala apenas da terra como sem forma e
vazia. Não fala do céu, justamente porque o céu não é um local
físico, uma parte da matéria, mas se refere à criação do Reino
espiritual.
1.3. E
disse Deus: Haja luz; e houve luz. 1.4. E viu Deus que era boa a luz;
e fez Deus separação entre a luz e as trevas. 1.5. E Deus chamou à
luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia
primeiro.
Então
Deus cria a luz e a separa das trevas. Começa a organizar o caos.
Começa a dar forma à matéria. A luz, como princípio necessário
para o surgimento e organização de tudo o que viria depois, é a
primeira a ser criada. É necessária para distinguir as partes. Não
há como distinguir nada na ausência de luz. A matéria, para ser
reconhecida e distinguida, precisa ser refletida por luz. E a luz é
necessária para o princípio básico que geraria vida: a alimentação
dos vegetais através da fotossíntese. A luz é o primeiro passo
para a organização do universo. A separação entre luz e trevas
faz-se necessária para organização, distinção. A essa
organização, Deus começa a dar nomes. Dia e Noite. Luz e Trevas.
Nomeação também faz parte de organização, de distinção.
1.6. E
disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação
entre águas e águas. 1.7. E fez Deus a expansão, e fez separação
entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que
estavam sobre a expansão; e assim foi. 1.8. E chamou Deus à
expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.
Neste
ponto, será necessária uma maior análise, até porque estas águas
sobre a expansão são retomadas por ocasião do dilúvio. São elas
que se precipitam sobre a terra, causando o dilúvio, e uma maior
série de mudanças no planeta.
Por
enquanto, vamos lembrar que, no início, havia águas na região que
hoje conhecemos por extratosfera. Acima do firmamento, acima dos
céus, da expansão, ou seja, acima da atmosfera. Uma camada de água,
provavelmente em forma de vapor denso, que circundava a terra toda.
Essa camada de água demorou 40 dias e 40 noites para se precipitar
sobre a terra por ocasião do dilúvio. Era uma camada expessa.
Essa
camada impedia que a luz do sol chegasse com a força que conhecemos
hoje em dia sobre a terra. A sua luz chegava na superfície bem mais
amena do que vemos hoje em dia. Também não havia chuvas nesta
época, por dois motivos: 1. essa luz do sol, sendo fraca, não
gerava evaporação suficiente de águas para gerar nuvens. 2. Como
já havia uma camada densa de vapor de água, não havia espaço para
que o vapor de água que subisse da terra viesse a se condensar em
outra camada superior, característica necessária para a formação
das nuvens altas que temos hoje e que causam as chuvas. Então, o
pouco vapor gerado na evaporação ficava como uma neblina sobre a
terra, o que também é confirmado pela descrição dada em Gênesis
2:6 Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do
solo.
Também
essa camada de água circundando a terra impedia que se formasse o
arcoíris, uma vez que a luz do sol não era suficiente para iluminar
os cristais de água. Podemos ver que o arcoíris só aparece depois
do dilúvio, quando esta camada havia se precipitado sobre a terra e
liberando o sol para brilhar com mais força sobre a terra.
Também
devemos considerar, nesta época em que havia essa camada de água
sobre os céus, ou seja, circundando a terra, para impedir a luz do
sol de vir com força, que o processo de envelhecimento do ser humano
é intensificado pela exposição do homem ao sol. Quanto mais forte
o sol, maior o envelhecimento das células. Essa parte é importante
para algumas considerações adiante.
Nesta
época também não havia, conforme o relato bíblico, a ocorrência
de estações do ano. Sabemos que as estações do ano ocorrem apenas
na Terra, por causa de sua característica peculiar dentre os
planetas do sistema solar: a inclinação do seu eixo referente à
sua órbita. E as estações do ano só aparecem depois do dilúvio.
Portanto, neste período, o eixo da terra era perpendicular à
órbita, como ocorre em alguns dos outros planetas. Dessa forma, além
de não haver estações e alternância entre períodos quentes e
frios no ano, o sol incidiria diretamente sobre a linha do equador e
de forma constante o ano todo, deixando os pólos gelados e o centro
com temperatura constante e adequada, lembrando que a luz solar
chegaria mais fraca por causa da camada de água sobre o firmamento,
mas com incidência constante sobre a linha do equador.
Isso
explicaria, por outro lado, a teoria do jovem sol fraco. Por ela, os
cientistas dizem que o sol seria mais fraco no início da vida na
terra. Deixando um pouco de lado a cronologia, quero propor que a
menor incidência da luz solar não deveria ser pelo motivo do sol
ser menor, mas pelo bloqueio da luz solar causado pela camada de água
no firmamento. Também o questionamento sobre o fato dessa menor
intensidade de luz causar congelamento das águas, poderíamos
lembrar que o sol incidindo sobre o equador de forma constante
manteria essa região aquecida o suficientes para não congelar as
águas, enquanto os pólos e trópicos estivessem congelados, o que
condiz com a terioa de glaciação da terra. Estou, temporariamente,
desconsiderando as questões cronológicas, por motivos que falarei
mais tarde. Estou considerando algumas dessas coisas ocorrendo
simultaneamente. Lembremos que Deus fez o homem habitar no jardim do
Éden, numa latitude próxima à do deserto do Saara, hoje das mais
quentes da terra, mas naquela época, com as características já
citadas, uma região que provavelmente receberia a luz do sol,
mantendo a água líquida.
Portanto,
essa questão das águas que estavam sobre o firmamento é uma
citação muito importante para várias questões das teorias da
terra, neste momento do relato bíblico e depois do dilúvio. Vamos
voltar a isso em momento oportuno.
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