quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

4. É preciso reconhecer, confessar e pedir perdão

Não confunda o amor e a misericórdia de Deus
com uma atitude como se não fosse necessário pedir perdão,
nem se arrepender.
 

 


O amor e misericórdia de Deus fazem com que Ele esteja sempre disposto a te receber de braços abertos e ouvir seu pedido de perdão, quando você estiver pronto para pedir, assim como na história do filho pródigo. Mas, como na parábola, Deus não vai atrás de você, se a sua escolha foi se afastar. Ele quer você de volta, para um relacionamento com Ele. Mas não vai, jamais, por maior que seja o amor dele por você, quebrar as próprias regras e transgredir a própria lei só pra voltar a se relacionar com você.

Se foi você quem se afastou de Deus pelo seu pecado, cabe somente a você procurar retomar seu relacionamento com Deus pelo arrependimento e pedido de perdão. E assim como o pai do filho pródigo, Deus também te espera na porta, de braços abertos, pelo seu retorno.

Você precisa entender que Deus te quer de volta, mas pela sua justiça, Ele exige seu arrependimento, o que é crucial para ter o perdão dEle. Na parábola do filho pródigo, o pai não foi atrás do filho, quando ele foi embora. Mas aguardou sua volta, pois a decisão do arrependimento tinha de ser do filho. Esperava ansiosamente sua volta, a ponto de aguardar na porta, para correr e abraçar o filho quando voltasse. E foi capaz de se alegrar com seu retorno, independente do que Ele havia feito de ruim, a ponto de fazer uma festa. O irmão mais velho só enxergava tudo o que ele havia feito de ruim. Mas o pai alegrou-se com a decisão da volta. E festejou.

Me permita dar um exemplo. Suponhamos um casal de adolescentes, em torno dos 17 anos. Frequentadores da igreja. De repente, ainda solteiros, a moça fica grávida e, por causa deste pecado de fornicar antes do casamento, eles se afastam da igreja, com um pouco de vergonha, talvez da situação, do que tenham feito, do julgamento dos outros. Talvez não se julguem mais dignos de estar na presença de Deus, ou então que não resolve tentar ser fiel a Deus porque, no fim das contas, sempre se acaba pecando: então é melhor desistir mesmo. Bem, este é o primeiro erro, ao cometer um pecado. Se afastar ainda mais de Deus, além do afastamento que o próprio pecado já proporcionou. Então a solução aqui seria pedir perdão a Deus e voltar para a comunhão na igreja e ao relacionamento com Deus.

Bem, o filho pródigo, enquanto estava longe de casa, precisou passar pelas consequências do seu pecado para perceber que precisava voltar atrás. O pai dele não foi lá buscá-lo. Esperou pela sua volta.

No exemplo acima do casal jovem, suponhamos que a história continue. Que eles permaneçam longe. E que um pastor, como um representante de Deus, na melhor das intenções, foi até eles, convidando-os a voltarem para frequentar a igreja. Imagine que, quando este pastor lhes diga para voltar e eles informem a vergonha que sentem com relação ao pecado que cometeram, imagine que o pastor apenas lhes digam que não precisam sentir vergonha. Que devem voltar assim mesmo. Porém, não cita nada com relação ao pecado cometido e à necessidade de arrependimento. É como se dissesse “vamos esquecer isso, está bem. Apenas voltem e tudo ficará bem.”

A verdade é que o pecado é destruidor. Apenas “deixar pra lá” não resolve.

Então, no exemplo acima, claro que Deus não deseja deixar a pessoa afastada pra sempre. Mas sua justiça também não permite que tudo fique por isso mesmo. Então o certo seria aquele casal de jovens saber que Deus deseja que voltem ao relacionamento com Deus, que voltem à igreja, mas não sem antes reconhecerem seu pecado e pedirem perdão a Deus. Então, eles precisam saber que Deus os ama. Que os quer de volta. Mas que também precisam reconhecer o seu pecado, se arrepender de verdade e com sinceridade de coração, pedir perdão e então voltar-se para Deus e para o convívio na igreja, na família de Deus.

Certa vez ouvi de um pastor que, para ele, quando há um problema com outro irmão da igreja, quando uma ofensa ou um pecado foi cometido, uma boa conversa resolve tudo. Não é bem assim. É necessário que o pecado seja reconhecido, citado e pedido perdão por parte de quem o cometeu. Fingir que nada aconteceu, apenas seguir em frente não é uma solução quando se trata de resolver o problema do pecado cometido.

Mas temos de entender uma coisa: certos tipos de pecado, quando cometidos, geram prejuízos, problemas à vítima, se o pecado foi cometido contra outra pessoa. Nestes casos, o pedido de perdão não são apenas as palavras. O pedido de perdão, para ser realmente considerado, deve vir acompanhado das atitudes a fim de reparar o problema que o pecado causou. Nos casos onde há reparação a ser feita, e esta seja possível de ser feita, não fazê-la implica em dizer que o pedido de perdão não é real, nem sincero. Veja o caso de Zaqueu (Lc 19: 2-10), cobrador de impostos que recebeu Jesus em sua casa para um jantar. Ao perceber que era um pecador, por tomar das pessoas mais do que lhe era de direito, ou seja, roubar, tomou a atitude de devolver a quem tinha roubado, e distribuir aos pobres parte dos seus lucros, por saber que suas atitudes tinham gerado problemas e prejuízos na vida de muita gente e, um pedido de perdão apenas de palavras não era, neste caso, suficiente.

Vamos imaginar a seguinte situação. Eu briguei com meu pai e o ofendi severamente, não vindo mais a falar com ele depois disso. Três meses depois, ele morreu, sem que eu tivesse tido a atitude de pedir-lhe perdão. Mas agora, após sua morte, não tem mais como pedir o perdão a ele, nem restituir-lhe nada, caso seja necessário. Eu só posso me dirigir a Deus e pedir perdão a Deus pelo ocorrido com meu pai. Não há mais nada a se fazer. Então meu pedido de perdão é dirigido a Deus.

Em outra situação hipotética, alguém trabalhava numa empresa e passou alguns anos, antes de se converter, desviando dinheiro e material de um setor da empresa para si. Ao perceber que isto era um erro, um roubo, um pecado, resolve pedir perdão ao dono da empresa, mesmo que isto custe o emprego. Mas não tem efeito nenhum se, junto com a conversa, o pedido verbal de perdão, eu não devolver o dinheiro roubado. Se apenas pedir perdão verbalmente, mas ficar com o conforto que o fruto daquele roubo me trouxe, na verdade eu não houve arrependimento genuíno, pois há o desejo de ficar com o que se roubou. E Deus deixa isso bem claro: quando for possível, devo restaurar o que o roubo me trouxe de benefício a quem de direito.

Nestes casos, a restituição faz parte do processo de pedir perdão.

Veja outro exemplo: suponhamos uma vida de crimes, onde um pai de família é morto e agora sua família não tem mais como se sustentar adequadamente. Apesar do sustento dado pelo governo, algumas coisas aquela família ficará privada, para o resto da vida, pela falta do provedor. E não é possível restituir a vida ao que morreu. Só que, neste caso, o pecado não foi apenas contra quem morreu. Também foi cometido contra uma esposa, talvez filhos. E talvez também, o homicida não possa sustentar essa família com seu salário. Se o puder, se houver arrependimento genuíno pelo ato, apenas o pedido de perdão não é suficiente, e sim a atitude de ajudar aquela família a suprir a falta que o provedor causa. Se não é possível prover a esta família, por falta de condições financeiras, então, pelo menos, além do pedido de perdão, posso fazer algo simbólico para ajudar esta família. Algo que me custe um pouco e que simbolize minha boa vontade em demonstrar meu arrependimento.

A graça de Jesus perdoou (se o arrependimento foi sincero), a família perdoou (porque também era cristã), mas uma atitude concreta, que esteja ao alcance irá mostrar que o arrependimento é de atitudes, não apenas de palavras.

Na verdade, muitas pessoas, ao se arrependerem, se não puderem fazer algo com sua atitude para corrigir o erro, sentem-se que não foram perdoadas. Devemos sim contar com a graça perdoadora e salvadora de Jesus em tudo. Em muitos casos, nem é possível fazermos nada, como no exemplo da briga com o pai. Mas, se for possível, não para desprezar a graça de Jesus, mas para demonstrar por atitudes que meu arrependimento é sincero, então isso deve fazer parte do meu pedido de perdão.

Vamos lembrar que foi apenas depois de declarar que devolveria de quem roubou e daria aos pobres, apenas depois disso foi que Jesus declarou a Zaqueu que “salvação entrou nessa casa”. A atitude prática, sempre que possível, é parte integrante do pedido verbal de perdão.


Pr. Lucas Durigon




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