domingo, 6 de dezembro de 2020

3. Viver em Pecado e o Pecado esporádico

Pecado é pecado. Isso é verdade. 
Não existe “pecado”, “pecadinho” e “pecadão”.
Todos ferem a santidade de Deus.
Se houver arrependimento, a todos Deus perdoa.

 



Mas há uma grande diferença, do ponto de vista da dificuldade ou não do pecador se arrepender, entre pecados cometidos apenas uma vez, ou esporadicamente, como momentos de fraqueza e o pecado que faz parte da vida e do caráter de alguém, pelo qual não há mais arrependimento e do qual não se procura mais corrigir, que o torna reprovável ao Senhor.

A palavra de Deus nos deixa claro em I João 2: 1 que a orientação de Deus é para que não pequemos. É para que evitemos e lutemos contra o pecado. Toda orientação de Deus visa que fujamos do pecado. Não podemos brincar com ele como se fosse um bichinho de estimação. O pecado está mais para um animal selvagem não domesticado. No mesmo versículo, entretanto nos deixa claro que, se pecarmos, temos um advogado junto a Deus, o Pai, o qual é Jesus Cristo, o Justo. Ele é justo. João, que escreve este versículo, é um apóstolo conhecido pela sua característica de demonstrar amor. Ele é o mesmo que nos deixa claro que o amor é o oposto do pecado.

João reflete, na verdade, a característica do amor de Deus. E, por este amor, o desejo de Deus é que todos venham à salvação (I Tm 2: 3-4), que nenhum se perca (Jo 6: 39), que ninguém seja condenado. Este é o desejo de Deus e Ele fornece todas as possibilidades para que todos sejam salvos. Porém, Ele também é justo. E Jesus é justo, “o” justo. Por isso, embora Ele, o Senhor, deseje que todos venham a se salvar, não fará isso à custa de transgredir a própria lei.

Para aqueles que cometeram um pecado, que escorregaram ou tropeçaram em suas atitudes e ofenderam a Deus, mesmo desejando acertar, digo que não estão sozinhos. Paulo dizia que muitas vezes não fazia o bem que queria, mas acabava executando o mal que não queria (Rm 7: 14-25). Mas o desejo do coração e a tentativa eram pra fazer o bem. Claro que, para Deus, não podemos isolar a intenção da ação. Elas são consideradas juntas e Deus sonda os corações para ver o que mais ninguém é capaz de ver. Apenas dizer que queria fazer o bem, mas no fundo não queria ou, na verdade, não estava nem se importando com as consequências da própria atitude tem um significado. Mas quando, apesar da sincera busca da santidade, apesar da tentativa de manter-se puro, ainda assim ocorre um tropeção, comete-se um pecado, talvez levado por uma situação, ou induzido por alguém, então o verdadeiro servo de Deus, que deseja manter-se puro com Deus, irá buscar imediatamente a correção do pecado, o perdão de Deus mediante seu sincero e imediato arrependimento. É para este tipo de pessoa, com este tipo de atitude, que Deus declara: “estas coisas vos escrevo para que não pequeis, todavia, se pecardes, tendes um advogado perante o pai, Jesus Cristo o Justo”. Este versículo não é para ser usado a todo momento, com pecados que se cometem diariamente, inconsequentemente, de maneira irresponsável. Um advogado não é para as situações cotidianas.

Paulo disse que às vezes faz o que não deseja. A intenção e o desejo é fazer o certo, mas ele não consegue. Como muitos de nós, muitas vezes. Esse tipo de situação, em que, mesmo querendo e lutando para fazer o bem, somos tentados e levados a cometer o mal, a cometer pecado, então nestes casos, nos achegamos a Deus, pedimos sua ajuda e o nosso advogado, Jesus, nos defende.

A estas, o apóstolo Paulo, dirigindo-se a Timóteo primeiramente, diz que todos devemos nos fortalecer na graça (II Tm 2: 1). Ou seja, o pecado cometido uma vez, o esporádico, o “sem querer”, aquele que, sinceramente, não se buscou, mas aconteceu, será objeto da graça de Jesus, o advogado que irá defender, desde que a pessoa busque o perdão. Nem neste caso, deve-se ignorar o fato que o perdão vem de um verdadeiro arrependimento, daquele que pede, que clama, que implora o perdão do pecado que poderia condená-lo eternamente. Mas estes são os que têm um coração quebrantado, prontos a perceber seu pecado e chorar por ele.

Veja Davi, no exemplo da atitude dele. Adulterou com a mulher de Urias e ainda matou a este pelas mãos dos filisteus. Ficou no seu templo, sem se arrepender, talvez por pensar que era rei e podia fazer o que queria, talvez por não considerar que o que tinha feito era um pecado. Mas Deus envia um profeta e lhe mostra, através de uma parábola, a gravidade do seu pecado. Então, Davi não questiona, não argumenta. Apenas reconhece o seu pecado e chora. Amargamente.

Mas o que dizer daquela pessoa que já não vê mais consequência no pecado, que pensa que não será pega, nem sofrerá julgamento, ou que ninguém está vendo e, portanto, pode fazer o que quiser. E, por isso mesmo, tanto seu coração, sua intenção, quanto suas atitudes inclinam-se a fazer o mal constantemente, a pecar sem pensar nas consequências, a não mais temer o aviso de Deus sobre o seu julgamento.

A estes, que depois de um tempo, têm seu coração e mente cauterizados (I Tm 4: 2), que por esta atitude de insistir no pecado, apesar dos avisos do Espírito Santo já não são capazes de ouvir mais a Sua voz, a voz na sua consciência alertando do perigo e que, por isso, em suas vidas, calaram a voz do Espírito (I Ts 5: 19), a estes já não resta mais sacrifício que possa trazer perdão de pecados (Hb 10: 26). Porque vilipendiaram o sacrifícios de Jesus, ridicularizaram e desprezaram o que Jesus fez por nós na cruz do calvário. Estes não entendem as consequências eternas do pecado e pensam que, por não sofrerem consequências imediatas dos seus pecados, nunca as sofrerão. Ignoram o fato que algumas consequências são imediatas, outras não (I Tm 5: 24).

Veja Adão, o qual desobedeceu a Deus, se escondeu porque percebeu o que tinha feito, mas não teve a atitude de pedir perdão. Mesmo quando Deus o questiona sobre sua atitude, ele não se arrepende, mas transfere a responsabilidade para sua mulher.

Então, temos por um lado, aquela pessoa sincera, que busca de verdade a santidade e fazer a vontade de Deus, mas que pode cair. Deus deixa claro que ele sabe que nossa natureza é pecaminosa, que nossa carne tende para o pecado, pois é uma carne fraca (Mt 26: 41; Mc 14: 38), mas espera que haja disposição em ouvir a advertência do Espírito Santo e que, quando não se puder evitar o pecado, então que pelo menos haja arrependimento e pedido de perdão.

Por outro lado, há aqueles que nunca reconhecem o que fazem de errado. Sempre encontram outros culpados, sempre têm um motivo para justificar essa ou aquela atitude. Aqueles que não mais veem motivos para arrependimento, pois pensam que suas atitudes pecaminosas ninguém vê, não trará consequência e ficará “por isso mesmo”. A estes, que jamais se arrependem, resta uma expectativa de juízo, ardor de fogo (Hb 10: 27), pois não quebrantam mais o coração.

Estes a Bíblia chama daqueles que “vivem no pecado” (_), para as quais o pecado já faz parte do seu caráter, da sua conduta diária, da sua vida cotidiana. O pecado já lhes entrou no coração, na mente, no espírito e estão contaminados por ele, não desejam se livrar. Nestes casos, quando a pessoa quer, só existe uma solução: uma verdadeira cirurgia espiritual, em que o coração de pedra (já cauterizado e insensível à voz do Espírito) é trocado por um coração de carne (Ez 11: 29; 36: 26). Somente esta atitude drástica é capaz de mudar a situação. Esse é o momento que chamamos de “conversão”, comum e necessária para quem vem do mundo para a igreja, das trevas para a luz. Porém, mesmo que você já esteja na igreja, já seja um “religioso”, pode ser que o pecado de novo enraizou-se em você, já criou raízes que estão petrificando seu coração. Nestes casos, é preciso uma nova cirurgia, uma renovação verdadeira no arrependimento ou, quem sabe, um verdadeiro arrependimento, pois pode ser que o frequentar igreja tenha sido apenas por conveniência, e não por uma verdadeira transformação de vida.

Portanto, se você busca a santidade, se busca a Deus de verdade, mas cometeu algum pecado, não deixe o diabo te enganar: Volte-se para Deus, peça-lhe perdão, corrija o pecado cometido, e não volte a pecar neste mesmo pecado. Dobre sua vigília sobre essa mesma situação e volte para a comunhão de relacionamento com Deus, o Pai. Saiba que você pode se fortalecer na graça que há em Cristo Jesus, sabendo que o Senhor contempla o coração arrependido e se alegra quando um filho seu reconhece seus erros e volta-se para o caminho da verdade. Tenha coragem, porque Deus anseia por lhe dar o seu perdão, é a alegria dele. Só está esperando que você o peça, para que Ele lhe dispense todo seu perdão.

Mas saiba que, se você se entregou ao pecado. Se desistiu de vencer ele, se prefere cometê-lo frequentemente, seja por ser prazeroso, ou porque ninguém nunca fica sabendo, seja porque pensa não haver consequências, então cuidado: o juízo de Deus chegará e, se você realmente recusar-se a arrepender-se, então somente um destino lhe aguarda: a condenação ao inferno.


Pr. Lucas Durigon




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